Capítulo 14

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— Que sede. – Grunhi, acordando com a garganta raspando.

— Aqui, beba. – Alguém me ofereceu uma garrafinha.

Tentei me sentar e mãos grandes me seguraram.

— Ainda não pode se levantar. Perdeu muito sangue, precisa de um tempo de repouso e recuperação. – Reconheci a voz do homem-lama e foquei minha visão nele.

— Onde estou? – Olhei à volta perdida. Não fazia ideia de como fui parar ali.

— Na minha casa. Aparentemente, não consegue ficar segura nem entre seus amigos da universidade. – Ele sorriu para mim.

— Denis! Cadê aquele filho de uma capivara? Eu vou matar ele! – Me lembrei de repente, tentando me levantar de novo.

— Tarde demais, não sinto informar que já fiz isso por você. – Ele me segurou de novo.

— Tá falando sério? – Parei de me debater.

— Sim. – Ele sorriu, se sentando na beirada da cama – Sei que você queria ter o prazer, mas não pude resistir. – Me ofereceu a garrafinha de novo.

Peguei a garrafa, bebi o conteúdo inteiro. Quando fui devolver, olhei o entorno e percebi meu bracelete na mesinha ao lado da cama onde eu estava. Arregalei os olhos, me lembrando de que o homem lama era predador. Olhei para ele que percebeu.

— Tirei seu bracelete porque estava apertando seu braço desnecessariamente. Não se preocupe, quando estiver melhor pode colocá-lo de novo.

— Por que me trouxe para cá?

— Já disse isso.

— Não, quero dizer, por que não me levou para o instituto de Bergmann? Ou para a Dra. Lins?

— Porque estava sob a responsabilidade dela quando foi atacada e quase morreu. Não ia deixá-la próximo dos amigos do seu agressor. Não a levei para Bergmann, porque precisa de repouso e sei que não ia ter isso se fosse para lá.

— Foi mesmo uma concussão cerebral? – Exalei, me rendendo.

— Sim. E foi séria. Precisou de transfusão de sangue, soro e mais alguns medicamentos.

— Quanto tempo fiquei apagada? – Franzi as sobrancelhas.

— Dois dias.

— Merda! Estou muito ferrada agora. – Passei as mãos no rosto – Não fiz nada do que deveria e vou ficar sem nota da convenção... Além das faltas. – Bufei.

Ele gargalhou.

— O quê?

— Seu atacante, quando voltou com a história absurda de que você havia surtado, batido nele e fugido. Teve que explicar por que estavam naquela direção, então ele contou sobre sua descoberta da fonte de água contaminada e do que pretendia fazer. Ele só se entregou, quando falou que você quis verificar mais para dentro da floresta atrás de outra fonte de água, pois se você mesma concluiu que usavam aquela por ser mais próxima do que o rio, obviamente não procuraria outra fonte que estivesse na mesma distância do rio, em sentido contrário, ou mais longe, que foi onde a encontrei.

Não respondi, apenas olhava para ele. Me dando conta do quanto ele era bonito, havia algo de familiar também, mas não conseguia me lembrar...

— Bem, claramente você ganhou pontuação máxima. Pode não ter tido tempo de relatar suas descobertas e tomar as providências, mas o Dr. Lorson entrou em contato imediato com a divisão real de vigilância sanitária e tudo já está em andamento. Também não terá faltas computadas, pois estava inconsciente e o próprio Dr. Lorson lhe deu cinco dias de repouso obrigatório, dos quais só desfrutou de dois até agora.

Valquíria MaresOnde histórias criam vida. Descubra agora