Capítulo 48

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Tomamos um banho e voltamos para a cama. Me aconcheguei nele puxando o edredom sobre nós e Dante não protestou, se ajeitando melhor, me cobrindo até os ombros. Entre nossos beijos e carícias vi de relance o anel no meu próprio dedo e me lembrei.

— Não achou necessário me explicar o significado completo do anel refrator? – Afastei meu rosto do dele para perguntar.

— Não.

— Por quê?

— Porque já sabia o que todos diriam a meu respeito e você concluiria sozinha ao saber o que o anel faz.

— Dante um relacionamento não é assim, droga! As pessoas conversam, sabia?

— Perdem tempo, você quer dizer.

— Acredita realmente nisso? – O olhei incrédula.

— Sim. Somos empáticos, Valquíria, não preciso que diga que me ama, que me deseja, que quer ficar comigo, para saber que sente exatamente isso. – Ele explicou e fiquei muito vermelha, sentia até o calor do meu constrangimento.

Ele percebeu que não falei nada e vendo meu rosto fortemente ruborizado riu.

— Também é empática, Valquíria. – Ele ergueu uma sobrancelha para mim – Preciso mesmo dizer que a amo, que a desejo e que vou ficar apenas com você pela eternidade para que saiba?

— Sim. – Afirmei enfaticamente – Não tenho tanta prática assim. Até porque espero que se lembre que tenho apenas dezoito anos, senhor guardião milenar. Fui criada por humanos e sofri bullying por cinco anos seguidos, então terá que ter um pouquinho de paciência com sua escolha e perder um pouco mais do seu tempo falando comigo ao invés de esperar que eu adivinhe tudo pela empatia. – Despejei tudo um pouco indignada.

Ele me puxou de volta para ele e me beijou suavemente, suspirou e se afastou colando sua testa na minha.

— Tudo bem. Tem razão, me surpreendeu tantas vezes com inteligência e lógica que acabo esquecendo de que é tão jovem. – Ele selou meus lábios com os seus – Eu te amo, Valquíria Mares e selei o compromisso insolúvel com você para passar a eternidade a seu lado. – Ele me olhou nos olhos – Satisfeita?

— Eternidade?

— Sim, Valquíria. – Ele exalou – Quando aceitei voltar ao jogo dos deuses, fiz uma exigência. Apenas uma. Que pudesse escolher uma companheira que os deuses tornariam imortal para seguir comigo.

— Em troca de quê?

— De reparar meus próprios atos no mundo mortal. – Ele contou – É minha culpa que os humanos tenham se espalhado, que tenham pendido para o mal, que seu pior tenha sido aflorado e o mundo esteja mergulhando no caos graças a isso, que os predadores e amazonas estejam em menor número correndo o risco de desaparecerem. Tenho ciência do que fiz e não me arrependo. Mas para ter meu único desejo atendido tenho que mudar tudo isso agora.

— Não. Eu tenho que mudar isso agora. – Bufei – Obrigada, Dante!

— Do que está falando?

— Que fui eu que recebi a incumbência divina de comandar os híbridos e traçar as estratégias para a guerra contra os Plenurianos. – Revelei.

— Faz sentido. É a mais forte e inteligente deles, além de ser minha mulher, logo, os deuses conseguem garantir que vou cumprir minha promessa e estarei presente nas batalhas. – Ele refletiu.

— Você já esperava por algo assim, não é?

— Sim, sabia que eles encontrariam um meio de ter garantias.

Valquíria MaresOnde histórias criam vida. Descubra agora