A Turbulent Love 《Tobirama》

20 - Acerto de contas

•°◇ P.O.V  S/N ◇°•

Eu não podia ter chorado na frente daquele cretino! Isso chegou a ser muito humilhante, mas o que ele falou foi tão rude que eu não aguentei e tive que despejar toda a minha raiva antes que eu tentasse fazer algo contra ele.

Acho que já faz mais ou menos quinze minutos que saí daquela casa, estou correndo pelas ruas escuras e desertas de Konoha sem enxergar direito, a chuva que cai ainda está bem forte e se mistura com as lágrimas que não param de sair. 

E para piorar, as palavras ditas por Tobirama ainda estão bem frescas na minha mente. Elas não querem sair, ficam se repetindo cada vez mais e permanecem me torturado.   

Quem ele pensa que é para falar aquilo? Ele nem me conhece e me julga como se conhecesse. Esse cara é um idiota que não aceita a verdade e só vê aquilo que quer enxergar. 

Eu só quero ver a reação dele quando os resultados das análises das shurikens ficarem prontos, quero vê-lo quebrar a cara por dito tudo aquilo, pois se arrepender e pedir desculpas eu sei que não vai, é esperar demais vindo de alguém como ele. Meu choro foi substituído pela raiva e continuei correndo.

Ah, por que essa chuva só piora? Eu mal consigo ver onde as casas estão. A única coisa que sei é que a área do clã Hatake ainda está muito longe daqui. É melhor eu parar de correr, pois cair nesta estrada não será uma boa ideia; apressar os passos vai ser bem melhor. 

E mesmo andando apressadamente, a chuva continua forte, tudo ainda está escuro e o vento passa pela minha pele como navalhas afiadas. A sensação é ruim e meu corpo não para de tremer por causa do frio intenso. E por este motivo, tive que cruzar meus braços para ver se esquentava mais um pouco.

Agora me veio à mente as expressões preocupadas e confusas de todos quando chamei pelo meu irmão e, pensando bem, eu não deveria ter aparecido daquele jeito, eu deveria ter tido um pouco mais de pulso firme e mais calma para me despedir adequadamente de todos antes de me aventurar nessa chuva.

No entanto, eu não estava com paciência naquela hora, a raiva estava tomando conta de mim e agora sinto muito por ter saído assim, mas depois, quando tudo se acalmar, vou pedir desculpas a todos pelo meu comportamento.

De repente, sinto meu tornozelo dobrar junto com uma pontada de dor. A minha desatenção na estrada me fez pisar em uma poça d'água, mas aquilo não era simplesmente uma poça, era um buraco com uma leve profundidade que estava submerso com a água. 

E devido ao mal jeito, quase caí para o lado, mas ainda bem que isso não aconteceu. Por outro lado, a dor era imensa, tirei meu pé daquele buraco e coloquei a mão no local para ver se aliviava, mas de nada adiantou.

─ Ah, era só o que me faltava! Mundo, você também conspira contra mim?! Que raiva! Por que tudo tem que dar errado logo hoje? Só um sofrimento já não está bom? Agora vou demorar um século para chegar em casa!

Se alguém me viu assim, deve achar que sou louca por ter reclamado com o nada, mas eu não ligo, é melhor deixar a cólera sair do que ficar reprimindo.

Tento pisar firme com o pé machucado, mas a dor chega a ser insuportável. Bom, não tenho outra saída, eu vou ir para casa mesmo assim.

Alguns minutos se passaram e eu ainda estava tremendo e andando com muita dificuldade pelas ruas encharcadas; e até tentava prestar atenção ao passar por elas por não querer sofrer mais algum tipo de acidente, mas a dor me fazia parar repetidas vezes no meio do caminho.

Agora eu só me pergunto como uma noite tão legal acabou desse jeito? Maldita hora em que concordei em pegar aquelas lamparinas! Seria bem melhor se eu tivesse negado e ficado sentada onde eu estava, só assim nada disso teria acontecido.