31 - Confiança

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○•°◇ P.O.V  S/N ◇°•○

Eu nem tinha me dado conta, mas hoje é dia 27 de outubro, ou seja, já se passou 21 dias e até agora não conversei com Mina sobre o dia em que descobri mais sobre o passado da Yuriko. 

Com certeza, Tatsuo deve ter falado algo já que ela ficaria confusa por ele ter quebrado uma regra do hospital, mas, de qualquer forma, vou tentar ser superficial para que Mina não desconfie de nada se caso o avô não tiver contado coisa alguma a ela.

Eu decidi agir normalmente com Mina, pois ela é diferente do avô, e nossas conversas de quando ficávamos perambulando pela área verde do hospital comprova isso. 

Pensando bem, Tatsuo só deu a ideia de que eu fizesse companhia para sua neta com o objetivo de achar o quarto da minha mãe, mas mesmo que tenha feito isso, eu gostei de passar esse tempo com ela.

Yuriko ainda sente receio e ainda não consegue engolir o fato de Tatsuo ter se arrependido, ela sente medo dele não ter mudado de verdade e sempre me alerta quando vou visitá-la.

Hoje, pela manhã, Hajime e eu fomos visitá-la, ele voltou sozinho para casa, e eu aproveitei a viagem para ir até o clã Yamanaka. Chegando lá, fiquei procurando pela casa do líder e falhei em tentar encontrar; porém quem eu queria ver estava andando calmamente com algumas sacolas nos braços, então me aproximei dela e ofereci ajuda com as compras depois que a cumprimentei.

S/n: ─ Andou se distraindo, né? ─ Perguntei ao ver duas folhas de bordo na mão dela, e continuamos andando com as sacolas nos braços.

Mina: ─ O outono é a minha estação favorita, então eu parei para ver as árvores. 

S/n: ─ Não julgo, eu teria feito a mesma coisa. 

Mina: ─ Pegue essa ─ Disse me estragando uma das folhas de bordo.

S/n: ─ Ah, obrigada, ela é linda, mas é uma pena ver que vai murchar rapidinho. 

Mina: ─ Eu quero guardá-la e foi por isso que a peguei, mas mesmo que murche, tente colocá-la dentro de um livro para secar. 

S/n: ─ E funciona? 

Mina: ─ Com a rosa sim, mas tenho que testar com esta folha.  

S/n: ─ Também vou fazer o teste. Isso me pareceu ser interessante, nunca tentei fazer algo assim antes.

Mina: ─ Eu acho legal, talvez você também goste. 

Nossa conversa começou girando em torno do outono, mas o assunto se estendeu e tomou outros rumos; e assim permanecemos até chegarmos na casa que Mina mora com o avô. 

S/n: ─ Seu avô está aí?

Mina: ─ Está, mas mesmo que você não tenha me dado muitas pistas, eu sei sobre o que quer conversar. Me espera só um pouquinho? Preciso guardar as compras.

S/n: ─ Ok. Vou esperar.

Entreguei as duas sacolas que eu carregava e fiquei esperando pelo seu retorno na frente de sua casa. Então Tatsuo contou a ela, mas até onde será que ele falou? Mina voltou depois de mais ou menos dez minutos, e nós fomos dar uma volta por Konoha.

Durante o caminho, paramos para observar mais árvores e ficamos conversando ao mesmo tempo. Mina sabia as mesmas coisas que eu, a história não tinha acontecimentos alterados e tudo condizia com o que a minha mãe havia me falado. 

S/n: ─ Mina, eu só te peço que mantenha a identidade da Yuriko e o que aconteceu com ela e sua irmã em sigilo, ok? 

Mina: ─ Ok. Vai estar tudo guardado, não tem com o que se preocupar.

S/n: ─ Obrigada ─ Agradeci olhando para o chão e observando as folhas com tons alaranjados que o cobria. 

Mina: ─ S/n-san, me desculpe, mas eu acabei de ler a sua mente. 

S/n: ─ Seria mais apropriado se não me contasse. 

Mina: ─ Eu só falei porque quero que as coisas fiquem bem nítidas. Eu acabei de saber que você acredita que não tenho nada a ver com as coisas que o meu avô fez e só quero confirmar isso. Eu não sei o que ele fez, ele não quis me contar e até fiquei bastante surpresa e decepcionada com isso porque eu jamais esperaria que ele fizesse algum mal, mas ainda assim, não quero que essas coisas reflitam em mim e que você tenha dúvidas quanto ao meu caráter. 

S/n: ─ Eu sei que você é boa pessoa e foi por isso que vim falar contigo, para esclarecer tudo e para evitar que alguma coisa mude entre a gente.

Mina: ─ É uma alívio saber que você pensa assim mesmo que tudo tenha vindo tão de repente. O baque foi enorme e até entendo a sua desconfiança com relação ao meu avô; no entanto, como ele nunca demonstrou um comportamento estranho perto de mim, eu quero acreditar que ele está verdadeiramente arrependido. E foi por isso que me custou a acreditar que ele tenha sido uma má pessoa, eu nunca consegui vê-lo assim e é tão estranho saber disso, parece algo fantasioso.

S/n: ─ Consigo entender o seu lado, mas eu ainda estou com um pé atrás.

Mina: ─ Normal, até eu estou assim, mas vou dar um voto de confiança. É como eu disse antes, eu quero acreditar que ele está verdadeiramente arrependido porque nunca foi de demonstrar um comportamento estranho perto de mim.

S/n: ─ Se eu sentir uma confiança vindo dele, talvez eu dê um voto, mas isso só será possível com o passar do tempo.  

Mina: ─ O tempo e as ações são imprescindíveis agora, mas tudo vai se acertar, é o que acredito. 

S/n: ─ Eu espero muito que isso aconteça. 

Mina: ─ S/n-san, estou me oferecendo para ajudar seu irmão com os jutsus, você aceita?

S/n: ─ Aceito. Mas você já sabia que eu estava querendo encontrar alguém para ajudá-lo?

Mina: ─ Não. No dia do jantar de boas-vindas do Hokage, eu percebi que Hajime tinha lido a mente da Hiromi-sama e até achei estranho porque só um Yamanaka conseguiria fazê-lo. E foi naquele momento que eu concluí que ele só poderia ser um filho perdido de algum Yamanaka, mas quando o meu avô falou sobre a Yuriko e a Yuuko, tudo se encaixou. E para ele conseguir ler mentes com aquela facilidade, só poderia ter sido com treinos e instruções por parte da Yuriko, né?

S/n: ─ É isso mesmo, tudo o que ele sabe sobre jutsus do clã Yamanaka foram informações dadas por ela.

Mina: ─ Mas como ela está incapacitada de ajudá-lo por agora, aí eu pensei que ele poderia precisar de uma mão para continuar conhecendo sobre suas próprias habilidades. 

S/n: ─ Agora tudo faz sentido e obrigada por nos ajudar.

Mina: ─ De nada ─ Ela sorriu docemente ─ Mas e você? Não tem interesse nisso? 

S/n: ─ Não me entenda mal, é que eu não sou uma Yamanaka. 

Mina: ─ Não?! ─ Perguntou surpresa. 

S/n: ─ Sou uma Hagoromo. 

Mina: ─ Nossa, que incrível! Eu nem sabia que esse clã existia. E você já se encontrou com algum Hagoromo?

S/n: ─ Não. 

Mina: ─ Me desculpe se fui intrometida, tá? 

S/n: ─ Não tem problema, está tudo bem ─ Sorri ─ Qualquer dia desse, eu te levo na minha casa para falar com meu irmão sobre essa ajuda, tá?

Mina: ─ Tá bom.

Acompanhei Mina até a metade do caminho, e cada uma de nós seguiu por uma estrada diferente até alcançarmos nossas casas após nos despedirmos com um abraço.

A Turbulent Love 《Tobirama》 Onde histórias criam vida. Descubra agora