[Victor Augusto]
Voltei para a empresa seguindo para minha sala, srta. Passos me olhou assustada, se ajeitando em sua cadeira com um misto pela metade em suas mãos.
Victor: o que eu lhe disse sobre não comer em sua mesa? — gritei, ela de imediato se levantou um pouco desajeitada.
Babi: o senhor es-estava fora — disse gaguejando — eu estava trabalhando em algumas notas, pensei que...
Victor: o que quer que tenha pensado, estava totalmente errada — estiquei minhas mãos até ela e o peguei, sorrindo com a conclusão — misto somente de queijo? Isso é a melhor coisa que consegue fazer com o que te pagam? — xinguei, quando deixei que o queijo esbarrasse em meu paletó deixando uma mancha gordurosa.
O rosto já pálido dela ficou ainda mais branco quando ela percebeu a mancha em meu terno cinza.
Babi: sr. Augusto, me perdoe. Vou levar à lavanderia imediatamente.
Victor: mas é claro que você vai, e certifique-se de trazer um copo de café até minha sala.
Ela assentiu e saiu da minha visão quando entrei para meu escritório. Me sentei exausto, o universo com certeza estava me testando.
Depois de longos minutos ouço uma batida na porta.
Victor: entre.
A porta se abriu e ela tropeçou pra dentro, literalmente, nem me preocupei em esconder o fato de ter revirado os olhos em sinal de desprezo. Nunca havia conhecido alguém tão desastrada como ela, tropeçava até no ar. Juro que ela passava mais tempo ajoelhada no chão do que a maioria das mulheres com quem eu saía. Esperei até ela conseguir se levantar, pegando seu caderno e caneta que se espalharam no chão. Seu rosto estava ruborizado, e sua mão tremia.
Babi: seu paletó, sr. Augusto. E me desculpe por isso — assenti, sem nem olhar para seu rosto. Acenei para ela sair, mas ela não se moveu, me fazendo olha-la.
Victor: diga, srta. Passos.
Babi: preciso sair à quatro hoje. Tenho um compromisso. Enviei em um email para o senhor na semana passada sobre isso.Bati os dedos na mesa enquanto a observava. Minha assistente, Bárbara Passos, o fim da minha existência. Fiz de tudo pra me livrar dela, mas nunca tive sorte. Não importava que tarefa eu lhe dava, ela sempre realizava. Lidava sem reclamar com toda a função humilhante. Pegar minha roupa limpa? Feito. Certificar-se de que meu banheiro particular estava abastecido com meus artigos de higiene pessoal favoritos e minhas camisinhas? Sem falhas. Enviar flores e um cartão com mensagem para quem quer que eu tivesse dado um fora naquele mês ou semana? Ela Fazia.
Ela estava no escritório todos os dias sem falta e nunca chegava atrasada. Raramente sai do escritório a não ser que fosse para realizar uma tarefa para mim ou ir rapidamente à sala de descanso comer um de seus lanches ridículos trazidos de casa, já que a proibi de comer em sua mesa. Ela mantinha meu calendário e meus contatos perfeitamente organizados e selecionava minhas ligações sempre certificando-se de que minhas ex não me incomodassem. Parecia que todos gostavam dela, ela nunca esquecia o aniversário de ninguém e fazia biscoitos de leite bastante gostosos, os quais compartilhava de vez em quando.
Ela era perfeita.
Eu não a suportava.
Ela era tudo que eu detestava em uma mulher. Pequena e delicada, com cabelos escuros e olhos castanhos que tinham um brilho fora do normal. Vestia-se com terninhos e saias simples nada atraentes. Seu cabelo estava sempre preso em um coque alto, ela não usava joias e pelo que eu vi, nem mesmo maquiagem. Não era nem um pouco sexy e não tinha autoestima suficiente para fazer algo afim de mudar isso. Dócil e tímida, era fácil de passar por cima dela. Nunca retrucava e aguentava qualquer coisa que eu falasse para ela sem responder de forma negativa. Eu gosto de mulheres fortes e com atitude, não um capacho como a srta. Passos. No entanto, eu continuava com ela.
Victor: tudo bem, mas não se acostume.
Babi: tenha uma boa noite, sr. Augusto — disse saindo cabisbaixa de minha sala. Não me incomodei em responder.Na manhã seguinte da minha conversa com Marcos, tive uma ideia. Só não tinha certeza de como executa-la. Se Luiz Cortez queria um homem de família, ele teria um.
Meu maior problema era o tipo de mulher com quem eu normalmente saía: versões femininas de mim mesmo. Excepcionalmente lindas, mas frias e calculistas. Tudo que eu queria era sempre um rosto bonito para olhar e um corpo quente na minha cama à noite.
Nenhuma delas seria o tipo de mulher em que Luiz iria acreditar.
Passei pela recepção observando Marcos empoleirado na beirada da mesa da srta. Passos, seus ombros balanço descontroladamente por estar rindo. Ambos me olharam quando notaram finalmente minha presença.
Victor: o que está fazendo aqui? — perguntei seco para Marcos.
Marcos: cheguei tem alguns minutos, Victor. Babi me ofereceu café e disse que te avisaria que eu estava aqui — disse sorrindo para srta. Passos — mas eu estava gostando mais da companhia dela do que da sua, então resolvi somente te esperar.
Fiz sinal para Marcos me acompanhar até meu escritório.
Marcos: ela é divertida, sem levar em consideração que é mais bonita que você, sempre gosto de passar um tempo com ela — disse fechando a porta atrás de nós.
Bonita e divertida? A srta. Passos? E o que era essa merda de Babi?
Victor: sugiro parar de cantar minha assistente, pensei que tivesse namorada...
Marcos: tenho, e eu não estava cantando ela. Ela é ótima. Gosto de conversar com ela!
Victor: sim, ela é ótima... se você gosta de capachos. Agora me diga, por que está aqui? — falei me sentando a sua frente.
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LOVE AND HATE
FanfictionVictor é um arrogante bem sucedido que trabalha pra uma grande empresa de administração. Depois de anos sendo passado para trás, a grande oportunidade de se vingar de seu antigo chefe o cega da razão. Ele precisaria confiar na pessoa que mais d...