Capítulo 6

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[Victor Augusto]

Ela estava paralisada me olhando, parecendo digerir o que eu acabara de falar. Saindo de seu banco, ela se colocou diante de mim. Sua mão foi de encontro com meu rosto, pra uma mulher magra e baixa, seu movimento foi mais rápido e mais forte do que eu esperava. Isso vai ficar vermelho.
Babi: você acha isso engraçado? — ela disse me encarando — não sei que tipo de pegadinha é essa, sr. Augusto, mas posso te assegurar de que não tem absolutamente graça nenhuma.
Ela passou por mim indo em direção à porta.
Babi: está gravando isso para rir depois? — uma lágrima escorreu pela sua bochecha e ela logo a limpou — não é suficiente você me tratar mal durante o dia, agora você quer se divertir depois do trabalho também?
Ela enfim seguiu até a porta e em um movimento rápido me coloquei a sua frente para impedi-la de sair. Seu tapa ainda latejava em meu rosto, mas se eu a deixasse ir perderia meu plano. Dessa vez, sei que mereci, por isso não deixei a raiva me guiar.
Victor: srta. Passos... Bárbara! Me escute, não é uma brincadeira — ela estava tão perto que eu podia sentir facilmente sua respiração forte. Eu imaginava qualquer outra reação dela, menos raiva — por favor, me escute.
Ela me olhou com as sobrancelhas levantadas. Deixou que eu a levasse até o sofá. Sentei-me perto, mas logo ela se afastou um pouco mais. Estava cautelosa. O que ela achava que eu iria fazer?
Suas palavras ecoaram na minha mente "não é suficiente me tratar mal durante o dia, agora você quer se divertir depois do trabalho também?"
Limpei a garganta.
Victor: a empresa na qual estou torcendo para trabalhar é extremamente diferente da forma com o Pedro administra a sua empresa. Lá eles valorizam os funcionários, para eles, família integridade são prioridades — ela parecia um pouco confusa, continuei — para conseguir colocar meu pé la dentro, precisei convence-los de que não sou mais a pessoa que eles acham que sou. É confuso, eu sei.
Babi: ainda não entendi onde eu entro nessa história — disse se arrumando no sofá voltando a me encarar.

Victor: convenci Luiz Cortez de que alguém havia me mudado. Falei que estou apaixonado e pronto para começar uma nova fase em minha vida com essa mulher — inclinei-me mais perto.
Babi: e essa pessoa seria eu? — assenti. Os olhos dela saltaram a ponto de ficarem engraçados. Sua boca se abriu e fechou sem emitir nenhum som, enfim ela falou.
Babi: qual a chance disso dar certo? Você me despreza, Victor — ela deu uma pausa recuperando as palavras — também não sou exatamente uma fã sua...
Tive que rir pela educação. Eu esperava algum xingamento.
Victor: podemos trabalhar isso — falei encarando seus olhos perdidos — Vou pagar-la para fazer isso. Você vai ter que desistir do seu emprego assim como seu apartamento e vir morar comigo. Vou te pagar um bom salário e garantir que tenha tudo que precise até isso terminar.
Babi: porque eu teria que morar aqui?
Victor: digamos que eu possa ter insinuado ao sr. Cortez que moramos juntos — falei levando minha mão a nuca.
Babi: você o quê?
Victor: fez sentindo quando ele me perguntou. Não planejei isso... — falei, sem jeito — more aqui, apareça nos eventos que eu for como minha noiva. Ainda temos que criar algumas regras, conhecer um ao outro para que possamos realmente fingir que somos um casal e isso precisa ser rápido. Vou precisar levar-la em um evento esse fim de semana.
Ela assentiu, parecia finalmente ter concordado com toda essa loucura, creio que por falta de opção. Ela precisa do dinheiro e eu preciso de uma noiva.
Babi: não tenho certeza se isso irá realmente dar certo, afinal, você me detesta.
Victor: você acha que gosto dos clientes com quem interajo? Não gosto. Não suporto a maioria, sorrio e minto, aperto as mãos e ajo como se eu estivesse interessado em seus assuntos — respondi em um tom rude, sem querer — irei tratar nosso relacionamento da mesma forma. É um negócio. Posso fazer isso tranquilamente.

Babi: tudo que preciso fazer é...
Victor: é agir como se me amasse — completei seu pensamento.
Com um sorriso debochado, ela assentiu, pegou sua bolsa e caminhou até a porta. Acompanhei ela.
Victor: você vai aceitar? — perguntei, eu estava torcendo que sim, mesmo que duvidasse.
Babi: você não me deixou muitas escolhas — disse firme, me fazendo curvar os lábios em um sorriso breve. Estendi minha mão a ela.
Victor: terá tudo o que lhe prometi por escrito e assim poderá assinar o contrato — falei, apertando sua mão macia e delicada — é um prazer fazer negócio com você, srta. Passos.
Ela me encarou séria, deu de ombros e saiu.
Meu plano estava começando a dar certo. Preciso do próximo passo.

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