[Victor Augusto]
Entrando no meu carro, recebi uma mensagem de Bárbara. No texto dizia que Marcia havia passado mal, ela estava a caminho do asilo. Depois de ler, meu celular foi jogado para o banco do carona. Tentei dirigir o menos imprudente possível levando em consideração a velocidade que eu estava. Barbara precisava de mim lá, sei o quanto ela fica nervosa e assustada quando o assunto é a saúde de Marcia.
Chegando lá, Tami me levou até o quarto onde as duas estavam. No caminho me explicou o que havia acontecido e tudo que o médico responsável por Marcia disse. Aliviado em saber que ela estava bem, finalmente entrei em seu quarto vendo as duas em um profundo sono. Barbara completamente unida à Marcia. Sorri com a cena, as duas estavam tão lindas dormindo, mas eu podia ver o cansaço de ambas. Barbara provavelmente não conseguiu nem ao menos se arrumar para vir ou quem sabe comeu antes.
Me aproximando mais, acordei sem querer Barbara.
Victor: estou aqui, meu bem. Como ela está? — perguntei sussurrando.
Ele devolveu um sorriso triste quando se levantou devagar tentando não acordar Marcia.
Babi: agora está bem, só precisa de descanso e alguns remédios que preciso informar à Tami.
Ajudei ela a se levantar dali, ela estava de pé na minha frente. Por instinto, abracei seu corpo pequeno. Senti que ela precisava, era nítido seu medo e exaustão. Quando me afastei, peguei seu rosto em minhas mãos trazendo seus lábios aos meus.
Victor: nada vai acontecer. Fique tranquila — falei olhado em seus olhos castanhos que hoje pareciam estar sem seu brilho. Ela assentiu, suspirando forte — porque não vai comer algo e resolver as coisas com Tami? Eu fico aqui caso Marcia acorde e precise de algo.
Babi: isso seria bom — disse pegando um papel sobre a mesa — já volto.
Me sentei na poltrona ali perto da cama de Marcia, vendo Barbara fechar a porta. Voltei meu olhar para a mulher ao meu lado, percebi seus olhos abrindo lentamente.
Victor: dona Marcia? — me aproximei pegando sua mão.Marcia: Barbara já foi? — ela me encarou. Sua pergunta me deixou confuso. Concordei, respondendo sua pergunta — minha menina sempre tão preocupada, se agarrou a mim como se eu fosse partir a qualquer momento.
Sorri, me lembrando de como Babi estava quando cheguei.
Victor: ela te ama muito, dona Marcia. Tudo que ela faz, é para a senhora — peguei um olhar cabisbaixo de Marcia.
Marcia: isso que me chateia. Ela deixou de viver sua vida para cuidar 100% de mim — ela suspirou, parecia triste. Eu não entendia o motivo dessa conversa — ela largou tudo desde que essa doença me pegou. Eu só queria que ela tivesse um tempo para si, sem preocupações.
Puxei minha cadeira para mais perto dela, encarando seu rosto.
Victor: porque está dizendo isso, dona Marcia?
Ela se levantou lentamente se apoiando em meu corpo. Quando estava sentada logo a minha frente, suas mãos geladas tocaram a minha segurando carinhosamente. Meus olhos estavam ali, subindo logo em seguida para encarar seu olhar triste.
Marcia: no início, quando essa doença não tinha tomado minha vida por completo eu ainda era feliz — ela sorriu de canto — mas agora, eu mal me lembro do que fiz a algumas horas atras, e sei bem o quanto sou um fardo para minha pequena Babi.
Victor: você não é... — ela me interrompeu.
Marcia: sei que tudo que ela faz, faz com amor. Mas continuo sendo um fardo, eu só queria que ela apenas me deixasse ir... — suas palavras doloridas, o tom de sua voz dizia isso.
Sentindo que eu precisava, abracei dona Marcia acariciando suas costas devagar.
Victor: ela não suportaria te perder, fique com a gente. É só o que consigo te pedir: só não desiste — sussurrei em seu ouvido.Quando nos afastamos, Marcia tinha um sorriso genuíno nos lábios.
Marcia: o que me conforta é saber que minha menina encontrou você. Eu vejo a maneira que ela te olha, o jeito que fala de você — involuntariamente um sorriso se espalhou pelos meus lábios, uma sensação boa dentro de mim — você é bom para ela. É isso que me deixa bem, saber que ela está com quem realmente se importa com ela.
Todas as memórias de semanas atrás, quando nada disso havia entrado na minha vida, quando Bárbara era somente minha assistente passaram pela minha mente. Era passado, o que Marcia estava falando era tão verdade que me assustava.
Victor: eu amo sua filha.
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LOVE AND HATE
FanfictionVictor é um arrogante bem sucedido que trabalha pra uma grande empresa de administração. Depois de anos sendo passado para trás, a grande oportunidade de se vingar de seu antigo chefe o cega da razão. Ele precisaria confiar na pessoa que mais d...