Capítulo 43: três palavras.

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[Barbara Passos]

Estava ali, diante dos meus olhos. Fotos de Victor com uma mulher, íntimos a julgar pela mão dele em sua cintura. Os braços dela ao redor de seu pescoço. Nas outras, os dois bem perto conversando perto do ouvido, como ele costumava fazer comigo. Pareciam terem sido tiradas em uma festa.
Bom demais pra ser verdade. Tudo que eu estava vivendo nos últimos meses, a preocupação dele em querer estar perto de mim a todo momento quando perdi Marcia. Tudo uma farsa, assim como esse contrato foi desde o início.
Juntei todas as fotos, colocando elas sob a mesa da cozinha. Subi pro meu quarto, devastada e com raiva por ter acreditado que ele queria algo além. Seu afastamento repentino agora fazia sentido.
A pessoa que teve o trabalho de me mandar isso, só confirmou toda a insegurança que tinha.
Com pressa, juntei todas as roupas que eu precisava. Coloquei meus pertences todos em uma caixa. Depois de alguns minutos arrumando tudo, desci deixando minhas coisas perto da porta.
Respirei fundo, pegando meu celular.
Fui até perto da mesa onde as fotos estavam, olhando cada uma delas de novo. Limpei a lágrimas que insistiu em descer, e disquei o número de Victor. Era minha última tentativa de contato com ele. Depois de alguns toques, escutei sua voz. Engoli seco quando meu coração se contraiu com a dor que eu estava sentindo.

call on • Victor Augusto:

Victor: Barbara? Eu estava pra te ligar, me desculpe por não ter... — ele parecia querer se explicar, mas interrompi seja qual for a mentira que ele tentaria me contar.
Babi: acabou.
Victor: o que?
Babi: acabou. O contrato já era, está livre agora, Victor.
Victor: como assim, Bárbara?
Babi: e eu espero não me esbarrar com você novamente.
Victor: Bárbara, me escuta. Por que esta dizendo isso?
Victor: Barbara?
Victor: Bárbara? — ele insistia, mas as lágrimas não me deixavam falar.
Tentei desligar o telefone, mas eu não conseguia. Simplesmente, não conseguia. Ainda.
Victor: Barbara... — a ligação parecia ter sido mutada, eu fiquei esperando por mais alguma palavra até que escutei sua respiração pesada — eu te amo — meus olhos se fecharam com força quando sua voz rouca penetrou meus ouvidos. Ele nunca havia dito essas três palavras para mim. Olhei para as fotos espalhadas na mesa a minha frente. A raiva consumiu meu corpo. A raiva de ter sido enganada por tanto tempo. E então só consegui dizer também as três palavras:
Babi: eu te odeio, victor.

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