Capítulo 13

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[Barbara Passos]

Algumas horas depois, percebi que Victor ja estava bastante tempo em seu escritório.
Meu tempo nessa casa sem poder trabalhar se resumia em cozinha. Sempre amei cozinhar com Marcia, ela me ensinou praticamente tudo que sei hoje. Quando abri mão de ter uma boa casa, apenas com um forno elétrico e geladeira para proporcionar a ela um cuidado maior, a única coisa que eu conseguia fazer era meus biscoitos de leite. Nosso preferido.
Agora que tenho uma cozinha só pra mim com tantos utensílios, meu passatempo era somente aqui.
Resolvi fazer um jantar diferente, espero que Victor seja descendente de italianos, porque meu macarrão é incrível.
Minutos mais tarde tudo estava pronto, coloquei a mesa com um bom vinho e pratos. Mesmo que Victor fosse um grosso a maior parte do tempo, eu estava começando a gostar de uma pequena parte gentil que aparecia algumas vezes.
Bati na porta de seu escritório entrando logo em seguida.
Ele estava lendo, com óculos de grau. Nunca o vi daquela forma, era ainda mais sexy. Ele me observou entrar por cima de sua armação.
Victor: algum problema? — perguntou deixando os papéis de lado.
Babi: nenhum, achei que estivesse com fome — não avancei, permaneci perto da porta encarando seu rosto — fiz um jantar, se quiser se juntar a mim, fique a vontade. Se não quiser, não me importo que morra de fome nesse escritório, já faz horas que está aqui mesmo.
Ele riu, algo que eu mal via acontecendo. Retirando seus óculos deixando-os por cima da mesa ele se levantou vindo em minha direção.
Victor: alguém está preocupada? — disse se aproximando ainda mais de mim com aquele sorriso convencido. Recuei, mas esqueci que eu havia fechado a porta atras de mim.
Babi: não.
Victor: não é isso que parece, Bárbara — suas mãos envolveram minha cintura puxando-me para mais perto de seu corpo.
Ele estava olhando em meus olhos, quando eles desceram para minha boca eu já sabia quais eram suas intenções.

Meu corpo novamente me traiu quando Victor retirou os cabelos do meu pescoço com seus dedos frios tocando minha pele devagar, ele se aproximou beijando toda a base do meu pescoço, arrepios intensos percorreram meu corpo até escutar sua voz rouca perto do meu ouvido.
Victor: seu corpo sempre te entrega — disse arrastando sua boca pela minha bochecha até chegar na minha — e to ansioso para você parar de ser orgulhosa e entrega-lo logo para mim.
Seus lábios chocaram-se com os meus, aquele beijo quente que sempre tínhamos tomou forma. Sua língua nem mesmo pediu passagem, antes que eu percebesse ela já estava dançando com a minha junto com suas mãos pelo meu corpo.
Victor me colocou sentada, sem descolar nossas bocas, em cima de sua mesa. Sua mão foi para meu cabelo puxando forte para trás, foi impossível segurar qualquer som que saísse da minha boca. Ele sorriu, claro que ele sorriu. Ele estava convencido de que eu perderia a aposta logo logo.
Quando o beijo tornou-se ainda mais quente, lutei contra minha vontade de me render a ele ali mesmo. Recuperei minha postura, me afastando de sua boca.
Babi: você se acha demais, sr. Augusto — falei saindo de perto.
Victor: não me acho, meu bem, eu tenho certeza de tudo que sou — disse me encarando com aquele sorriso sínico — inclusive de tudo que posso te oferecer entre quatro paredes. Pense nisso.
Revirei os olhos voltando para a cozinha. Porque Deus criou um homem tão confiante e convencido assim? Tortura?

Logo Victor se juntou a mim na mesa, sem falar nada durante todo o jantar, apenas boas olhadas em mim que consegui flagrar.
Babi: já analisou a oferta dele? — perguntei, quebrando o silêncio.
Victor: sim.
Babi: não parece muito feliz.
Victor: está tudo bem, é um salário bom, com várias regalias e bônus...
Babi: mas?
Ele colocou seus cotovelos sob a mesa e suas mãos na testa. Estava frustrado.
Victor: o período de experiência está me incomodando — soltou um longo suspiro — o normal são apenas 3 meses, aqui ele pede pelo menos 5 meses. É estranho, talvez ele não esteja tão convencido sobre nós.
Encarei seu rosto, sem saber o que se passava em sua mente. Para mim, Cortez havia gostado de Victor e acreditado em nós.
Babi: o que pretende fazer?
Seus olhos estavam fixos em meu rosto.
Victor: marcar uma data, pelo menos. Sei que não pensa na hipótese de se casar, mas uma data mostraria que não estamos enrolando — seus ombros e maxilar estavam rígidos, ele estava realmente preocupado com isso — é o meu instinto. Precisamos dar um passo maior, Bárbara. Diga o que quer, meu futuro está nas suas mãos.
Conversamos mais cedo sobre um tempo de 5 meses a mais em nosso contrato. O que ele me pedia agora poderia incluir mais meses vivendo ao seu lado, numa completa farsa. O dinheiro que ele iria me garantir vale todo esse esforço? Por alguns segundos minha mente entrou em pânico quando percebi que, sem Victor, eu teria que procurar um novo emprego que talvez não me assegurasse tudo que tenho agora com ele. Mais uma vez sem escolhas, tive que aceitar.
Babi: se eu me casar com você, quero pelo menos mudar algumas coisas por aqui.
Victor: você está com poder agora, Bárbara. Infelizmente — disse revirando os olhos.
Babi: quero mudar a sala, meu quarto... — ele assentiu, um pouco cauteloso — adicionar mais cor nesse lugar.
Victor: faça o que quiser no apartamento só... nada de rosa. Detesto rosa — sorri vitoriosa — o que mais?
Babi: nosso acordo prevalece — meu rosto saiu de um sorriso vitorioso para um sorriso provocativo.
Victor: que acordo?

Babi: Nada. De. Mulheres. — seu rosto logo se fechou, mas em seguida um sorriso malicioso tomou conta de seu semblante.
Victor: tudo bem, só isso? — concordei — ok então.
Ele ergueu sua mão.
Babi: é um prazer fazer negócios com você, Victor Augusto.
Der repente sua mão puxou-me para mais perto de seu corpo, me abraçando. Sua boca foi para meu ouvido me fazendo arrepiar com o movimento.
Victor: garanto seu prazer, Bárbara. Lembre-se disso.


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