Capítulo 22

4.2K 285 48
                                    

[Victor Augusto]

espaço tempo • duas semanas depois.

Estava esperando na cozinha andando de um lado para o outro irritado e impaciente tentando arrumar minha gravata. Aquela merda não ficava reta nem por um caralho. Parecia que eu estava nervoso. Estranho. Eu não tinha motivo para ficar nervoso. Era tudo uma farsa, simples. Bárbara e eu apenas assinaríamos uns papéis. Tudo parte do plano.
Babi: continue puxando assim que vai conseguir ir sem a gravata para la. O que ela te fez para estar tão irritado com ela? — escutei sua voz divertida. Olhei assustado para cima, Bárbara estava parada na escada, parecendo igualmente nervosa, porém mais bonita. Muito bonita. Porra, ela estava incrível.
Victor: uau! — foi só o que saiu da minha boca enquanto meus olhos estavam vidrados em seus corpo.
Ela estava com um vestido off-white que abraçava todas as suas curvas, era bonito e ousado com um tecido liso que ia até perto de seus joelhos. Suas costas eram abertas, seu cabelo negro caía em ondas com bastante brilho. Seu rosto com pouca maquiagem, ressaltando apenas seus olhos e sua boca rosada. Por que nunca enxerguei essa Bárbara? Todos os dias desde que começamos com isso refiz essa pergunta para mim mesmo milhões de vezes.
Quando ela estava a minha frente, olhei sorrindo para suas sandálias de salto. Me acostumei com a forma com que ela cabia perfeitamente debaixo do meu queixo, e agora, não queria que ela ficasse mais alta.
Victor: não tenho nem elogios à sua altura — falei encarando seus olhos. Percebi uma onda de rubor passar por suas bochechas.

Babi: obrigada — disse sem graça, talvez ela nem acreditasse que estava ouvindo isso de mim.
Victor: eu quem devo agradecer — falei me aproximando mais. Seu rosto estava confuso.
Babi: pelo o que exatamente?
Victor: por onde quer que eu comece? Por concordar com tudo isso em primeiro lugar. Por manter sua palavra, mesmo quando tinha todo o direito de me mandar para o inferno — passei a mão por um de seus cachos fazendo seu contorno — por ser uma pessoa melhor que eu.
Falei sendo totalmente sincero. Seu rosto se iluminou um pouco.
Babi: isso foi a coisa mais gentil que já me disse.
Victor: to tentando ser menos babaca — falei olhando firme seus olhos. Ela mordeu nervosamente a parte de dentro de seus lábios.
Victor: ei, chega — falei tocando sua boca — sem sangue no nosso casamento.

Foi uma cerimônia simples. No cartório, só nós dois e duas testemunhas que não conhecíamos. Trocamos nossos votos. Coloquei uma aliança fina em seu dedo, e como ela queria, permiti que colocasse uma aliança discreta em meu dedo. Olhei para minha mão, estranhando aquele metal frio e alienígena tocar minha pele.
Bárbara me observava, sorri.
Victor: marcada. Acho que agora é oficial — o juiz de paz riu.
"é hora de beijar a noiva" Escutamos. Baixei a cabeça, fazendo nossos olhares se encontrarem. Encostei minha boca na dela segurando sua nuca delicadamente, segurando-a firme contra meu corpo e a beijando profundamente. Era meu direito, afinal, ela era minha esposa. Quando a soltei, ela abriu os olhos e sorria timidamente. Era bonita a forma como ela ficava quando estava nervosa.
Babi: estamos casados agora, Victor — eu não sabia porque aquelas palavras me agradavam, mas era o que faziam.
Victor: estamos. Agora temos que ir para o jantar que Cortez nos prometeu. Quais as chances de ser algo simples? — eu ri.
Babi: nenhuma. Mas foi tu que concordou com isso — ela riu junto comigo.
Victor: nem me lembre — falei pegando sua mão e a levando para fora do cartório.
Alguns minutos depois paramos em frente a casa dos Cortez.
Victor: poucos carros.
Babi: ainda bem — ela respondeu, olhei para ela.
Para a srta. Passos.
Bárbara.
Minha esposa.
Puta merda, eu estava casado.
Babi: Victor? O que aconteceu, você ficou pálido do nada — disse tocando meu rosto.
Victor: certo. Vamos logo acabar com essa merda — respondi saindo do carro recuperando a postura.
Entramos já sendo recebidos pelo casal anfitrião. Luiz e Laura levaram-nos para a parte de trás de sua luxuosa residência. De frente para um lago, as luzes do pôr-do-sol deixaram o ambiente incrível. Vi pelos olhos de Bárbara o quanto ela estava maravilhada com o que prepararam para nós dois.

LOVE AND HATEOnde histórias criam vida. Descubra agora