[Victor Augusto]
Eu já estava no prédio onde funcionava a empresa dos Cortez. Uma secretária me levou a uma sala de reuniões, me avisou que Luiz já estava vindo a meu encontro. Aproveitei para observar toda a sala, mais uma vez me impressionei com a diferença entre as duas empresas concorrentes.
Uma voz ao fundo me tirou dos meus pensamentos.
Luiz: sr. Augusto, estou surpreso em vê-lo — disse caminhando em minha direção, ele era um homem mais velho, porem conservado.
Victor: espero que seja positivamente, senhor — respondi o cumprimentando. Meus nervos estavam a flor da pele.
Luiz: e então, o que lhe traz aqui já que possui um bom emprego na empresa ao lado? — perguntou me analisando. Eu estava prestes a responder, quando meu celular tocou em meu bolso. 11:15, na mosca. Olhei para a tela parecendo estar envergonhado.
Victor: preciso atender, peço desculpa.
Luiz: sem problemas — disse sorrindo — vou pegar um café para nós.
call on • Bárbara Passos:
Victor: Bárbara — falei baixo.
Babi: sr. Augusto?
Victor: sim — sorri, sabendo que eu estava a deixando completamente confusa. Acho que eu nunca havia chamado ela pelo seu primeiro nome, sempre pelo sobrenome mantendo a formalidade.
Babi: hm, você pediu para eu ligar e dizer que seu compromisso das quatro foi remarcado para as três.
Victor: três horas?
Babi: sim?
Victor: Ok, está tudo bem por aí?
Babi: sr. Augusto, o senhor está realmente bem? — perguntou assustada.
Victor: está tudo bem.Babi: Pedro procurou por você. Está um pouco mal-humorado hoje...
Victor: Pedro está sempre mal-humorado. Almoce mais cedo e tranque a porta do escritório. Conversarei com ele quando voltar — a instrui enquanto tentava dar um tom preocupado a voz.
Babi: trancar o escritório e almoçar mais cedo? Você está bêbado? — não aguentei, dei risada com sua confusão.
Victor: só faça isso, Bárbara. Se cuide e te vejo mais tarde.
call off
Desliguei, encarando Luiz.
Victor: minha assistente — expliquei. Ele me olhou parecendo ter acreditado em minha encenação.
Luiz: acho que agora sei o motivo por estar saindo da empresa de Pedro — consegui, eu o ganhei — me conte sobre você.
Victor: acho que o senhor já sabe muito sobre mim, ou pelo menos já ouviu falar — ele assentiu, bebendo seu café.
Luiz: sua fama diz muito sobre você.
Me movi mais para a frente, tentando ao máximo parecer sincero.
Victor: as pessoas mudam, apaixonar-se faz isso com elas — respondi, convincente.Luiz: sua assistente... — engoli seco, ele já mordeu a isca — me conte sobre ela então.
Merda quando o assunto era negócios eu poderia falar eternamente. Estratégias, marketing, preços... eu poderia continuar por horas. Raramente falava de assuntos pessoais, então o que poderia dizer de uma mulher que mal conhecia e da qual não gostava? Eu não fazia ideia.
Victor: ela é a pessoa mais desajeitada que já conheci — isso pelo menos era verdade. Ele franziu a testa com meu tom de voz, eu rapidamente disfarcei meu erro — detesto quando ela se machuca.
Ele assentiu, parecendo compreender.
Victor: ela é... perfeita — ele sorriu — seu nome é Bárbara. A maioria a chamam de Babi, mas eu prefiro Bárbara.
Luiz: nome bonito, tenho certeza de que ela gosta de ouvir você dizer seu nome — sorri, lembrando de sua reação no telefone.
Victor: ela é pequena, seus olhos são como jabuticabas. Tão escuros que você se perde facilmente neles. Todos gostam dela no escritório, ela faz biscoitos de leite para as pessoas e eles amam. Ela detesta ser acordada mais cedo do que o necessário, sua voz fica bem rouca o que me faz rir — ele continuou sorrindo me observando descrever minha até então companheira — ela me mantém na linha, com certeza é boa demais para mim.
Admiti, sabendo que lá no fundo isso era verdade.
Ficamos conversando entre vida pessoal e profissional por um longo tempo. Depois de quase uma hora, Luiz se levantou.
Luiz: estarei fora pelo final de semana, quero convida-lo para um churrasco que minha esposa e eu vamos dar daqui dois dias — assenti, seria fácil — leve ela, estou ansioso para conhecer a mulher que transformou o tão famoso Victor Augusto.
Merda, não vai ser nem um pouco fácil.De volta ao escritório a srta. Passos estava em sua mesa quando cheguei. Embora estivesse no telefone, senti seus olhos me observando quando cruzei seu caminho. Balancei a cabeça e continuei andando até a minha mesa.
Sem duvidas eu estava ansioso por essa nova chance de emprego. Toda a atmosfera da empresa de Luiz Cortez me fez sentir empenhado de novo. Nossa conversa sobre os objetivos ajudou nisso. Ele incentivava, ao contrário de Pedro que sempre trazia a competição para o ambiente de trabalho. Como seria trabalhar com pessoas ao invés de contra elas? Não tinha mais nada a ver com vingança, eu queria trabalhar lá. La era um lugar bem melhor.
Saí da cadeira indo até a porta encontrando o olhar preocupado de Bárbara Passos.
Victor: srta. Passos?
Babi: sim? — respondeu se levantando.
Victor: preciso de um café.
Babi: mais alguma coisa, senhor?
Victor: alguns minutos do seu tempo.
Me virei voltando à minha mesa. Não acredito no que eu estava prestes a fazer.
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LOVE AND HATE
FanfictionVictor é um arrogante bem sucedido que trabalha pra uma grande empresa de administração. Depois de anos sendo passado para trás, a grande oportunidade de se vingar de seu antigo chefe o cega da razão. Ele precisaria confiar na pessoa que mais d...