[Victor Augusto]
Imediatamente me afastei dela, que cambaleou para trás respirando rápido. Eu a beijei duramente, com raiva. Por que? Não sei. Apenas, saiu no calor do momento.
Babi: porque fez isso? — eu ri.
Victor: é melhor sair dando a todas essas pessoas o que falar, sem precisarem inventar nada — pisquei, logo depois ignorando sua existência.
Babi: isso foi vergonhoso, não sei aonde enfiar minha cara agora.
Victor: foi publicidade. Em uma jogada, não só toda a empresa vê a extinção da minha relação com Pedro, mas também descobre sobre nós — olhei para ela por cima do ombro, que me encarava com a cara fechada — quando chegarmos na casa dos Cortez amanhã, ele terá ouvido sobre isso e saberá que soquei a cara de Pedro por ele ter falado merda sobre a minha mulher. Sou foda!
Depois do escritório levei Bárbara direto para as lojas de roupas que eu costumava acompanhar minhas ex. Perda de tempo, mas preciso monitora-la para ter certeza que não vai torrar meu cartão com mais de seus trapos.
Bárbara pareceu gostar dessa parte, estava mais leve e distraída. Bom, menos horas aguentando seu rosto com sua única expressão de sempre: irritada.
Em uma só loja, ela pegou algumas peças de roupas, me fazendo ficar surpreso.
Victor: vai levar isso tudo? Estamos na primeira ainda — ela gargalhou alto.
Babi: algum problema? — disse me encarando com o olhar atrevido — não foi você que me forçou a isso? Pois bem, sente e espere, querido.
Essa mulher é fogo, todos esses anos aceitando ser um capacho quando na verdade era cheia de atitude. Estou surpreso em estar aceitando tudo isso calado.
Babi: a propósito — disse seguindo para os provadores — vou apenas prova-los. Não levarei tudo.
Ela piscou com um sorriso sexy nos lábios. Um arrepio surgiu na minha espinha até minha virilha. Segui ela e me sentei perto dos provadores.
Alguns minutos depois, nada de Bárbara sair daquela merda. Irritado, empurrei a cortina do provador dando de cara com Bárbara usando um vestido curto. Se é que aquilo podia ser chamado de vestido, parece mais um pequeno pedaço de pano.Por trás, tive a visão completa das curvas de Bárbara que aquele pequeno pano ressaltava. Mesmo magra, ela tinha belas pernas, tornozelos incrivelmente bem desenhados e uma coxa pequena, mas bonita. Sua bunda quase exposta seguida por sua cintura fina me fizeram fechar brevemente os olhos na intenção de não parecer que vê-la vestida completamente diferente do habitual estava me fazendo crescer. E nem preciso dizer aonde. Essa tal abstinência estava começando a me afetar.
Ela me encarou pelo espelho. Pensei que fosse me expulsar dali aos gritos, mas ela fez o contrário, me encarando com seus olhos castanhos, ela apenas sorriu.
Babi: devo leva-lo? — disse com sua voz baixa. Um tom provocante.
Analisei novamente, era indecente demais.
Victor: uma porra que vai. Esse vestido mal cobre sua bunda, srta. Passos.
Babi: Bárbara — disse se virando de frente pra mim — é Bárbara. Chega de formalidade. E sim, vou leva-lo.
A encarei irritado, nem sei porque caralho eu tive essa reação. Ciúmes dessa garota? Eu não estou na merda o suficiente para deseja-la, quanto menos ter ciúmes dela.
Babi: saia, preciso me trocar — disse me dando a ordem.
Obedeci aceitando seu tratamento rude, me fiz acreditar que quanto mais tempo eu gastava aqui, menos eu tinha para me organizar mentalmente para o evento na casa dos Cortez amanhã.
Mais tarde, depois de passarmos em algumas lojas. Estávamos colocando suas coisas no carro.
Victor: poucas sacolas, o que ha com você? — perguntei, finalmente ligando na ignição — nunca precisei implorar para uma mulher gastar meu dinheiro. Geralmente, elas ficam ansiosas para botar as mãos em minha conta bancária.
Babi: comprei apenas o necessário — disse seca — já que você me fez doar todas as minhas roupas.
Victor: devia me agradecer por elas ter tido esse fim, por mim elas iriam pro fogo.Quando chegamos no apartamento novamente, Bárbara não me deu a opção da conversa. Passou em minha frente indo para as escadas, peguei em seu braço fazendo-a virar bruscamente.
Victor: tome um banho e desça, precisamos nos conhecer mais para encenar perfeitamente amanhã — falei encarando seus olhos, mas sua boca prendeu minha atenção por um tempo — preciso te dar uma coisa.
Ela franziu a testa em confusão. Retirei do meu bolso a pequena caixa que havia comprado hoje cedo.
Coloquei sob suas mãos. Ela logo abriu revelando o que era.
Babi: um anel de noivado? — disse me encarando, parecia achar engraçado toda aquela situação.
Victor: o que? — a encarei de volta — é melhor não esperar que eu me ajoelhe.
E então ela soltou sua gargalhada. Por um tempo, fiquei irritado, mas quando o som ficou ainda mais alto, sorri involuntariamente. Sua risada era gostosa, havia algo diferente nela, sinceridade talvez? Era um som incomum, eu raramente ouvia as mulheres que eu transava rindo, 1 porque era sempre fodas rápidas, de apenas uma noite. 2 porque elas sempre riam para me agradar, nunca por realmente estarem achando algo que eu tivesse feito ou falado engraçado.
Babi: é bonito, até — disse colocando no dedo cabendo perfeitamente — vou tomar cuidado para não perder.
Victor: ah, tenho certeza que vai tentar, já que é completamente desastrada — revirei os olhos — fiz seguro para ele.
Mais tarde, eu estava esperando ela descer para podermos pedir algo para comer e beber. Perdido em meus pensamentos, não percebi quando ela apareceu na minha frente com um dos vestidos que havia comprado. Era delicado e ousado ao mesmo tempo, valorizava seus seios e suas pernas que me fizeram analisa-la de cima em baixo. Engoli seco.
Ela se sentou em minha frente, pegando uma taça e se juntando a mim com o vinho que estava tomando.
Babi: e então, sei que seu trabalho lhe rende um bom dinheiro, mas como consegue bancar todo esse luxo? — disse, tocando sem saber uma uma ferida velha.
Victor: herança de meus pais — respondi seco.Babi: sinto muito, eu não sabia sobre eles.
Victor: foi a catorze anos. Não foi uma grande perda, para economizar sua empatia. Foi a primeira vez que as ações deles me beneficiaram de alguma forma — bebi mais vinho. Era só isso que ela arrancaria de mim a respeito de meus pais.
Precisamos ao máximo alinhar nossas histórias, temos que convencer os Cortez de que somos de verdade. Eu sabia que seria uma noite longa, ainda estou tenso, o que acontece toda vez que falo dos meus pais independente do quanto é breve. Detestava pensar neles e em meu passado.
Os olhos brilhantes de Bárbara encontraram os meus, seu cabelo caía sobre seu ombro, não pude deixar de notar como o vermelho combina com sua pele pálida e a cor escura do seu cabelo. Sentei-me novamente ao seu lado, parando de ter aqueles pensamentos estranhos.
Horas mais tarde, eu estava exausto. Nunca tinha falado do meu passado ou revelado tantos detalhes íntimos. Então foi uma noite torturante, ela sabia que eu era filho único, que meus pais haviam falecido e todos os fatos pertinentes. Como onde estudei, minhas atividades, cores e comidas favoritas, gostos e desgostos. Fiquei surpreso de ver que ela já sabia muito daqueles fatos, ela era bem mais observadora no escritório do que eu pensava.
Fiquei sabendo de um monte de informações sobre Bárbara. Enquanto ela era observadora, para mim, ela sempre foi apenas uma sombra no canto do meu do meu escritório.
Ela me disse o suficiente. Também não tinha irmãos, seus pais morreram quando era adolescente e morou com a tia, que agora, vive em uma casa de repouso. Não terminou sua faculdade, foi trabalhar na empresa de Pedro como emprego temporário e nunca mais saiu. Quando perguntei porque, ela disse que na época estava indecisa sobre seu futuro, escolheu trabalhar para saber o que queria. Deixei passar, embora parecesse meio estranho. Eu não fazia ideia de como sua mente funcionava.Me aproximei de seu corpo, lembrando de como ele reagia quando eu chegava perto, e novamente ela se afastou um pouco.
Victor: você deve saber que irei toca-la, sussurrar coisas em seu ouvido, acariciar seu corpo e beija-la, não pode recuar igual faz quando me aproximo, vai causar má impressão para os Cortez e aí tudo irá por agua abaixo — sorri irônico — lembra?
Babi: você fala como se já tivesse se apaixonado, conhece tudo.
Victor: não, obrigado. Amor faz coisas com as pessoas, muda, torna-as fracas, complica tudo. Não tenho interesse nisso.Próximo de seu corpo, eu ainda podia sentir ela nervosa.
Victor: vamos ter de agir de forma confortável um com o outro. Se eu beijar sua bochecha e abraçar sua cintura, terá de agir como se fosse normal — estendi minhas mãos para ela — Você vai precisar fazer a mesma coisa. Se aproximar de mim, sorrir, rir quando eu me abaixar e sussurrar alguma coisa em seus ouvidos e até se esticar nessas pernas ridiculamente curtas pra me beijar no rosto ou alguma coisa do tipo. Entendeu?
Ela assentiu, segurando finalmente minhas mãos. Elas estavam geladas.
Victor: viu, não queimei nem lhe causei dor — ela revirou os olhos, me fazendo rir — venha, vamos praticar.
Babi: praticar? — seus olhos se arregalaram.
Liguei a tv colocando em um canal de músicas românticas. Puxei-a para mais perto de mim.
Victor: dance comigo. Acostume-se com o jeito que se sente quando está perto de mim — peguei sua mão passando-a por meu pescoço, dizendo a única palavra que eu nunca usei com ela até os últimos dias — por favor.
Ela me deixou guiar e se aproximou de forma esquisita. Com um suspiro, coloquei meu braço em volta da sua cintura e puxei ela para mais perto. Inspirei a essência do seu cabelo que pairou no ar. Começamos a nos mover e me surpreendi em como pareceu natural, ela era muito menor que as mulheres com o que eu estava acostumado. Mal chegava em meus ombros, sua cabeça cabia de baixo de meu queixo. Ela parecia leve e frágil em meus braços, mas se moldava bem contra meu corpo. Depois de alguns minutos ela perdeu a rigidez nos ombros, deixando-me guia-la pela sala sem esforços. Ela era inesperadamente graciosa quando dançava, levando em consideração o quanto era frequente ela tropeçar nos próprios pés.
Um pensamento veio a minha mente que, talvez, tudo de que ela precisava esse tempo todo era de alguém que a segurasse, mais do que a humilhasse.
Isso me fez parar de repente, recuei e a olhei, ela piscou pra mim novamente nervosa, vi que ela provavelmente esperava algum tipo de comentário maldoso, em vez disso peguei seu rosto, seus olhos se arregalaram.
Babi: o que está fazendo?
Victor: beijando você.Babi: por que?
Victor: apenas para praticar, Barbara — seus olhos confusos me encararam, por pouco tempo quando meus lábios tocaram os dela. Era surpreendente macios e quentes. Agora mais atento e calmo, eu podia senti-los mais, comparando com o beijo duro de mais cedo na empresa. Não era uma sensação desagradável, na verdade senti um calor descendo pra minha espinha quando tivemos contato, sensação que estava se tornando comum. livrei-me de seus lábios só para baixar a cabeça e beija-la de novo, dessa vez apenas selando eles de novo.
Victor: acho que vou gostar de beijar você frequentemente, Bárbara — falei rindo, enquanto ela me olhava sem expressão, me analisando.
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LOVE AND HATE
FanfictionVictor é um arrogante bem sucedido que trabalha pra uma grande empresa de administração. Depois de anos sendo passado para trás, a grande oportunidade de se vingar de seu antigo chefe o cega da razão. Ele precisaria confiar na pessoa que mais d...