Capítulo 4

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[Victor Augusto]

Bárbara havia superado todas as minhas expectativas. Eu ainda não havia visto nenhuma foto dela, um deslize meu, obviamente. Mas quando abri a porta, depois de varias batidas impacientes dela, tive uma boa visão de seus seios naquela blusa que usava, apesar de ser um uniforme, era bem sexy. Baixinha e cheia de si, ela provavelmente tinha algumas suspeitas em relação a mim. Odiava admitir, mas ela estava certa. Logo logo iria ter a certeza.
Quando ela andou pela casa, me sei ao luxo de acompanha-la, caminhando logo atras dela para poder manter meus olhos em seu quadril perfeitamente desenhado, suas coxas definidas naquela calça militar. Porra, isso seria interessante.
Agora, ela estava lá fora conversando com o outro policial, enquanto eu fingia estar aqui entediado sem poder sair. Minha rotina era corrida, ficar parado era ridículo comparando com a vida que eu levava.
Me aproximei de onde Bárbara estava, sem que ela percebesse minha presença, mas antes que eu chegasse perto de seu corpo, ela se virou bruscamente me fazendo encarar seu rosto tão de perto. Seu perfume fez minha narinas se dilatarem, era doce e ao mesmo tempo tinha uma coisa afrodisíaca.
Victor: rápida - elogiei. Queria dizer fodidamente cheirosa, mas guardei essa parte para mim.
Babi: treinada. O que quer? - perguntou ríspida.
Victor: entediado. Preciso sair! - seus olhos foram para a arma em cima da mesa, depois ela soltou um suspiro profundo voltando a me encarar.
Babi: está entediado. Entendi.
Victor: estou - encarei seu rosto com um sorriso travesso. Ela não queria nem um pouco ter que sair.
Babi: pra onde quer ir?

Victor: comer algo, sei lá - eu disse, ganhando um sorriso falso dela.
Babi: eu espero que esteja ciente de que você, com toda a certeza, é um alvo perfeito fora das paredes dessa casa - seus braços se cruzaram e ela me encarou ainda mais com os olhos semicerrados, sua voz era firme, algo sobre sua postura me fez gostar daquela situação por alguns segundos.
Victor: não tenho medo.
Babi: seria bom ter.
Ela me deu as costas, pegando a arma sob a mesa e a ajustando no compartilhamento de seu cinto. Sexy como o inferno.
Assim que deixamos a casa, Bárbara dirigiu, em outro carro utilizado apenas para se deslocar de um lugar ao outro sem levantar suspeitas, até o primeiro restaurante próximo aquela rua.
Babi: tudo bem ser aqui? Quanto mais longe, menos suporte teremos caso aconteça algo - sorri, pensando que o perigo estava bem diante de seus olhos.
Victor: por mim tudo bem.
Segunda parte do plano estava entrando em ação. Conseguir que ela se abrisse, conquistar sua confiança até que ela pudesse me ajudar a encontra-lo. Qualquer coisa que ela soltasse ajudaria nessa altura do campeonato.

Nos sentamos para comer, Bárbara atenta a todos que passavam perto demais da mesa em que estávamos. Seus olhos de gavião focados nos mínimos detalhes, sem nenhuma distração.
Limpei minha garganta, fazendo-a olhar finalmente para mim.
Victor: e então, está nessa tem muito tempo? - perguntei, brincando com os palitos enquanto os pratos não chegavam.
Babi: pouco menos de um ano - ela disse, fechando sua expressão - por que?
Victor: nada - ela umedeceu seus lábios, deixando meu olhos focados naquela parte delicada de seu rosto. Por um segundo, esqueci do que estava a minha volta - gosta do que faz?
Babi: aonde quer chegar com essas perguntas?
Victor: sei lá, puxar assunto com a única pessoa que posso ter contato agora, talvez - porra de mulher complicada.
Babi: sempre gostei, decidi me tornar policial desde que... - sua voz tremeu, eu sabia que havia tocado em algo extremamente pessoal.
Victor: desde que?
Babi: desde que perdi uma pessoa muito importante pra mim, de uma forma que nunca houve explicação. Desde então, eu busco solucionar qualquer coisa que chega em minhas mãos - seus olhos estavam focados em suas mãos unidas sob a mesa - é o meu principal objetivo.
Bárbara era enigmática, poucas palavras e muitos questionamentos. Era observadora e atenta aos detalhes. Aqui, eu senti que tudo poderia desandar. Eu não esperava que lidaria com alguém tão esperta quanto ela demonstrava ser, eu teria que dobrar a atenção perto dela.
Depois disso, não consegui formular mais nada para ter sua atenção depois que a comida chegou. A refeição parecia dificultar ainda mais, já que nossas bocas estavam ocupadas a maior parte do tempo.

DANGEROUS TOUCHOnde histórias criam vida. Descubra agora