Capítulo 22

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[Victor Augusto]

Todos os pertences dela já estavam em seu quarto. Ela ainda estava no andar de baixo como eu pensava, mas quando estava saindo, meu corpo se chocou com o dela.
Meu braços a seguraram imediatamente evitando uma possível queda, mesmo que não fosse o caso.
Meus olhos foram para seu colo, sua blusa me dava um grande olá para seus seios. Depois meu olhar subiu, parando em sua boca avermelhada logo depois, finalmente, em seus olhos que já me esperavam.
Victor: está tudo aqui - falei quando a soltei. Dando-lhe espaço.
Já faziam alguns dias que eu não a tocava. Estava tentando de alguma forma me convencer de que talvez fosse apenas uma atração qualquer. Mas a cada segundo que se passava, meu corpo parecia provar de uma abstinência fodida.
Victor: Bárbara - chamei, sem saber o que exatamente dizer. Seus olhos me encararam no mesmo segundo - foda-se.
Acabei com a distância entre nossos corpos, puxando sua cintura até meu corpo eu a beijei com toda a vontade que estava tentando suprimir nos últimos dias. Sua boca quente deslizou sob a minha, eu mordi seu lábio inferior fazendo Bárbara soltar um pequeno e baixo gemido que teve efeito direto nas minhas calças. Meus braços em volta de sua cintura era como ferro, pressionei ainda mais seu corpo contra o meu, apenas para senti-la mais perto. Minha mão emaranhada em seus fios de cabelo macio, apertei a quantidade suficiente para fazer-la gemer outra vez. Era incrível o jeito que ela se entregava ao beijo, a mim.

Sem aguentar mais, eu a empurrei sob a cama, tirando minha camisa. Seu sorriso indecente me mostrou que eu queria tanto quanto ela.
[...]
Mais uma vez ela se rendeu completamente a mim, e mais uma vez parecia que eu estava vivendo algo totalmente diferente do que havia provado nos últimos anos.
Agora estávamos deitados com nossos corpos nus em contato um com o outro debaixo do lençol fino. Bárbara estava deitada sob meu peito enquanto minha mão desajeitada alisava seu cabelo.
Isso era completamente o oposto do que eu normalmente estaria fazendo.
Depois de alguns minutos naquele silêncio estranho, Bárbara se afastou se levantando da cama indo até seu banheiro. Provavelmente para um banho. Aceitei a situação como uma deixa, pegando minha calça e camisa pelo chão, fechei a porta de seu quarto voltando para o meu.
Sem ter o trabalho de me vestir, segui para banheiro indo direto pro banho.
Enquanto a água fria descia por minha pele, minha mente fervia com pensamentos sobre o momento.
João. Dinheiro. Problemas. E Bárbara.
De todos eles, ela era o que mais ocupava minha mente.
Eu não sabia descrever ou rotular o que tínhamos. Era diferente e estranho. Ao mesmo tempo que parece termos qualquer porra de conexão, no mesmo segundo ela também parece ser apagada com toda a frieza que temos. Como uma defesa.
Eu não a amo.
Mas quero ela mesmo assim.

Fiquei por fora por dois dias resolvendo problemas em outra cidade. Era trabalho para o Bak, mas fui em seu lugar para tentar, de alguma forma, pensar em algo que fizesse sentido. Não tínhamos nada, paradeiro, contato, nada. João não estava sozinho, e isso é o que está me matando: não saber com quem estou lidando.
Carol e Thaiga estavam cuidado dessa parte, mas até então nenhum progresso. Bárbara não me disse nada. Tentei dar espaço a ela, ter um tempo para botar a mente no lugar e entender que isso era sério.
Toda vez que penso nisso, a ligação de João vem a tona em meus pensamentos. A frieza com que ele disse, tudo que ele fez com ela. Era inevitável não sentir meu sangue pulsar descontroladamente de raiva.
Sentado no sofá, perdido nos problemas, escutei barulho de porta se fechando. Eram 4 da manhã. Só Bak ficava acordado até essas horas, e ele não estava em casa.
Babi: está de volta - disse descendo as escadas com seus olhar totalmente voltado a mim. Assenti, apenas devolvendo esse olhar - a casa estava triste demais sem você.
Uma risada escapou sem que eu percebesse.
Victor: estava? - perguntei, fingindo surpresa.
Babi: não - e então seu sorriso se abriu mostrando todo o seu sarcasmo de sempre - por que ainda está acordado?
Victor: eu não durmo - respondi, olhando ela voltar da cozinha com um copo de água.
Babi: oh, claro - concordou em desdém se virando para subir as escadas.
Me levantei, me aproximando dela. Meu corpo parou a centímetros do seu. Bárbara apensas parou, me olhando firmemente sob seus cílios negros.

Victor: Bárbara, eu... - não havia nada em minha mente quando a chamei de volta - deixa. Amanhã conversamos.
Me conformei de que, isso estava se tornando cada vez mais confuso e cada vez mais forte. Dois dias. Foram apenas 48 horas longe dessa mulher e todo o meu corpo pedia pelo dela.
Babi: tudo bem - ela assentiu confusa, voltando a subir os degraus um a um quando a porta se abriu batendo fortemente na parede.
Nossos olhares se voltaram na direção da entrada com o barulho forte que ressoou pela casa.
Victor: que porra é essa? - gritei, vendo que Bak estava se arrastando para dentro. Sua camisa branca estava tomada pela cor vermelha, cortes pelo rosto e punhos sangrando.
Bárbara e eu seguramos seus dois braços como apoio para que ele chegasse até o sofá.
Quando Bak se deitou, esticando-se totalmente, ele soltou um gemido agonizante. Seja o que quer que tenha sido o responsável por isso, foi alguém que conhecia seus pontos fracos, porque se me lembro bem, Bak nunca havia perdido uma luta.
Victor: vá até o quarto da Voltan. Acorde ela! - pedi a Bárbara que prontamente atendeu meu pedido correndo pelas escadas até o quarto dela.
Quando ela sumiu da minha linha de visão, meu olhar voltou para Bak na minha frente.
Victor: quem fez isso? - perguntei, ajudando ele a se deitar melhor no sofá.

Bak: adivinha - sua voz era baixa e sucumbia dor.
Victor: filha da... - me levantei esbravejando, eu sabia que uma hora ou outra ele começaria a mandar seus recados. Eu só não sabia que começaria por um dos meus melhores homens. Bak tentou se levantar, mas eu o impedi forçando-o a se deitar novamente - da pra ficar quieto? Provavelmente você tem uma ou duas costelas fraturadas. Carol já está descendo.
Bak forçou um riso quando acabei de falar.
Bak: isso vai ser interessante - disse entre sua respiração oscilante.
Victor: o que? - não entendi sua frase, mas ele não teve tempo para responder também porque Carol havia acabado de descer as escadas junto de Bárbara.

Bak: me pegaram de costas. Jogo sujo. Eu estava terminando um trabalho quando me acertaram. Quando minha consciência retornou, haviam quatro caras encapuzados em volta, com barras de ferro e punhais. 4x1, não era uma luta justa, mas eu levei a vantagem nos primeiros minutos até que uma das barras bateu contra meu torax me jogando no chão novamente -ele gemeu de dor mais uma vez quando Carol tocou em mais um de seus ferimentos, sua respiração estava entrecortada provavelmente por conta da cor que sentia -daí em diante eu não vi mais nada, somente meu sangue correndo lentamente pelo chão.

Não disseram nada, fizeram o que tinham que fazer e saíram. O recado era claro, queriam mostrar com quem estávamos mexendo. Covardes.
Alguns minutos depois, Carol ainda tentava limpar todos os cortes de Bak. Continuei aqui observando, mas minha mente estava longe. Meu corpo estava tomado pela ira.
Bak: porra, para de apertar - gritou pela décima vez.
Carol: eu preciso saber se há mais fraturas no seu corpo, então cala a merda da boca e me deixa terminar, machão.

Ele teve sorte, além de cortes, alguns fundos, e hematomas pelo corpo Bak só teve seu ombro deslocado como um dos ferimentos mais preocupantes

Carol: tome um banho e retire todo esse sangue seco de sua pele. Quando terminar, me fale para eu subir e fechar todos os seus cortes - disse pegando todos as gases sujas do chão e as colocando em um saco plástico.
Bak: sim, senhora - concordou em deboche.
Ele tentou se levantar, mas gemeu de dor com o esforço. Fiz ele se apoiar contra mim e o levei até seu quarto. Parado na porta, não saí dali até ele falar.

Bak: o que? Vai me ajudar a tomar banho também? - ironizou. Sorri e me virei deixando-o fechar a porta finalmente.

DANGEROUS TOUCHOnde histórias criam vida. Descubra agora