[Barbara Passos]
Sentada na sala, ainda pensativa com tudo que havia acontecido a poucos minutos, vi Bak deixar a sala de Victor pelo canto do olho. Subiu as escadas em passos fortes, nem sequer ousou direcionar seu olhar aqui. Segundos depois Victor também saiu, mas ao contrário de Gabriel, ele me enxergou aqui. Seu corpo lentamente se aproximou do sofá onde eu estava. Seu olhar frio ainda estava ali.
Victor: tudo bem? — perguntou, dando um leve soco no sofá. Assenti — ainda com fome depois de, hum, daquela merda toda?
Eu nem sequer lembrava que precisava comer. Toda a adrenalina havia sugado minha energia em poucos segundos quando deixou meu corpo.
Babi: comer não seria de todo modo ruim — sorri de canto.
Victor: vou me virar ali, prometo fazer algo que preste.
Babi: não vai querer ajuda? — perguntei me levantando. Eu só queria minha mente em outro lugar.
Victor se virou, me fitando, assentiu sorrindo. E lá estava, aquele pequeno e simples gesto parecia estranhamente acalmar uma parte de mim. A parte insegura, cautelosa e extremamente apreensiva que sempre esteve aqui. Nunca se apagou um minuto sequer.
[...]
Babi: eu te falei que não precisava de mais sal — tentei dizer em meio as risadas — está horrível, Victor!
Victor: eu, absolutamente, não sei do que está falando, Passos — disse após beber todo o copo de vinho que estava na sua frente — mais vinho, por favor.
Babi: oh não. Você já bebeu duas. Só vou lhe servir mais uma taça se admitir que colocou sal demais — meu olhar semicerrado o encarou, consegui segurar por alguns segundos uma postura séria antes de cair no riso novamente — DIZ LOGO! VAI!
Victor estava prestes a confessar seu erro, quando um barulho de passos na escada nos prendeu a atenção naquele instante.
Thaiga: porque estão rindo tanto? Dá pra escutar lá de cima! — disse entrando na cozinha logo em seguida agarrando uma lata de energético da geladeira.
Victor: aparentemente Bárbara não tem um paladar confiável — falou me desafiando. Cínico. Sorri desacreditada.
Babi: ainda estou esperando você admitir que errou a mão — meus braços se cruzaram o encarando.
Thaiga se aproximou de mim, pegando meu garfo sob a mesa, enrolou a massa no prato e levou até a boca. Eu e Victor estávamos atentos a sua expressão enquanto mastigava. Dois segundos depois e...
Thaiga: minha mãe com certeza está rolando no túmulo nesse momento depois dessa receita perfeita que ela te ensinou e você estragou com todo esse sal! Ta querendo se matar, moleque? — disse e saiu me dando a chance de cantar a vitória.
Babi: EU DISSE!
Victor sorriu, se servindo de mais vinho.
Victor: talvez eu tenha realmente colocado sal a mais.
Babi: talvez?
Victor: talvez.
Nos levantamos para deixar os pratos na pia, eu me recostei no balcão enquanto ele fez a mesma coisa na mesa, ficando de frente para mim. Um silêncio tomou conta do lugar quando nossos olhares se prenderam um ao outro. Um sorriso idiota surgiu em meus lábios quando Victor não cedeu, ainda vidrado em mim. Mais especificamente em minha boca. Era como se eu pudesse ler sua mente naquele momento, porque eu sabia bem, estávamos desejando a mesma coisa.
Sem que eu me desse conta, Victor me puxou para perto de seu corpo em um choque. Me virando completamente, ele tomou meu lugar, se encostando na pia com meu corpo colado ao seu. Nossas bocas tão perto que conseguia facilmente sentir seu hálito do vinho que havíamos acabado de beber. Seus lábios avermelhados do vinho já estavam molhados, mas ele tratou de umedece-los novamente. Mirei meus olhos um pouco acima de sua boca encontrando seu castanho me fitando. Um calafrio passou pelo meu corpo, e então selamos nossas bocas.
As mãos de Victor viajaram em meu corpo, uma delas presa a minha cintura enquanto a outra segurava forte algumas mechas do meu cabelo me forçando a inclinar o rosto para um melhor encaixe de nossas línguas, que por sinal, não pareciam satisfeitas com o que tinham ali.
Gemidos baixos ecoavam por sua garganta quando o beijo se tornava mais intenso.
Ele desceu sua outra mão para minha cintura, me agarrando forte, virou-se e me sentou sobre o balcão que estava encostado. A pegada desse homem era de outro mundo. Eu podia sentir todas as minhas terminações nervosas ganhando vida nesse momento. Logo sua boca se desprendeu da minha, mas ele não recuou. Nossas testas ainda estavam coladas uma a outra. Eu vi quando Victor deixou escapar um suspiro pesado de seus pulmões. Seus olhos se abriram bem perto dos meus. A nossa conexão ainda estava ali, mesmo depois de dias sem nos tocarmos dessa maneira.
A mão dele se desprendeu de minha cintura, deslizando sobre meu peito até chegar na base do meu pescoço. Ele segurou forte, me fazendo arfar.
Victor: você é minha, Passos — confirmei, mesmo que odiasse sua possessividade — espero que não tenha se esquecido disso.
Ainda fora de mim, passei minha língua molhando meus lábios a espera dos seus novamente, mas o que ganhei não foi exatamente o esperado. Victor sorriu, diabolicamente, retirando sua mão do meu pescoço. Ele deslizou seus dedos quentes sob meu rosto, passando para meus lábios molhados colocando-o entre meus dentes.
Victor: porra, você não tem noção do quando eu desejei essa boca linda em volta do meu pau durante todos esses dias — franzi minhas sobrancelhas pedindo por mais — te imaginei na minha cama, fodendo como uma louca em cima de mim — minha respiração naquele instante se tornou totalmente irregular, bem mais do que já aparentava estar. Meus corpo estava em abstinência, e ele era a minha droga — quero você, nua, e não ligo se eu precisar implorar por isso.
Nó dois sabíamos bem que não poderíamos dar certo, mas não conseguíamos negar todo esse fogo. Era como se ele soubesse me ler por completo. Eu era um livro aberto para ele, e ele tinha tudo de mim. Mas não era certo.
Babi: por que ainda estamos perdendo tempo aqui? — perguntei com a voz mais sexy que consegui. O efeito foi imediato. Victor me colocou em seus ombros da forma mais primitiva que pudesse imaginar. Mas ao contrário do que eu pensava, ele não me levou até seu quarto.
Me colocando no chão, Victor trancou a porta de seu escritório dando uma última olhada do lado de fora. Assim que se virou, veio em passos largos até a mim. Seus olhos totalmente escurecidos fizeram meus pulmões pedirem por ar.
Babi: o que ha de errado com nossos quartos? — perguntei já com Victor puxando minha blusa para longe do meu corpo.
Victor: Thaiga dorme do lado — disse, mais uma vez arrancando outra peça de roupa minha.
Babi: e qual o problema disso? Nunca levou nenhuma mulher para lá? — meu lado possessiva estava gritando nesse exato momento. Isso era ridículo, mas eu não conseguia segurar dentro de mim.
Victor: nunca trago ninguém pra essa casa — ele foi direto, me fazendo parar.
Babi: e então aquela, hum, pessoa que estava sentada no seu colo naquele dia era o que? Um homem? — meu lado sarcástica ganhou vida novamente.
Victor: porra, Passos. Está com ciúmes? — perguntou com um pequeno sorriso no canto de seus lábios — ela foi uma tentativa ridícula de te tirar da minha mente. Não aconteceu nada, e não aconteceria mesmo se não tivesse entrado aqui. Meu corpo pede pelo seu desde o dia que te vi parada naquela porta.
Engoli seco. Isso era mais do que eu queria ouvir.
Isso era mais do que precisávamos ter.
Babi: você sabe que... — o toque de seus dedos sob minha boca me calou.
Victor: shhh, Passos. Você sempre fala demais — disse sorrindo, antes de tomar minha boca como dele.[conteúdo +18]
Victor retirou todas as peças de roupa que cobriam meu corpo, incluindo minhas intimidades. Eu estava completamente exposta debaixo de seus olhos negros que ainda permaneciam sob mim.
Victor: você é linda — disse depois de alguns segundos com seus olhos vidrados em minha pele — tudo em você me tira do eixo, tudo.
E então ele me beijou duro, retirando habilidosamente suas últimas peças de roupa. Seus lábios quentes se soltaram dos meus quando sua boca roçou minha pele fina da orelha. Arrepiei com seu toque, logo em seguida Victor mordeu meu lóbulo, descendo mais, começou a depositar beijos quentes em toda a região do meu pescoço enquanto suas mãos grandes deslizavam pelas minhas costas, parando finalmente em minha bunda. Ele agarrou firme, me fazendo virar e cair de quatro. Me ajeitei no tapete sabendo exatamente do que me aguardava.
Meus olhos se fecharam quando a boca de Victor tocou minha intimidade, totalmente molhada. O vai e vem de sua língua me tiraram do ar, me fizeram gemer tão alto que nem mesmo eu me reconhecia ali. Eu estava com tanto tesão, tanta vontade de tê-lo dentro de mim novamente. E como se nossas mentes fossem ligadas, ele parou, eu o escutei se afastando para pegar a camisinha de sua carteira. Poucos segundos depois seu dedo me penetrou, meus olhos se fecharam novamente com a sensação intensa que ele me provocava. Mais e mais estocadas, eu sentia meu líquido lubrificante escorrer pela parte interna de minhas coxas.
Sem avisar, Victor finalmente me penetrou empurrando meu corpo para frente na primeira estocada forte. Gememos juntos, alto e áspero. Cada vez mais sentia-o mais fundo em mim, mas parecia que não era o suficiente. Eu queria mais dele.
As mãos grandes dele marcavam minha pele quando não estavam firmes segurando minha cintura.
Quando senti minha onda de prazer percorrer todo o meu corpo, Victor me puxou ainda dentro de mim, colando nossos corpos. Me segurando pelo pescoço, pude escutar sua respiração alta seguida de gemidos roucos.
Victor: me aperte, Passos — pediu. Obedeci, liberando todo o meu orgasmo finalmente.
Victor caiu logo em seguida, retirando o preservativo e o jogando para o lado.
Estávamos deitados, completamente nus e suados no tapete de seu escritório. Meu coração ainda batia forte em meu peito quando Victor subiu em cima de mim, apoiando seus cotovelos bem perto de minha cabeça.
Meus olhos ainda permaneceram fechados, apenas desfrutando daquele experiência incrível que havíamos acabado de compartilhar.
Eu simplesmente não queria voltar à realidade.
Victor: perfeito — disse com sua voz rouca, tão baixa quando roçou seu rosto entre meus cabelos.
Babi: sim, foi — respondi sorrindo, ainda com meus olhos fechados.
Victor: isso, sim — concordou apertando ainda mais seu corpo contra o meu — mas eu não quis dizer isso, quis dizer você.
Meus olhos se abriram encontrando o castanho de Victor totalmente vidrados em meu rosto. Eu esperava ver uma pequena provocação ali. Mas tudo que vi foi sinceridade.
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DANGEROUS TOUCH
FanfictionMais de uma vida envolvida em toda a armadilha friamente calculada. Um perseguidor que não para. Uma policial que não desiste fácil. Quão tênue é a linha que separa a atração da obsessão? Bárbara era recém-formada em advocacia, ocupava um bom cargo...