Capítulo 9

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[Barbara Passos]

Meu corpo estava fraco, uma dor de cabeça logo me atingiu quando acordei. Meus olhos lentamente se abriram e então percebi que não estava mais em um lugar conhecido.
Aos poucos minha mente começou a se lembrar vagamente do que aconteceu. Victor.
Me levantei ainda tonta observando o quarto que eu estava.
Nada anormal, tudo era novo e limpo.
E então a raiva finalmente veio sob meu corpo. Eu deixei isso acontecer.
Minha desconfiança era real, ele não era tão mocinho assim. Desde que meus olhos caíram nele, eu senti cheiro de culpa. O problema? Eu havia me deixado levar por seu rostinho bonito. Meu único deslize.
Eu fiquei ali por horas tentando entender tudo, cada movimento dele. A única peça que não se encaixava era o motivo. Com a profissão que eu exercia, claro que eu estaria sob o olhar de facções e traficantes, mas nada parecia se encaixar a ele.
Sentada no chão frio com as pernas junto ao meu corpo, eu escutei a chave virar dentro da fechadura. Me levantei rapidamente com meus punhos cerrados.
Victor: ei - ele riu com suas mãos em sinal de rendição ao notar meus punhos - tenha calma, princesa.
Babi: por que estou aqui? - eu disse, ainda sem expressão. Apenas analisando tudo.
Victor: porque preciso da sua ajuda - sua resposta era sempre em tom de ironia - você querendo, ou não.
Babi: que cavalheiro - entrei no jogo, mas a veia dilatando-se em seu pescoço mostrou que ele não havia gostado disso.
Victor: sem gracinha, Bárbara. Ou... - eu o interrompi.
Babi: ou o que? - desafiei, sem medo. Já vi de tudo nessa vida, medo era algo que não existia mais em meu dicionário.
A respiração de Victor der repente se tornou pesada. Seus olhos fixos nos meus. Não recuei quando ele se aproximou lentamente do meu corpo.

Babi: você precisa de mim pra alguma coisa, acredito que morta eu não ajude muito, então... - eu peguei um sorriso perverso tomar seus lábios enquanto ele se aproximava cada vez mais - me matar você não vai.
Victor: justo - ele disse, agora parado em minha frente - mas isso não muda o fato de que você vai, com toda a certeza, me ajudar.
Babi: se pedir com a palavrinha mágica, talvez eu possa pensar - eu não podia parar, o sarcasmo era meu mecanismo de defesa.
A mão pesada de Victor pressionou meu pescoço me colocando contra o espelho do guarda-roupa. Eu não pude perceber seu movimento, foi mais rápido do que eu. Minhas mãos tentavam a todo custo solta-lo de mim. Totalmente em vão, e então ele alargou um pouco a pressão quando seu rosto se aproximou do meu.
Victor: não me provoque, Bárbara. Vai ser pior pra você - eu podia facilmente sentir seu hálito quente em minha pele - e para seu governo, você vai sim me ajudar a achar seu fodido papai, vai tirar todo o maldito dinheiro que ele me deve e ainda vai vê-lo sangrando no chão da rua por ter demorado tanto e ignorado todos os meus avisos. Eu fui claro ou precisa de instruções desenhadas?
Revirei meus olhos.
Quando ele se afastou, me deixando sair de suas garras eu finalmente consegui me recompor. Olhando ele se afastar ainda mais, de costas pra mim.
Babi: eu não vou participar do seu plano sujo - gritei, fazendo-o parar na porta.
Victor: você É o meu plano sujo - disse, sem nem se dar o trabalho de virar-se para mim. Apenas disse por cima de seus ombros rindo e saiu trancando novamente a porta.

DANGEROUS TOUCHOnde histórias criam vida. Descubra agora