Capítulo 11

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[Barbara Passos]

Quando a porta se fechou, me levantei para ver o que ele havia deixado ali. Eram roupas femininas, toalhas e algumas coisas de banho. Bom, pelo menos um banho decente eu poderia tomar.
Levei tudo para o banheiro e assim fiz. Deixei a água correr pelo meu corpo, aproveitando para raciocinar com mais precisão sobre tudo o que deixei acontecer.
Agora eu sabia que Victor era um agiota, estava atrás do meu pai por conta de divida. O problema era o porque de eu estar envolvida nisso.
O último contato que tive com esse homem foi a 4 anos atrás, quando fugi da casa onde eu morava. Meus avós me deram o suporte desde então. Tentei cortar todos os laços que tinha, mas é claro, família é família e uma hora ela sempre volta pra te perturbar, mesmo que indiretamente.
Seja o que Victor quer de mim, eu sei que não poderei dar. Isso é o que me assusta.
Peguei a toalha tirando um pouco da umidade dos meus cabelos e depois a enrolei em meu corpo. Saí do banheiro ainda pensativa, e então lá estava ele. Sentado na minha cama, me esperando.
Babi: creio que você não foi ensinado a ter modos quando criança. Acertei? - forcei um sorriso, encarando seus olhos se escurecendo bem diante dos meus.
Victor: ainda tentando bancar a engraçadinha, Passos? - ele se levantou, e por alguns segundos eu pensei em recuar. Mas continuei ali, apenas observando sua expressão séria - não teste minha paciência.
Babi: não tenho nenhum medo de você.
Victor: seria bom ter - ele se aproximou ainda mais, engoli seco - vista-se, quero conversar com você.
Babi: é só me dar licença.
Victor: não estou muito a fim... - ele só podia estar de sacanagem.
Babi: como?
Victor: suas roupas estão bem aqui, anda, vista-se - ordenou, olhando para as roupas na cadeira, em seguida para mim.
Respirando fundo, com meu corpo zumbindo de raiva, caminhei até elas e peguei a primeira muda que vi. Me virando, segui para o banheiro, mas sua voz rouca me fez parar.
Victor: aonde está indo, Passos? - me virei, minhas sobrancelhas unidas em confusão.

Babi: me vestir? - seus olhos correram por toda a extensão do meu corpo até pararem novamente em meu rosto. Um sorriso malicioso tomou conta de seus lábios.
Victor: aqui, na minha frente - eu tentei fingir que, por um segundo, isso não me fez ter uma leve pulsação entre minhas pernas.
Babi: nem pensar. Eu vou me trocar no banheiro - contestei, visivelmente irritada.
Victor: na minha frente, Bárbara - e mais uma vez sua voz firme me fez parar. Eu percebi seu olhar de desejo, não era apenas para mostrar que estava no controle. Seu pedido ia além disso. Revolvi aproveitar. Eu já estava com minha roupa de baixo, o que faltava era somente a calça e a blusa.
Tendo a certeza de que seus olhos estavam fixos em mim, deixei a toalha deslizar sob minha pele. E foi aqui que confirmei minha suposição. Seus olhos travaram-se em meu corpo totalmente. Sua boca abriu levemente, quando sua respiração tornou-se mais acelerada. Havia uma atração aqui, querendo ou não, eu mexia com ele.
A calça moletom estava na minha mão, passei um pé, depois o outro e então subi ela até minha cintura. O problema, era que estava larga demais para parar ali.
Babi: quanto supôs que eu vestia? - perguntei, tirando seus olhos dos meus seios.
Victor: 40? Não entendo dessas merdas, só deduzi - sua voz estava mais baixa que o normal, seus olhos não saíam de mim.
Babi: perfeito, apenas 2 números acima do meu - eu disse, puxando o que sobrou do tecido em volta da minha cintura - está largo.
Victor: vou cuidar disso.
Ele simplesmente saiu, trancando a porta de novo.

DANGEROUS TOUCHOnde histórias criam vida. Descubra agora