Capítulo 13

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[Barbara Passos]

Demorei a dormir, minha mente com um zilhão de pensamentos não me deixou descansar um segundo sequer. Mas quando os primeiros feixes de luz transpassaram a cortina, eu deixei que o cansaço me vencesse.
Horas depois eu acordei com um barulho na porta. Abri meus olhos lentamente para ver ao lado da cama um café da manhã quase que completo. Comi o necessário depois o coloquei em cima da cômoda. Percebi que além das comidas haviam também roupas novas sob a cadeira. Peguei a etiqueta vendo que dessa vez, pelo menos, alguém havia acertado.
Fui para o banheiro tomar um banho quente pra despertar a mente e o corpo. Vinte minutos depois, saí finalmente daquele vapor quente que havia se formado dentro do box. Dessa vez me vesti ali dentro mesmo, apenas para caso alguém estivesse me esperando lá fora. E como esperado...
Babi: tem o costume de entrar no quarto dos outros sem avisar ou é só no meu mesmo? - perguntei enquanto desenrolava meus cabelos da toalha. Suas sobrancelhas subiram e seu sorriso se alargou.
Victor: dormiu bem? - ele se levantou, indo até a janela que tinha ali, se apoiando nela.
Babi: oh, claro, nem parecia que eu estava presa em uma casa que não conheço, com pessoas que não conheço e por um motivo que, até agora, não me foi explicado - encarei seu rosto com a luz do sol batendo em seus olhos. Sua expressão suave dessa vez me dizia que ele já estava se acostumando com todo o meu sarcasmo.
Victor: muito bem, Bárbara. Chega de enrolação, onde ele está? - seu rosto se escureceu der repente com sua pergunta.

Babi: eu não sei - respondi, eu realmente não sabia. Desde que fugi, ele simplesmente morreu pra mim. Mas parece que minha resposta não satisfez os ouvidos de Victor.
Victor: vou te perguntar mais uma vez: Aonde. Ele. Está? - perguntou pausadamente, sua voz rouca e firme penetrou meus ouvidos quando eu vi a raiva em seus olhos.
Babi: Eu. Não. Sei! - era isso.
E novamente, minha resposta não foi assimilada por sua mente.
Victor se moveu para cima de mim, as palmas de minha mão chocaram-se contra seu corpo forte na tentativa de para-lo. Em vão, porque ele segurou meus pulsos me empurrando para cama atrás de mim.
Quando eu me sentei, sua mão segurou meu queixo forçando-me a encara-lo. Eu fiz, seus olhos negros em mim, seu maxilar estava quase que travado diante de todo o seu corpo tenso.
Victor: fale, Bárbara. Acredite, vai ser pior para você, não para ele caso tente protege-lo - eu ri. Simplesmente por ser um absurdo o que ele estava dizendo. Proteger meu pai? Isso estava longe das minhas vontades.
Victor: fale qualquer porra de informação que me ajude a chegar até esse miserável! - ele gritou, me fazendo segurar firme o lençol entre meus dedos.

Babi: quantas vezes terei de falar que EU NÃO SEI? - perdendo meu controle, gritei para que ele pudesse ver que eu não estava mentindo. Mas não foi isso que o fez recuar, e sim as poucas lágrimas que se formaram em meus olhos. Eu odiava ter de lembra-lo, falar dele me causava repulsa e a mera menção de sua existência mexia com meu psicológico. Eu era uma policial treinada tanto fisicamente quanto mentalmente para controlar minhas emoções diante dessas situações, mas agora foi inevitável. Eu perdi parte da minha armadura.
Victor se afastou, me deixando sentada ali, tentando conter a todo custo que alguma daquelas lágrimas caíssem.
Eu apenas escutei a porta batendo, mas ele não a trancou dessa vez.

DANGEROUS TOUCHOnde histórias criam vida. Descubra agora