[Victor Augusto]
Já se passava das quatro da manhã, o rosto delicado de Bárbara estava bem diante dos meus olhos e eu não conseguia sequer piscar. Todo o meu pensamento havia sido tomado pela raiva. Totalmente indefesa, mesmo depois de tantas memórias ruins, ela ainda parecia inocente e indefesa. Mesmo que fosse o contrário.
Bárbara com certeza me ensinou muito em tão pouco tempo de convivência, e mais do que isso, ela despertou um sentimento que eu mal sabia que ainda poderia cultivar.
Dois meses.
Esse foi o tempo que levou para eu me apaixonar pela mulher que agora dorme em meus braços, totalmente nua coberta apenas por um lençol no tapete do meu escritório.
Bárbara suportou muita coisa para vingar a morte de sua mãe.
Essa merda não poderia permanecer por mais tempo.
Eu sabia que ela e eu, éramos recentes. Estávamos ainda conhecendo um ao outro. Mas isso, agora a encarando dormir tão linda parece não significar nada. Ela é minha e eu cuido das pessoas que amo. Não sou covarde o bastante de estar aqui, dizer que em breve vamos resolver toda essa merda sem ter uma porra de plano em mente.
Promessas não significam merda nenhuma sem ações para apoia-las. E eu, bem, sou o tipo de pessoa movido pela ação.
Ninguém.
Absolutamente ninguém mexe com o que é meu.
Envolvendo Bárbara naquele lençol sem que ela acordasse, a peguei no colo, levando ela até seu quarto e a colocando deitada sobre sua cama macia. Cobri seu corpo incrivelmente desenhado, passei meus dedos suavemente sob sua pele quente. Deslizei uma mecha de seu cabelo para junto de sua orelha, deixando mais visível suas sardas para mim.
Me aproximando de seu rosto, beijei seus lábios me despedindo.
Assim que tranquei seu quarto, desci novamente até meu escritório. Abrindo as gavetas e as jogando pelo chão, me mantive apenas concentrado nas últimas pistas sobre o endereço que aquele imbecil havia deixado escapar, ignorando completamente a bagunça que eu iria deixar nessa sala.
Quando o papel que Thaiga anotou todas as localizações recentes deles parou em minha frente, risquei todos os possíveis lugares até chegar no mais provável.
Era só isso que eu precisava.
Peguei a bolsa do chão e segui até a garagem. Era aqui que ficava todo o armamento. Peguei o colete, duas pistolas e balas.
Tirei minha camisa vestindo o colete em seguida, coloquei tudo que eu precisava dentro da bolsa. Eu não precisaria de muito.
Passei a alça da bolsa pela cabeça, subi em minha moto e desci o capacete.
Acelerando apenas uma vez, saí da garagem, sabendo que me vigiavam.
Olhei para trás mais uma vez antes de seguir para meu destino.
Eu realmente espero acabar com tudo isso.
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DANGEROUS TOUCH
FanfictionMais de uma vida envolvida em toda a armadilha friamente calculada. Um perseguidor que não para. Uma policial que não desiste fácil. Quão tênue é a linha que separa a atração da obsessão? Bárbara era recém-formada em advocacia, ocupava um bom cargo...