Capítulo 2: um plano sem falhas.

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espaço tempo • duas semanas atrás:

[Victor Augusto]


Tudo estava perfeitamente encaminhado. A sorte estava do meu lado, já que eu fazia parte de um grupo forte e repleto de talentos.
Sou um dos maiores agiotas desse país, é claro que eu teria todas as manhas a meu favor. Ninguém era louco o suficiente para entrar em meu caminho sem antes deixar assinado seu próprio atestado de morte.
No meu escritório, estudando todos os passos que eu daria essa noite, fui interrompido quando Bak entrou.
Victor: a porra da porta está aí por um motivo, custa bater antes de entrar? - resmunguei, irritado - espero que não seja mais nenhum problema.
Fechei o notebook podendo olhar firmemente para meu parceiro.
Bak: Carol já contatou com o alvo, ele ainda está resistente em não pagar. Está com sorte!
Victor: ele é um pé no saco, nem se ganhasse na loteria conseguiria me pagar com os juros que pegou - bebi um gole do uísque que ainda havia em meu copo. Me levantei, ajeitando minha G18 na cintura - menos um na lista.
Na sala, Carol havia acabado de fechar seu notebook, enfileirando alguns papeis sob a mesa.
Carol: acabei de digitar seu novo histórico no banco de dados da polícia, sua identidade falsa já está regularizada. Thaiga cuidou disso.
Victor: bom - eu disse, pegando as chaves da moto em cima do balcão - onde está o celular para a filmagem?
Thaiga: está aqui - me virei para a escada vendo minha irmã descer com um sorriso no rosto segurando o celular em suas mãos - já limpei o histórico de localização daqui, está novinho e sem rastros comprometedores. Joguei a localização dele para a casa em que você vai ficar nos próximos dias.
Victor: você é foda! - falei, puxando-a para um pequeno aperto. Thaiga era a única que recebia uma pequena quantidade de afeto da minha parte, nenhuma outra pessoa tinha esse privilégio. Somente ela.

Thaiga: tem certeza disso tudo, Augusto? - suas sobrancelhas unidas diziam muito sobre sua preocupação - qualquer deslize e eles podem descobrir.
Victor: fique calma, querida - eu pisquei, pegando meu capacete no armário - tudo sob controle.
Saí, deixando que a porta atrás de mim batesse. Caminhando até a garagem, subi em meu bebê e acelerei para fora da propriedade. Faltavam pouco minutos para meu plano ganhar vida.

Mob e Bak já estavam no galpão cuidando do vagabundo. Esse era meu trabalho como executor, mas dessa vez seria uma boa exceção. Bem posicionado com minha moto já estacionada, tirei o celular do bolso da jaqueta e fingi estar gravando a casa a minha frente, como se eu me interessasse em sua venda. Filmando alguns detalhes idiotas, foquei na minha esquerda, onde os caras estavam, totalmente encapuzados, arrastando o corpo para fora do galpão ao lado. Tudo estritamente calculado. Como se eu me assustasse, aumentei o zoom por alguns segundos e depois parei de gravar, subindo em minha moto e seguindo para casa.
Alguns minutos depois, cheguei encontrando Carol e Thaiga na cozinha. Thaiga assim que me viu veio em minha direção.
Thaiga: onde está o celular? - disse limpando suas mãos em sua blusa e pegando uma luva sob a mesa quando eu entreguei - ok, vou tirar suas digitais e colocar as que estão no banco de dados. Ligue para a polícia e os avise sobre o crime.
Concordei, pegando o telefone com localização alterada. Preparei para a maior encenação já vista por todos dessa casa.

call on • 190:

Policia: posto de comando, como posso ajudar?
Victor: por favor, eu-eu acho que acabei de presenciar um assassinato -
falei com a voz tremula, tentando passar o máximo de apavoro. A real, era que o cara nem havia sido morto. Apenas o assustamos para que arranjasse logo nosso dinheiro.
Policia: senhor? Me passe a localização, mandaremos uma viatura para aí já.
Victor: rua xxxx, bairro xxxx, perto de um galpão abandonado no fim da rua, vi dois caras encapuzados arrastar um corpo para fora desse galpão, eu estava vendo a casa ao lado para venda quando filmei o delito - minha voz estava mais firme, mas ainda demonstrava medo.
Policia: estávamos enviando a viatura, o senhor ainda está no local?
Victor: não, eu saí assim que vi do que se tratava - ofusquei um pequeno riso.
Policial: peço que o senhor se dirija até o posto de comando mais próximo para relatarmos o ocorrido.
Victor: farei isso, obrigado.

call off

Assim que desliguei, Mob e Bak estavam parados na porta segurando o riso assim como Carol e Thaiga.
Carol: amei a parte do "acho que acabei de presenciar um assassinato" - ela riu debochando - me pareceu bastante sincero visto que na maior parte do tempo, é você quem quase provoca um.
Me aproximei do barzinho que ficava perto da cozinha, pegando três copos e uma garrafa de gin, enchi-os e levei para os caras.
Victor: bom trabalho - falei entregando as bebidas.
A primeira parte estava feita, agora era só conversar com o superior dela, que já me devia um favor, e pedir a proteção.

DANGEROUS TOUCHOnde histórias criam vida. Descubra agora