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♡.

– Lou. – uma voz sussurra em meus ouvidos. Eu franzo a testa quase instantaneamente ao ser acordado, os olhos se cegando brevemente por olhar pela sala mal iluminada, e pela queima de exaustão. Sou saudado por Harry, que usava seu traje preto de costume. Ele estava alerta e consciente. 

– Vamos. – acrescenta rapidamente, sem esperar que eu reaja totalmente enquanto agarra meus pulsos e me senta. Eu amplio meus olhos cansados ​​e tento permanecer focado em seu comportamento abrupto. – Não temos muito tempo. – diz em um tom firme, parecendo quase zangado comigo. 

Eu inalo bruscamente e silenciosamente corro em direção à cômoda. Em um instante, estou vestindo uma calça jeans simples e uma camiseta cinza. Eu coloco um suéter por cima, puxando meus pés em um par de sapatos. 

Minhas mãos esfregam contra meus olhos, desesperadas para remover essa postura lenta e cansada. Deixo meu cabelo em suas ondas bagunçadas e indisciplinadas e me junto a ele, que estava arrumando as coisas na cama. 

Harry amarra a mochila nas costas, a mandíbula travada firmemente e sua visão focada no silenciador que ele estava prendendo no cano da arma. Meu instinto inicial era pegar uma para mim, mas ele foi mais rápido e me lançou uma arma com a trava de segurança ainda em funcionamento.

– Não teremos que atirar a menos que sejamos vistos. Prefiro que não sejamos, então temos que nos mover o mais rápido possível. – ele explica monotonamente. 

Eu aceno em compreensão. – Ok. – sussurro. – E câmeras? Sensores de movimento?

– Eu os desativei por alguns minutos. Temos cinco minutos para sair pela parte de trás. Mais abaixo na zona rural aguarda um carro que estacionei lá ontem. – me informa, segurando a arma com o cano para baixo. Seus olhos verdes pálidos encontram os meus. 

Há menos tentativa de encobrir minha paranóia e medo. Ele sabe que estou com medo e não tenho mais motivos para negar. Eu apenas agarro minha arma com força, com os nós dos dedos ficando brancos, antes que ele gesticule com o queixo para que seja melhor sairmos. 

Eu observo o relógio. Eram três da manhã. Meu último olhar para o quarto é breve e desinteressado. Estou disposto a deixar este confinamento na esperança de melhores condições, mesmo nas circunstâncias de nossa situação atual. 

Harry lidera o caminho, mantendo seus passos quietos e sua tranquilidade excessivamente alta para um enredo tão cheio de suspense. Arrepios envolvem minha pele em suas extremidades frias e nervosas. 

Minha mão começa a ficar dormente depois de dois minutos. Descemos as escadas, nossos passos sendo silenciosos. Haviam alguns homens que estavam diante dos computadores e que assistiam a tela com desinteresse. Muitos deles estavam concentrados demais nas reprises de um jogo de futebol na televisão.

Sigo com o coração na garganta, com os olhos arregalados e alertas. A adrenalina me mantém alerta enquanto Harry caminha com muito prestígio e pouca preocupação. Olho para trás com frequência, mas acalmei-me quando vi a saída dos fundos da enorme casa que se tornou minha prisão. 

O ar externo era bastante calmo, mas era seco e fresco. Tranco a porta por trás e me lembro de pressioná-la com força, pois qualquer laser que tenha sido desativado irá detectar a porta aberta e disparar alarmes no segundo que os minutos se esgotarem. 

Harry me observava enquanto eu fazia isso, e depois, ele me surpreendeu levemente quando segurou minha mão na sua. Sou levado a uma corrida rápida descendo as colinas de trás e subindo também. Minhas coxas começam a doer e meus pulmões queimam de trabalho excessivo. 

Eu deixei meus lábios entreabertos enquanto ele me levava por árvores altas e vastas. Estava pensando que minhas pernas iriam desistir, mas ele para de correr bem a tempo. Entramos em um ritmo que não era muito lento, mas era mais rápido do que uma simples caminhada. 

Eu estava sem fôlego. Nossa respiração era amplamente audível durante a noite silenciosa e o farfalhar das árvores e arbustos que roçamos. Minha mão aperta a dele na tentativa de encontrar segurança. Isso era muito fácil. 

– A que distância... está o carro? – eu expiro, sentindo-o entrelaçar nossos dedos com força.

Sem olhar para trás, ele murmura: – Só um minuto de nós agora. Não será muito fácil, pois eles verificam você a cada duas horas. E eu.

– Já se passaram duas horas desde a última vez que eles nos verificaram? –  questiono com as sobrancelhas franzidas. 

– Não. Eles não verificarão antes de uma hora e meia. No entanto, não estaremos fora da Itália até lá. – diz com firmeza. 

Eu não questiono mais nada. Minhas pernas são recompensadas com um assento em um carro um minuto depois, como havia prometido. Eu suspiro pesadamente enquanto ele joga a mochila de volta no banco de trás. O carro era uma BMW que estou plenamente ciente que pertencia ao meu pai. 

Enquanto colocávamos o cinto de segurança, digo: – Este é o carro do meu pai. As pessoas podem nos encontrar pelas placas.

– Dois passos à sua frente, querido. – Harry afirma com um breve olhar em minha direção. – Placa removida e substituída pela da caminhonete de um cara.

Eu aceno minha cabeça lentamente, rezando mentalmente por aquele pobre homem que vai ser caçado por causa de uma placa de carro. 

Harry liga o carro rapidamente, passando por vastas árvores e pelas partes escuras do terreno rural. Os faróis cortam a escuridão e eu posso respirar por um momento sem me sentir observado.

– Se tivermos que parar para comer alguma coisa ou ir ao banheiro, preciso que você coloque o capuz do suéter sobre o cabelo. – ele ordena, o que era compreensível. – E não fale a menos que você realmente precise. Eu não vou dizer muito também.

– Para onde vamos depois de deixar a Itália?

– Barbados. – é tudo o que ele diz. – Não podemos ficar aqui por muito tempo, pois quando eles encontrarem a caminhonete do velho, eles vão encontrar a sua identidade e descobrir qual a placa que estamos. Posso continuar trocando-as, mas isso será tedioso.

Nunca estive em Barbados, mas qualquer coisa é realmente melhor do que ficar confinado em um quarto por horas entre os dias. Minha vida social se tornou apenas o próprio Harry, mas eu nem tenho tempo para reconhecer totalmente o desaparecimento de minha vida social. 

Eu gostaria de poder parar de correr para frente e para trás. Mas o suspense é inesperado. 

– O que o espera em Barbados, – murmuro para mim mesmo, embora Harry tenha ouvido como se eu dissesse em voz alta. 

Harry olha para mim, uma mão no volante enquanto a outra estava entrelaçada na minha. Suas sobrancelhas levantam e ele afirma com firmeza: – Sua segurança.

...

obrigada por ler :)

dust bones ➳ larry {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora