Capítulo 13 - Digerindo Informações

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O mordomo Olliver liga nas partes superiores da copa dos servos onde estão, as telas com imagens de segurança dos corredores e cômodos ao redor. Isto serve para saber se as paredes têm ouvidos enquanto se dialoga. Achei muito útil e prestei muita atenção no uso que ele fez do controle das telas.

- Não faço ideia de quem vocês são, exceto que são refugiados, como Endora e os demais servos. De agora em diante vocês são servos enquanto estiverem sob a tutela oficial do embaixador, estão de acordo?

- Servos? - indaga Peeta sob o nome de Alex.

- Servir é uma honra. Significa que não somos descartáveis, nem substituíveis. Enquanto estamos desempenhando nossas tarefas, ninguém pode se sobrepor a nós. Esse é o espírito. É assim que se forma uma equipe. Um ajudando o outro, e cada qual cumprindo com sua tarefa. Mas vocês são livres para sair daqui quando quiserem... isto aqui é um castelo... não uma prisão. Não queremos ninguém aqui insatisfeito, contra a própria vontade. Mas pelo que o embaixador me disse, caso o façam, os predadores de duas pernas da Capital se apressarão a mutilá-los, lhes dando o mesmo tratamento que dariam a mim caso eu fosse louco de sair daqui. Eu não tive a sorte de Endora de poder ser comprado e obter proteção do lado de fora do castelo.

- Ela pode andar pelo país. - digo aos outros.

- Ela é a única dentre os servos que pode. - complementa o mordomo.

Minha dor na perna está um tormento, e pergunto por um médico. Os outros não sabiam dessa minha condição, e sou a única do grupo que não está bem fisicamente devido a este detalhe atroz. Olliver explica que já foi informado pelo médico sobre meu estado, e que não há tratamento para isso. Acrescentou que se eu tiver dificuldades para dormir, ninguém poderá me dar medicamento algum. Ele não soube explicar o motivo disso. Apenas disse que isso é tudo que sabe.

Após o café da manhã, Endora é chamada para nos conduzir a um tipo de auditório, onde teríamos que assistir o dia todo documentários sobre fatos históricos e políticos de Socrática, inclusive a cobertura da rebelião de 77 anos atrás que aqui também ocorreu. Foi nossa tarefa do dia. Assistimos também aos noticiários locais dos últimos meses, em forma de retrospectiva.

É curioso que o sotaque aqui seja ainda mais esquisito que o da Capital de Panem. Nas nossas conversas da copa, frequentemente pedíamos para eles repetirem o que diziam, e nós fazíamos o mesmo.

Jogos Vorazes - O Fim da Esperança (Trilogia 1/3)Onde histórias criam vida. Descubra agora