Capítulo 17 - Minha Nova Casa

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Das ruas fantasmagóricas, somos apresentados a nossos novos lares. Apesar de ser uma vila, as casas têm dois andares. Uma para mim e Peeta, outra para Gale, uma para Pollux e também Cressida ganhou a sua.

Nos despedimos do prefeito e eu e Peeta entramos em nossa casa. Não reconheço de que material as paredes são revestidas, mas aqui dentro é bem aconchegante... nada de luxuoso, mas aconchegante. Caminhamos pela sala, tocando nos móveis e poltronas, contemplando as estatuetas e belos enfeites, além dos quadros com paisagens. Olhamos pelas janelas, e passamos por todos os cômodos para depois subirmos curiosos pelas escadas até os quartos e banheiro de cima, além daquele que tem embaixo. Pela janela do quarto de trás não se via muito a não ser as outras casas da vila. Mas a do quarto da frente mostrava uma pracinha para crianças e algumas árvores ha cem metros. O muro do castelo era cercado por altos pinheiros pelo lado de fora, que impediam a visibilidade do que quer que seja que estivesse além.

Pena que quando estávamos dentro do castelo no quinto andar não nos foi permitido olhar pelas janelas do mesmo para não sermos vistos. Teríamos sabido o que há atrás dos pinheiros. Vou ver se amanhã dou uma espreitada. Talvez seja uma boa ideia se eu enfaixasse meu rosto como Endora, e fuçar pelas janelas quando tiver oportunidade. Procuro então pelos armários e pela dispensa por ataduras ou qualquer coisa que possa improvisar. Não acho nada que sirva, mas encontro uma tesoura e um vestido rasgado no armário, no meio de outras roupas. É perfeito. Posso cortá-lo em tiras e esconder no bolso, e assim que tiver uma oportunidade, bisbilhoto. Mas antes, preciso de um banho.

Eu e Peeta brincamos, eu dizendo que ia tomar banho primeiro e sozinha, e ele dizendo que pediu antes. Ficamos nos duelando na entrada de um empurrar a porta no outro, até que ambos nos demos por vencido pela paixão.

Após o banho, fiz as faixas, troquei de roupa e escondi no bolso da roupa de frio que usarei amanhã após o amanhecer sem sol. Havia uma ceia pronta nos aguardando com frutas, biscoitos e suco de laranja.

Depois disso, ficamos feito crianças perambulando pelas partes e objetos ainda não vasculhados da casa. Abro o armário de serviço com materiais de limpeza, mas acho estranhíssimo que o armário seja tão pouco espaçoso por dentro, sendo que por fora ele é um pouco maior. Fico olhando em volta dele comparando suas dimensões externas com as internas. Empurro a parte de trás por dentro, e nada. Depois tento empurrar para cima e em outras direções. Peeta fica curioso, e depois de lhe explicar o que eu estava querendo, ele começa a me ajudar. Ele empurra por dentro as paredes laterais e como num passe de mágica o fundo se abre. Era um mecanismo.

Vemos então algo grande empacotado em couro, com uma etiqueta pendurada, onde se lia: "Tentem ficar vivos". Imediatamente falamos em uma só voz:

- Haymitch?

Rimos do fato. Haymitch está longe e não estamos nos jogos.

- Deixa que eu abro, Katniss. Pode ser uma armadilha.

Eu teimei, mas ele insistiu, me afastando com os ombros. Quando ele abre o zíper, fica parado boquiaberto, se vira e me mostra o conteúdo: um arco de marfim.

Jogos Vorazes - O Fim da Esperança (Trilogia 1/3)Onde histórias criam vida. Descubra agora