Olliver nos conduz ao corredor de elevadores e nos diz para usarmos sempre o elevador de portas verdes. Os outros estão proibidos, pois nos conduziriam aos andares onde estão os funcionários da embaixada, que não podem saber da nossa existência. Tem o elevador de porta cinza, outro dourada e o de preto. Este último é exclusivo do embaixador.
As portas verdes se abrem e descemos ao subsolo. Caminhamos por um túnel que nos levou a paisagem congelante dos arredores da vila. Haviam árvores não-naturais, como as de Panem, criadas artificialmente para aquele habitat inóspito. A terra era puro gelo coberta de neve e o caminhar era difícil. Os altos muros do castelo rodeavam a vila e outras estruturas além de mansões belíssimas do lado oposto da embaixada.
Era noite, pois o sol nunca aparece durante este período de seis meses. Só veremos o sol da meia noite em janeiro, mas ainda estamos em julho, e teremos longas noites pela frente. A lua surge, magnífica, cuja translação foi alterada em tempos remotos. Minha veste cintila com sua luz. Quando nos aproximamos das casas, o mordomo pede que Alex, o Peeta, pare de me apoiar na caminhada, e que eu ande sozinha cercada pelos demais. Todos parecem estar entendendo a jogada do mordomo, e devido a dor na perna, não tive tempo para associar os fatos narrados sobre a Noiva Andina capenga comigo mancando.
Quando o povo da vila me vê, algumas crianças gritam de medo correndo pra dentro de casa chamando pela mãe. Os adultos recuam. Agora entendo a quietude repentina de Endora. Ela deve ter chegado à vila primeiro e espalhado boatos.
Os homens param e focam o olhar em minha perna rastejante, e as mulheres em minhas vestes. Ninguém olhava em meus olhos. Muitas janelas e portas se fecham com força, cujo som da batida são abafados pelo som dos fortes ventos.
Não sinto frio, nem no rosto, nem nos ouvidos. O traje é magnífico e agora vejo que nos jogos o tecido era rudimentar e arcaico comparado a sofisticação deste. Se nos jogos anteriores os participantes tivessem usado este traje, ninguém jamais teria morrido de frio.
Olliver, de luvas, aperta a mão do prefeito da vila, lhe cochichando algumas coisas, e nos diz para segui-lo, retirando-se de volta ao castelo.
O prefeito tem uma bengala e um cão-guia, lindo, todo branco feito um lobo, e o homem nos cumprimenta um a um, parecendo ser cego. Seu cão nos cheira a todos e lambe minhas mãos quando o acaricio irresistivelmente.
- Ele parece ter gostado de seu cheiro. - disse o prefeito Garfrank
- É recíproco. Ele é lindíssimo.
- Sejam bem-vindos a esta vila. - disse ele. - E a partir de agora chamem este lugar de Nossa Vila dentro desse espaço, e não de Vila dos Servos, pois ela é também de vocês e aqui todos somos como uma família.
Soou carinhoso. O prefeito Garfrank vai lentamente na frente tateando o chão com sua bengala e deixando seu cão solto à frente para guiá-lo não por uma coleira, mas pelos seus sons.
As ruas se esvaziam agora com todas as casas de portas trancadas.
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Jogos Vorazes - O Fim da Esperança (Trilogia 1/3)
FanficKatniss é temida por países que querem evitar uma onda de revolução global inspirada pelo Tordo de Panem.