CAPÍTULO 10: DESVENTURAS EM SÃO MATEUS

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CAPÍTULO 10: DESVENTURAS EM SÃO MATEUS

Depois de sairmos de Governador Valadares, Giovanna e eu seguíamos na estrada da Br-381 em direção à cidade de São Mateus, no estado do Espírito Santo, para depois seguirmos pela Br-101 até a cidade de Ilhéus, na Bahia.

Estando na estrada, eu notei que Giovanna inovou em seus trajes: estava usando uma blusa longa minha que ela pedira da minha mãe. Após notar isso, eu comentei com ela:

- Ei Giovanna, essa blusa aí não é minha?

- Sim, ela é.

- Por que você não pegou algumas roupas da minha irmã? Elas ficariam bem em você.

- Porque eu me sinto mais confortável em roupas mais largas, e também, o seu cheiro me faz me sentir mais calma. Disse Giovanna com um sorriso fofo no rosto.

- Puxa... obrigado, se você quer assim, por mim tudo bem.

Após isso, nós continuamos a caminhar em direção à São Mateus. E após cruzar a fronteira entre os estados, continuamos a andar até chegarmos na cidade. Demorou 2 dias até conseguirmos chegar lá, e durante esse tempo, eu fiquei pensando sobre o que aquela Necromante tinha me dito. Eu fiquei pensando que se eu pudesse dominar esse poder, poderia proteger as pessoas importantes para mim, mas eu não fazia ideia de como ativar aquele poder novamente.

Foi aí que às 3 da tarde do (2°) dia, nós chegamos a São Mateus. A cidade era bem grande, então nós tivemos que tomar cuidado porque havia muitos infectados na cidade por causa do seu tamanho. Assim, nós tomamos todas as medidas para conseguirmos atravessar a cidade e achar um abrigo para ficarmos em segurança.

Porém, após passarmos por uma rua, Giovanna sem querer chutou um pedaço de metal que estava jogado no chão, que fez um som muito alto. Não demorou muito para cerca de dezenas de infectados perceberem e começarem a correr atrás da gente, e rapidamente, segurei a mão de Giovanna e corri em direção a um edifício comercial que tinha perto da esquina.

Chegando lá, subimos para o (3°) andar, pedi para Giovanna se esconder em um armário dentro de um escritório, enquanto eu peguei um presente que meu irmão me deu para o caso de emergência: uma granada de fragmentação. Aí eu me preparei, minhas mãos tremiam, eu suava frio, pois eu nunca tinha mexido em uma coisa daquelas antes e qualquer erro podia significar minha morte e a da Giovanna. Então, rapidamente, eu retirei o pino e joguei a granada pelo corredor até a escada e fechei a porta do escritório. Três segundos agonizantes depois... a bomba explodiu. O som foi ensurdecedor, o prédio inteiro tremeu com a explosão, que foi muito forte. Depois disso, eu tive que descansar uns 5 minutos por causa do cansaço.

Logo em seguida, eu tirei a Giovanna do armário, recuperamos o fôlego, e quando descemos do prédio, vimos dezenas de corpos de infectados pelo chão. E percebendo que graças ao barulho viria uma multidão de infectados, fugimos do lugar desesperadamente.

Chegando em uma pousada abandonada perto da rodovia, procuramos um quarto, e percebemos ter eletricidade. Então eu coloquei tratei de verificar se o local era seguro, e depois nos instalamos ali para passar a noite.

No fim da tarde, por volta das 5 da tarde, eu e Giovanna descemos até um mercado do lado da pousada para procurar algum alimento durável. Nesse instante, eu ouvi uma voz muito familiar:

- Oie, saudades de mim?

- Então é você necromante?

- Sim, sou euzinha aqui!

Ela estava possuindo o corpo de um infectado que estava no chão. Giovanna, que nunca viu a Necromante antes, estava muito assustada porque nunca tinha visto aquilo antes:

- AAAAAAhHH! MARCOS, O CADÁVER TÁ FALANDO!

- É eu sei, (mesma reação que eu kkkk) ela é uma necromante que está falando através do corpo

- Isso mesmo, que garoto esperto hein. Disse Yasmin com pose orgulhosa.

Após acalmar Giovanna, eu perguntei o que a Necromante estava fazendo ali:

- Então, o que você está fazendo aqui?

- Nada, eu só queria falar com vocês mesmo, estava tão entediada...

- Meu Deus, é sério isso?

- Sim, as coisas estão ficando interessantes...

- Eu sei que já perguntei isso, mas, qual é o seu objetivo?

- Eu já te falei, eu só quero ver até onde as coisas vão, porque parece está ficando interessante... pense em mim apenas como uma observadora...

- Tudo bem... faça o que quiser...

- Uhul, ebaaa... Ah, cuidado com a menina aí atrás...

Nesse momento, eu estava distraído falando com a Necromante enquanto Giovanna estava pegando uma lata de milho no chão da loja. Então um infectado surge bem atrás dela segurando uma faca na mão. Nesse momento, centímetros antes da faca acertar o pescoço dela, eu só pensei em salvá-la. Então, em uma fração de segundos, eu novamente senti um choque elétrico no meu corpo, e eu com meu facão na minha mão automaticamente me movi em direção à Giovanna e no mesmo segundo, enfiei o facão no rosto do infectado, que caiu no mesmo instante. E nessa mesma hora, Yasmin, que estava observando pelo corpo do infectado, disse:

- Nossa, então seu poder é super velocidade? Não, parece ter algo a mais...

- Algo a mais? Perguntei a ela curioso.

- Eh... Enfim, não gosto de explicações, se quiser vá encontrar o Gabriel lá em Ilhéus.

- Ahh, que mulher enjoada... tudo bem, eu chego lá em breve...

- Ok fofo, eu vou indo agora que meu corpinho real está com fome e precisa comer... tchauzinho.

E assim, ela foi embora novamente sem me dar explicações.

Na noite do mesmo dia, eu estava tomando banho no quarto da pousada, quando eu olhei para a minha mão e fiquei pensando sobre o meu poder, e em como eu ativei ele naquele momento. Se eu pudesse dominar essa habilidade, eu poderia proteger as pessoas importantes para mim. Nesse momento, por um instante, eu tive uma visão de uma tempestade cheia de raios e trovões. Ao voltar a mim, a lâmpada do banheiro tinha queimado.

Saindo do banho, encontrei Giovanna deitada na cama dormindo, e nesse momento, minha mente se aliviou, porque apesar das minhas preocupações, eu tinha pessoas ao meu lado e que confiam em mim.

Na manhã seguinte, Giovanna novamente apareceu deitada do meu lado, o que já tinha virado rotina. Tomamos café e descemos o andar até o térreo. Ao olhar para o escritório do térreo, vi uma chave que parecia ser de um automóvel. Peguei a chave na mesma hora, saí da pousada, e procurei pela rua, fiquei apertando o botão da trava automática do carro para tentar achar o veículo. Até que eu ouvi um barulho vindo da esquina da rua, e quando eu virei eu percebi... era um carro, mas não era qualquer carro, era um Mustang Shelby GT 500... meus olhos saltaram na hora. Na mesma hora, Giovanna me perguntou:

- Ei, vamos dirigir isso?

- Eu acho que sim. Eu disse com um sorriso estampado no rosto.

- Mas não temos idade para isso.

- Você tem razão..., mas tem uma coisa que você esqueceu.

- O quê?

- Não existe mais polícia, o que significa que ninguém vai nos prender por dirigir um carro..., além disso, você prefere ir andando mais de mil quilômetros até Ilhéus?

- Não, é claro que não.

- Então vamos logo, entra no carro e vamos ir embora daqui.

Então entramos no carro, que por sinal parecia novinho em folha. Logo, Giovanna me perguntou: 

- Mas você sabe dirigir um carro?

- Sei sim, meu pai e meu irmão me ensinaram.

Então liguei o carro, o ronco do motor era ensurdecedor, o que acabou atraindo infectados até nós. Foi aí que eu simplesmente arranquei dali e fui em direção à rodovia que se ligava à BR-101 e assim fomos em direção à Ilhéus.

PV - POWER VIRUSOnde histórias criam vida. Descubra agora