CAPÍTULO 4: UM ENCONTRO DO DESTINO?

46 5 0
                                    


CAPÍTULO 4: UM ENCONTRO DO DESTINO?

Assim que saí da cidade, estava caminhando e encontrei um mercado abandonado e, depois de verificar o perímetro, resolvi passar a noite nele. Após acender uma fogueira, resolvi remontar o meu plano de viagem, que consistia em sair de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, e ir para Governador Valadares, no Estado de Minas Gerais. Calculando, a viagem seria por volta de uns 4 dias a pé, e minha comida era para uns 3 dias, então no caminho eu teria que me virar para encontrar algum tipo de alimento. Depois de me reorganizar, eu, cansado pelo longo dia, me deitei para dormir.

No dia seguinte, ao me levantar, após ter um pesadelo horrível, no qual eu estava em uma cidade no centro de uma tempestade cercada por intensos raios e trovões, eu percebi um fenômeno estranho no mercado: todas as lâmpadas do lugar tinham se estourado, e um rato que estava, por perto tinha sido morto. Ele estava completamente duro, como se tivesse levado um choque muito forte. Então, sem saber a causa do ocorrido, peguei minhas coisas e saí dali o mais rápido possível.

Ao pegar a rodovia, e ver veículos capotados e abandonados, eu pude imaginar o desespero daquelas pessoas no dia da confusão e, eu me enchi de tristeza por toda aquela situação que pegou o mundo, inclusive eu, de surpresa.

Ainda caminhando na Rodovia, eu pude observar em um carro destruído, o que parecia ser o corpo de uma criança que aparentava ter por volta 6 ou 7 anos. Estava atravessado pelas ferragens do carro, e segurava em uma das mãos um carrinho de brinquedo. Percebi logo que a realidade agora era outra, e que o mundo mudou de uma forma que não nunca mais seria o mesmo.

Continuando minha caminhada no meio-dia do (2°) dia de viagem, eu cheguei em raiz da serra, e me preparei para a minha subida em direção à cidade de Petrópolis. A subida começou complicada, pois a pista era bem íngreme, minhas pernas doíam com a quantidade de energia imposta naquela viagem. Contudo, ao final do dia, eu finalmente consegui chegar em Petrópolis, porém exausto e sem energias. A noite estava caindo, e diversos infectados faziam gemidos assustadores durante o anoitecer. Então, andei mais um pouco pela cidade, com a luz do sol se esvaindo cada vez mais ao horizonte, e encontrei uma placa que indicava um hospital à 1 quilômetro de distância. Eu estava cansado, porém, parecia melhor do que dormir em um mercado novamente. Então, me dirigi para aquele hospital.

 Eu resolvi descansar em um hospital na região. Verificando o local, eu notei marcas de violência, com corpos espalhados e mutilados pelo chão, sangue por todos os lados, e marcas de rachaduras nas paredes. Foi então, que ao me aproximar da área dos pacientes da UTI, eu percebi um barulho, era uma doce melodia, que reverberava por todo o prédio em um tom baixo e suave. Então logo procurei a fonte do som, pois eu estava curioso de quem poderia ser aquela voz, e se alguém estivesse vivo no meio daquela confusão, ou se alguém precisava de ajuda. 

Então, subi no segundo andar e o barulho foi ficando mais alto, e com todo o cuidado eu cheguei perto do quarto em que o choro tinha saído, aí com a glock nas minhas mãos, eu lentamente abri a porta do quarto e tive uma surpresa que deixou espantado... A sala estava cheia de infectados mortos por toda a parte, mas o que mais me intrigou foi o que estava no canto da sala... Era uma garota... de mais ou menos uns 15 anos de idade, que estava com o cabelo longo cobrindo os seus olhos, e ela tinha bandagens por todo o corpo e envolta dela tinha rachaduras por toda a parede. Ela estava dormindo, mas parecia com muita dor... Então, imediatamente eu corri para ajudá-la e, assim que eu alcancei o braço dela, uma coisa bizarra ocorreu... assim que eu segurei o braço dela, ela tomou um susto e do nada uma força misteriosa me jogou com força para o outro lado da sala. Assim que eu bati a cabeça na parede da sala, eu no mesmo instante perdi a minha consciência...

Assim que recobrei a lucidez, eu percebi estar amarrado no canto da sala, e pela luz da lua cheia, já haviam se passado várias horas. E eu, ao olhar para o outro lado da sala, pude ver aquela garota com a minha mochila. Parecia que ela estava procurando comida, já que parecia estar há vários dias sem comer. Porém, ela não conseguia tirar a comida de dentro da mochila por causa da fraqueza do corpo dela. Então, eu disse o seguinte:

— (Marcos) Se você quiser eu posso tirar a comida daí se você quiser.

— (????) Eu não sou idiota, eu não confio, eu sei que assim que eu te soltar, você vai me matar ou pior, me fazer a sua escrava e me obrigar a fazer todos os tipos de coisas ruins que fazem com garotas...

- (Marcos) Que? É claro que não, você deve ter assistido muito filme ruim, porque eu não vou fazer nada disso, eu só quero te ajudar, pois, parece que você está muito mal. Pode comer tranquila, eu só estou de passagem para procurar a minha família, que está me esperando em Minas...

- (????) Tem certeza que não vai me fazer mal?

- (Marcos) Absoluta...

- (????) Você vai fazer que nem meus pais que me largaram aqui só porque eu nasci doente tenho a saúde fraca! Você vai me enganar e eu vou ficar sozinha de novo!

Quando ela disse essa frase, lágrimas correram do seu rosto, eu então abaixei a minha cabeça e disse:

— (Marcos) Eu não sei o que ocorreu entre você e seus pais, mas eu juro que eu quero te ajudar, mas primeiro você tem que me tirar daqui.

— (Giovanna) Você tem certeza? Eu não quero ser abandonada de novo. Tudo o que eles fizeram foi me tratar como qualquer uma e me largaram aqui...

— (Marcos) Tenho sim... eu prometo que não vou te abandonar... mas primeiro, qual o seu nome?

— (Giovanna) Giovanna...... Giovanna Ferreira. E o seu?

— (Marcos) Marcos Duarte, belo nome o seu. 

— (Giovanna) Obrigada, ninguém nunca me disse isso antes.

— (Marcos) Puxa, pois Giovanna, prazer em te conhecer. Alías, sua voz também é muito linda.

— (Giovann) P... Prazer também Marcos. M... muito obrigada.

Então, relutantemente, ela me desamarrou, e eu tirei medicamentos da minha mochila e cuidei dos machucados dela. Depois peguei comida e dei para ela. Ela demorou para aceitar, mas assim que pegou, comeu bastante, acabando com um dia inteiro de provisões. E sob a luz da lua, eu pude ver os cabelos dela, que eram ruivos e lindos, e a pele por debaixo das bandagens era branca como a neve, como se nunca tivesse recebido um único raio de sol. E os olhos dela era púrpura, uma cor que eu nunca vi antes. E eu perguntei a ela:

— (Marcos) Você quer sair desse hospital?

— (Giovanna) É o que eu mais quero, não aguento mais ficar sozinha aqui! Mas eu não sei se consigo sobreviver lá fora sozinha...

— (Marcos) Então, quer vir junto comigo? Assim você pode ver o mundo enquanto eu te ensino a se proteger. E também, aqui não parece ser um lugar seguro para você.

— (Giovanna) Por favor, eu quero sim, me leva junto por favor. Eu não sei quanto tempo mais eu aguentaria aqui sozinha...

— (Marcos) Tem certeza? Vão ser 2 dias de viagem, e seu corpo parece fraco.

— (Giovanna) Eu tenho, eu não vou atrapalhar de jeito nenhum, eu passei minha vida em um hospital, então conheço medicamentos muito bem e posso te ajudar nisso.

— (Marcos) Pois bem! Descanse essa noite... Partimos ao amanhecer.

E assim, eu e Giovanna nos preparamos com remédios do hospital e passamos a noite naquele quarto de hospital.

No dia seguinte, saímos e procuramos comida presente na cidade. Notei que ela era bem medrosa com relação ao lado de fora do hospital. Era bem fofo ver ela assim, mas ela precisava perder esse medo, se quisesse sobreviver nessa nova realidade.

Passamos em alguns mercados, mercearias e farmácias para conseguirmos mais suprimentos. Entretanto, assim que conseguimos tudo, fomos em direção à próxima cidade...

PV - POWER VIRUSOnde histórias criam vida. Descubra agora