CAPÍTULO 5: UM MILAGRE INESPERADO

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CAPÍTULO 5: UM MILAGRE INESPERADO

Após os eventos de Petrópolis, passamos da Fronteira entre Rio e Minas Gerais e chegamos a Muriaé, uma cidade do interior. Eu e Giovanna paramos em um mercado para nos reabastecer, mas não tinha muita coisa, pois estava quase tudo estragado pela queda constante de luz. Então eu falei para Giovanna ir buscar um pouco de água para nós, enquanto eu iria verificar se ainda tinha algo comestível no mercado. Foi aí então que eu encontrei em um corredor um infectado com um uniforme do mercado, porém ele se comportava de maneira estranha, ele estava imóvel, mas parecia que estava chorando, pois, lágrimas saíam de seus olhos. Então surgiu em minha mente a possibilidade dos infectados manterem o mínimo de suas emoções, mesmo após perderem o controle de si mesmos. Logo rapidamente peguei o facão, atravessei os corredores do mercado silenciosamente, cheguei perto e cortei o pescoço dele por trás. Assim que eu deitei ele no chão, eu senti que tinha ouvido ele dizer ''obrigado'' bem baixinho. Giovanna chegou logo depois, e surpreendentemente se ajoelhou ao meu lado, juntou as mãos e disse a seguinte frase: ''descanse em paz''. Imediatamente após observar o gesto dela, eu o repeti da mesma forma, prestando minhas condolências ao falecido. Depois nós dois nos levantamos e seguimos nossa viagem.

Enquanto estávamos andando, curioso sobre o gesto dela de mais cedo, perguntei:

— (Giovanna) Por que você fez aquilo por aquele infectado?

— (Marcos) Porque ele parecia estar sofrendo muito, ele até disse "obrigado".

— (Giovanna) Então você também ouviu?

— (Marcos) Sim... e eu não podia fazer uma coisa tão terrível como ignorar o sofrimento dele.

— (Giovanna) Bom, acho que você tem razão...

Ao cair da noite, decidimos ficar em um hotel perto e, após matar os infectados no local, decidimos ficar no mesmo quarto para o caso de uma emergência. Eu esperei do lado de fora ela tomar banho, e comecei a pensar no que tinha ocorrido naquele dia, e fiquei pensando se havia um jeito de trazer os infectados de volta ao normal. Pelo que eu sabia, eles ainda estavam vivos, não eram exatamente zumbis. Eles estavam com todas as funções corporais funcionando, apenas estavam descontrolados. Aquele pensamento ficou na minha mente até que Giovanna abriu a porta do quarto só de toalha e disse:

— (Giovanna) Ei! Vai tomar banho... só não tem água quente. Mas acho que isso é o menor dos nossos problemas...

— (Marcos) Eu vou sim, só estava pensando no que aconteceu hoje.

— (Giovanna) O que foi Marcos? Sobre aquele infectado de hoje?

— (Marcos) Sim, era ele mesmo. Tem uma coisa que ficou na minha cabeça... e se fosse possível curar essas pessoas que foram infectadas por esse vírus? Será que alguém conseguiria fazer isso?

— (Giovanna) Eu não sei, mas eu senti uma coisa humana vinda de dentro dele. Era como se ele estivesse pedindo ajuda. Eu não sei explicar direito, mas eu acho que era mais ou menos isso. Então eu acho que é possível sim.

Depois disso fui tomar meu banho, e durante o mesmo, fiquei pensando e percebi que Giovanna teve o mesmo sentimento que eu naquele momento.

Saindo do banho, esqueci de uma informação crucial naquela noite: só havia uma cama. Então, por educação, dormi no chão. No dia seguinte, misteriosamente Giovanna estava deitada do meu lado no chão do quarto, até que ela acordou gritando a seguinte frase:

— (Giovanna) P... POR QUE V... VOCÊ ESTÁ DEITADO COMIGO? 

Exclamou ela, em um tom surpreso até demais para alguém que cometeu tal ação.

PV - POWER VIRUSOnde histórias criam vida. Descubra agora