CAPÍTULO 3: MORRER OU PROTEGER?

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CAPÍTULO 3: MORRER OU PROTEGER?

Assim que eu percebi a ferida no meu braço e percebi estar infectado, eu me desesperei, comecei a chorar e sentei em um canto e entrando em uma espécie de crise depressiva. Porém, passados uns 4 minutos, eu lembrei do tempo de transformação, que era por volta de 10 minutos, o que significava que eu apenas tinha um minuto de consciência. Então eu me levantei rapidamente, fui até a cozinha, puxei uma faca da gaveta e apontei para o meu pescoço... eu tremia tanto que nem conseguia segurar a faca direito, e meus olhos estavam embaçados de tanto eu chorar. Jennifer ao ver aquela cena, correu e pulou em cima de mim para tentar tirar a faca da minha mão:

— (Jennifer)Você está maluco, para com isso! Exclamou ela.

—  Me solta, eu fui infectado, não posso deixar você em perigo, preciso acabar com isso agora! Respondi ela.

— (Jennifer)Não, você nem sabe se vai se transformar, e se você se transformar eu mesma te mato!

— Não tem garantias de que você consiga fazer isso sua idiota! Exclamei a ela.

— (Jennifer) O idiota aqui é você tentando se matar! Para de ser dramático e se recompõe! Me poupe, eu sou bem mais forte que você! Retrucou ela.

E imediatamente após aquilo, ela usou aplicou em mim um golpe de Jiu-jitsu e me desarmou, afinal, não dá pra ganhar de uma campeã estadual.

Depois daquilo, inesperadamente se passaram 3 minutos e eu ainda não tinha me transformado, então eu me tranquei em um quarto durante uma semana para o caso de uma reação tardia acontecer. Isso até Jennifer arrombar a porta.....

- (Jennifer) Você vai ficar aí para sempre? Você já percebeu que não vai se transformar, então sai daí e toma um banho porque você tá fedendo o quarto todo. Ordenou ela.

- Mas e se eu te atacar? Perguntei medrosamente

— (Jennifer) Eu te mato. Respondeu ela sorrindo para mim

Então, sem muita escolha, tomei um banho, cuidei da ferida meticulosamente e, com muito medo, cheguei perto da Jennifer... porque, por mais que eu tivesse medo de machucar ela, eu tinha que deixar esse sentimento de lado e continuar seguindo em frente. Portanto, decidi me levantar, colocar a minha cabeça no lugar, e repensar nossa estratégia. Foi aí que eu me lembrei da minha família que no dia do acidente me disseram que iam passar o final de semana em Teresópolis, logo fiquei preocupado e quis saber como eles estavam. Peguei o telefone e liguei para lá, após momentos angustiantes de espera e várias tentativas depois, não obtive resposta. Jennifer também tentou ligar para os parentes dela, porém sem sucesso do mesmo jeito. Então, ao raciocinar bastante, eu tive que tomar uma das decisões mais difíceis da minha vida:

1° - Ficar na cidade e proteger Jennifer até que a situação se acalme.

2° - Manter Jennifer na casa em segurança e ir procurar a minha família e verificar se nada havia ocorrido com eles.

3° - Levar a Jennifer comigo e proteger ela dos perigos da estrada e dos infectados que poderiam surgir.

Depois de muito pensar, decidi escolher a (2°) opção, ou seja, manter Jennifer em segurança em casa para o caso da ajuda chegar ou de algum parente dela resolver aparecer. É claro que ela insistiu querer ficar comigo.

— (Jennifer) Por que você não pode me levar com você? Eu sei que eu posso ser útil de algum jeito! Exclamou ela nervosa.

- Porque eu não me perdoaria se acontecesse alguma coisa com você por minha culpa. E eu não posso fazer você passar por esse risco por causa do meu desejo egoísta. Retruquei ela com o rosto baixo.

— (Jennifer) Mas eu não ligo, eu quero ir com você... por favor... não me deixa sozinha também, eu não quero perder mais alguém importante para mim! Disse ela chorando muito.

Então eu abracei ela bem forte, segurando meu choro, e disse:

- Voçê não vai me perder, eu prometo que vou voltar e buscar você assim que tudo estiver seguro. E também eu fui infectado, então a qualquer momento eu posso ficar como aqueles monstros lá fora. Então por favor me espere aqui, que eu juro eu vou voltar e nunca mais vou te deixar. Respondi a ela chorando muito.

Ao dizer essas palavras, ela olhou para mim e enxugou minhas lágrimas, e me fez prometer que iríamos nos encontrar de novo.

Então, depois de alguns dias, eu arrumei todas as minhas coisas e me preparei para sair, abracei Jennifer e assim que eu estava para abrir a porta, eis que uma surpresa me ocorre: Jennifer puxou meu braço, então eu virei e acabamos nos beijando..... E assim que voltamos a nos olhar, ela me diz a seguinte frase:

- (Jennifer) Essa é a nossa promessa de reencontro, nós continuaremos assim que nos encontrarmos novamente! Disse ela com um sorriso fofo no rosto.

E após ficar sem reação, eu concordei com ela, e dei outro beijo nela, e assim, feita a minha promessa, eu parti na minha jornada para encontrar minha família.

E após sair da casa da Jennifer, fui até a minha casa, para ver se encontrava alguma coisa. Fiquei muito triste ao chegar, pois, ela havia sido destruída por um carro que se descontrolou e a acertou em cheio.

Entrando no que tinha sobrado, procurei desesperadamente um item que eu tinha um carinho muito grande: O cordão com uma pedra negra que parecia o céu estrelado, que um dia minha amiga chamada Marcelle dera para mim antes de viajar para longe. Após colocar o cordão no pescoço, peguei comida, água, roupas e me despedi da casa onde passei a maior parte da minha vida. Agradecendo por estar vivo, eu continuei a minha viagem, passando pelo meu bairro, que agora estava em ruínas. Passei pela minha escola, que agora tinha virado um abrigo para pessoas sem teto. Passei pela estação de trem, que estava abandonada e servia como esconderijo de mendigos. E por fim, passei na casa do meu avô, que havia morrido de COVID meses antes. 

Depois de tudo isso, eu voltei para o rumo da minha viagem em busca da minha família...

PV - POWER VIRUSOnde histórias criam vida. Descubra agora