CAPÍTULO 1: O COMEÇO DA BAGUNÇA

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CAPÍTULO 1: O COMEÇO DA BAGUNÇA

Depois de um longo dia de aula e vários professores incrivelmente irritantes, eu cheguei em casa cansado depois da escola. Meu pai saíra a trabalho, meu irmão estava na garagem mexendo no carro dele, minha irmã estava desenhando e minha mãe fazendo o almoço. Era um dia comum de de semana, sendo uma quarta-feira chuvosa, e perfeita para ficar em casa. 

E assim que eu entrei na sala, eu vi de relance uma passagem na televisão que dizia sobre um surto de uma nova doença que tinha aparecido na cidade, em um bairro não muito longe daqui, e causava convulsões nas pessoas infectadas. De início eu me assustei, porém, eu não dei muita bola porque eu estava muito cansado, com fome e estava com vontade de jogar algum jogo. Então, como todo adolescente idiota, eu fui mexer no celular dentro do meu quarto, que por sinal estava uma bagunça e comecei a conversar com meus colegas no Discord; Void, Cruno, Sugenes, Juninho e Lívia. Nós conversamos sobre um jogo de zumbi, até que eu comentei sobre o surto que estava ocorrendo aqui:

- (Marcos) Ei, vocês sabiam que tá tendo um surto de um vírus aqui? Eu disse.

- (Sugenes) Ah, não deve ser nada, acho que é uma alergia à vacina da (COVID-19), mas deve ser passageira. E de qualquer jeito, nós conseguiríamos lidar com isso por aqui. Retrucou Sugenes de modo confiante.

Eu concordei com ela, pois era um assunto jogado fora e continuamos a jogar, sem saber que os problemas iam crescendo cada vez mais pelo mundo, pois naquela altura, vários estados já haviam fechado fronteiras para conter o avanço do vírus.

Conforme os dias iam se passando, o mundo ficava cada vez mais caótico, notícias de fechamento de aeroportos, isolamento social (o que já não era nenhuma novidade), e a alta inflação causada por essa crise deixava o preço do dólar nas alturas.

Certo dia, meu pai me contou que presenciou um homem atacar o colega de trabalho após sofre uma convulsão muito forte. Eu achei que meu pai estava exagerando naquela hora, pois pessoas mais velhas geralmente aumentam as histórias que contam. 

Depois disso, fomos dar uma volta de carro juntos, como sempre fazemos aos finais de semana. Nós estávamos perto de um cruzamento, quando de repente, eu escuto um som alto de motor. Era um carro vindo em alta velocidade. E ele bate com força dentro de uma loja de doces que havia no final da rua. Eu fiquei muito assustado no momento, paralisado com o ocorrido. Contudo, o meu pai na mesma hora foi socorrer o motorista e as pessoas que estavam na loja. Felizmente, ninguém se feriu gravemente, mas o motorista morreu na hora com o vidro do para-brisa partindo a cabeça dele.

Minha mãe, muito preocupada com o que isso estava se tornando, preparou uma viagem para Governador Valadares, em Minas Gerais (terra natal do meu pai), e organizou para toda a família ir junto até essa confusão acabar. Eu, porém, fui o único que recusei a ir, pois, estava no meio do período letivo e também não podia faltar ao trabalho. O que deixou minha mãe enfurecida, dizendo:

- (Mãe do Marcos) Você deveria ir com a gente, está muito perigoso ficar aqui, pessoas estão sendo atacadas por todos os lugares! 

- (Marcos) Mãe, eu não posso ir, tenho trabalho e não posso faltar, pois, se não eu serei demitido. E também, meu ano está quase acabando e estou nas provas finais...

- (Mãe do Marcos) E o que você pretende fazer então?

- (Marcos) Quero que vocês vão à frente, e assim que eu terminar tudo por aqui, eu pego um ônibus para Governador te encontro lá.

- (Mãe do Marcos) Tudo bem, mas cuidado meu filho, fica com Deus.

- (Marcos) A senhora também, vão com cuidado na viagem.

PV - POWER VIRUSOnde histórias criam vida. Descubra agora