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Stelany





Deixamos a casa dos senhores Smith e seguimos para casa. Noah está calado desde que deixamos aquela casa. Sei o motivo, eu causei isso, mas não foi pensando no mal. Eu quero Noah bem, liberto de toda a raiva e magoa que ele guardou pra si.

Eu convidei todos para ir lá na casa dos pais de Noah. Será que fiz mal em convidar eles? Não sei se posso fazer isso, mas quando notei, já estava convidando todos lá.

— Fiz mal? — Pergunto quando o carro estacionou na porta de entrada da mansão.

Noah olha para mim sem compreender a minha inquietação. Ele estava distante e eu deixei esse momento dele, sem interferir em seus pensamentos. Mas antes de entrarmos, eu queria saber o que ele pensa e pedir perdão por ter feito o que fiz.

— O quê? — Sua cara de incompreensão me encara.

— Convidar todos eles. — Digo arrependida. — Eu não sei o que me deu, não devia convidar sem consultar antes a você e aos seus pais.

— Não, está tudo bem. — Ele diz depois de respirar fundo e me encarar aliviado. — A casa também é tua e pode convidar quem você quiser. Eles são da família e a mamã não vai fazer caso disso, aliás, vai adorar tudo o que você fazer.

— Tudo bem se a Catherine aparecer?

— Como todo o resto...

— Noah, sabe que não fiz isso para magoar você. — Digo fazendo olhinhos arrependidos para ele. Estou realmente arrependida por convidar ela sem consultar antes ele.

— Não se martirize, está tudo bem.

Respiro aliviada. Nada está perdido entre a gente. Noah está apenas magoado pelo facto da Catherine vir cá a casa dos seus pais. Deixamos o carro e seguimos para dentro de casa, ele atrás de mim e encontramos seus pais no sofá abraçados.

Hoje os chamei de pais. Foi instantâneo. Não pensei muito, apenas disse isso para o Harry e para Anne, foi algo para ela não se sentir excluída de chamar de pai primeiro ao marido dela. Não foi como um peso dizer essas palavras, faz tempo que meus pais morreram, e tive outra chance de ter outros, embora que seja tarde demais para isso, mas o coração quis assim.

— Chegamos! — Aviso para os dois e vou até eles o cumprimentando com um beijo casto no rosto.

— Oi... — Disse Anne. — Como foi o restante do dia?

— A Stelany convidou os meninos para vir cá em casa nesse final de semana e ela vai preparar doces para todos. — Noah diz de uma vez se sentando no sofá do outro lado.

— Noah...

Minha careta de indignação para ele é recebido com uma piscadela. Fofoqueiro. Nem me deixou falar, não quero que Anne pense que estou abusando, mas foi algo espontâneo e não pensei muito sobre isso, só depois de já tido convidado a todos.

Engulo a seco. Sem jeito como olhar para a Anne. Nunca a vi brava comigo, de verdade e temo que este seja a hora. Harry está com um sorriso singelo no rosto, desvio o olhar para Anne que está com um olhar orgulhoso e não entendo.

— Não está brava? — Perguntei.

— Brava? — Indaga. — Porquê estaria? Finalmente você está se enturmando, o que quer dizer que está conseguindo ser uma jovem normal, e não é que faz isso fazendo o que sabe de melhor para socializar mais.

Suspiro aliviada. Estava sufocando-me sem saber o que esperar da reacção da Anne, mas ela nunca ficou brava comigo, me compreende sempre, é uma mãezona mesmo. 

HOPE - No Meio Da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora