HOPE - No Meio Da Máfia

11°

Stelany

A senhora Anne, é uma mulher muito doce, atenciosa, o que está fazendo por mim, não sei como retribuir, estarei em dívidas com ela para sempre. São duas noites que passei nessa casa, tal ela como o marido, foram super simpáticos comigo, conversaram comigo no quarto, depois de me apresentarem pelos funcionários, a senhora Anne disse que precisava descansar, me apresentaram o quarto que ficarei, deram-me comida e depois os remédios.

É uma senhora tagarela, o senhor Harry fala pouco, suas feições são leves e sorri de orelha em orelha quando fala, se mostra ser verdadeiro e ficou comigo por alguns minutos no quarto, mas depois se foi me deixando sozinha com a sua esposa.

Anne ficou falando sobre o seu trabalho, não sobre os casos específicos, mas como ama trabalhar como psicóloga, ajudar as pessoas a seguirem em frente, a fechar círculos e tentar arranjar uma solução para os problemas. Sei que ela faz tudo por amor a profissão, tanto que achou que o senhor Lionel tinha alguma coisa a ver comigo.

Ouvi a resposta rude e fria vindo dele, a senhora Anne o ligou, ele não tem nada a ver comigo, não tive como impedir a senhora Anne ligar, mas quando percebeu a resposta fria do sobrinho, tirou o sistema auto-falante e se retirou do quarto falando com o sobrinho, não sei o que conversaram, a senhora Anne demorou um pouco, mas sua expressão quando regressou para o quarto, foi de alívio.

Dormi com o coração apertado, tive dores pela madrugada, mas não irei incomodar esses senhores que me acolheram e aguentei a dor. Não consegui pregar o olho, a senhora Anne passou aqui no quarto antes de sair para ir trabalhar, mas garantiu que na hora do almoço estará de volta e a Charllote irá me ajudar em tudo.

São perto das dez da manhã, continuo no quarto, a senhora Charllote me ajudou tomar o banho, vesti roupas que Anne mandou que usasse, são roupas finas, ela encomendou esses vestidos e roupas íntimas, ontem apenas vesti um robe e um conjunto de roupas íntimas que a senhora Anne tinha guardado. Comi também no quarto, não posso fazer esforço, o quarto onde fico é no primeiro andar, um quarto muito elegante e grande, a vista pelo jardim é espectacular, com a ajuda da senhora Charllote, consegui me ajeitar na cadeira de rodas e ficar ao lado da janela.

Passo grande parte do dia ali, sentada e apreciando o jardim, os seguranças andando por ele, fazendo a troca, com a Charllote entrando no quarto de trinta em trinta minutos no quarto para saber se precisava de alguma coisa. Apenas pedi ajuda duas vezes para usar o banheiro, ela me trouxe um lanche, os remédios e quando levou o almoço, vejo o carro luxuoso da Senhora Anne, o mesmo que saiu com ele quando foi trabalhar, entrando e seguido por mais dois carros, eles têm uma segurança rigorosa.

O portão é aberto novamente e cinco carros entram em seguida, dois se aproximando até a entrada, e quatro seguindo para a parte de trás da casa, acho que é onde estão seguindo para a garagem, não consigo ver quem estava naqueles carros, porque até entrada, não dá para ver.

Não sei o que se passa, prefiro esperar, talvez a senhora Anne me fala, não vou perguntar, não quero dar a impressão de que sou intrometida em assuntos particulares, não quero incomodar ninguém com isso.

Termino o meu almoço e tomo os remédios. Gostaria de ler alguma coisa, para acalmar o tédio que tenho. Na casa de Hernandez, eu passava o dia fazendo alguma tarefa, parava quando tinha que me alimentar, fazer as necessidades fisiológicas ou quando já era hora de dormir, não parava de me ocupar, aqui, sem fazer nada, me sinto um peso morto.

Esperei paciente, a senhora Anne entrou no meu quarto vários minutos mais tarde, estava com sono, mas quando ela se aproximou, vi o seu rosto cansado e preocupado. Ela deve estar com alguma preocupação, penso em perguntar, mas não posso fazer agora, vai achar que estou muito curiosa, na verdade estou, mas não quero que ela perceba — ela vai perceber, afinal de contas, ela é psicóloga, estudas as pessoas melhor que ninguém — falo para eu mesma.