34°

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Lionel





Nosso almoço terminou tem alguns minutos e Stelany decidiu ir ao banheiro, mas já faz minutos que ela saiu daqui. Talvez esteja constrangida por ter confessado a vontade que tive em querer beijar ela.

Lavei toda a loiça que sujamos e fico pensando que nem um bobo. Talvez estou criando grandes expectativas sobre ela. Stelany está conhecendo tudo isso agora e nem deve saber como é ser beijada.

Quando guardo tudo, deixo apenas a tigela com a lasanha de Seth e espero na sala Stelany deixar o banheiro. Ela não quer sair daí, e deve estar me vendo dentro dela encarando a porta do banheiro.

Suspiro e decido deixar a casinha e vou para fora. O sol está perto de querer se despedir, pois há vários sons de pássaros ao redor e está ficando mais fresco. Me sento nos banquinhos que coloquei perto da varanda no caso de Seth querer comer fora da casa. 

Espero por vários minutos e nada dela voltar. Não posso perder a paciência e buscar ela, tenho que respeitar o seu tempo, é tudo novo para ela, então paciência Lionel.

Pego o meu celular com o GPS desativado, e fico vendo algumas fotos do meu filho. Fotos enviadas pelos meus soldados que me mantem atento sobre onde ele está. Embora que esteja na casa dos meus pais, eles sempre fazem uma resenha de como ele está.

Não tenho que me preocupar muito porque Seth, está se divertindo na casa do meu pai. Há sempre uma loucura que eles fazem para passar o tempo e deixar a dona Suraya irritada.

Deixo o telefone de lado quando termino de ver as fotos. Não olho para a porta de casa, não quero que ela vê que estou ansioso esperando que ela volte. Stelany deve estar criando coragem neste momento para poder me encarar, morta de vergonha, assim como deixou a cozinha e seguiu para o banheiro.

Ela não levou o telefone, eu vi por cima do balcão, senão daria uma hipótese que esteja conversando com o Noah ou com os meus tios mas não é a opção.

Em alguns minutos que pareciam ser horas, ela finalmente deu as caras e deixou a pequena casa e veio até o meu encontro, ainda com o rosto ruborizado e com o rosto lavado. Stelany não se maquia, ela apenas usa um protetor labial que já não faz presença em seus lábios.

Ela se acomodou ao meu lado em um dos banquinhos e não me encarou. Seus ombros se encolheram e as mãos presas uma na outra. Fico preocupado e coloco a minha mão sobre a sua, instantaneamente, Stelany olhou para mim.

— Está bem? — Indaguei.

Stelany arregalou os olhos e engolir em seco. Parece que ela quer falar alguma coisa, mas não consegue. O que aconteceu com ela durante esse tempo que fez no banheiro?

— Khalil....

— Eu nunca...

Fico esperando ela conseguir falar, mas quando tenta, ela se restringiu mais ainda. Não falo nada, apenas me silencio para dar espaço para que ela se sinta à vontade e falar o que lhe inquieta.

Ficamos em silencio e não consigo tirar os olhos dela. Stelany está toda envergonhada e não consegue olhar para mim. Quer o seja que ela não consegue dizer, deve ser novo para ela.

Respiro fundo e afasto minhas mãos nas dela. Meus olhos seguem automaticamente para olhar o céu ficando cada vez mais cinzento e algumas estrelas já começam a se vangloriar.

Está ficando tarde. Não quero que aquele idiota do soldado do meu tio fique criando ou inventando coisas para o meu tio e acharem que sequestrei a filha deles. 

Stelany não conseguiu mais voltar a olhar para mim. Ela travou por completo ou talvez esteja perdida em seus próprios pensamentos. Suspiro e o silencio entre a gente está durando mais que minutos e não quero que esse dia termine deste jeito.

HOPE - No Meio Da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora