40°

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Stelany








— Acho que estão dando falta da gente. — Falo, me afastando um pouco do Lionel.

Estamos aqui já faz algum tempo. Tenho medo que nos encontrem assim, desse jeito. Seria desagradável meus pais descobrirem que estamos namorando desse jeito e não contar para eles como deve ser.

— Estamos parecendo dois adolescente que namoram às escondidas. — Lionel bufa e fecha a cara. — Não temos mais idade para isso.

Lionel fala depois de me beijar. Estamos aqui já alguns minutos e não temos a noção do tempo, pois ninguém está com vontade de sair, mas já estamos a tempo demais e me desprendo um pouco dele.

— O que será que vai acontecer quando eles descobrirem? — Pergunto receosa. — Vou contar a Anne sobre nós, não gosto da ideia de esconder isso para ela.

— Talvez a tia consegue acalmar a fera do marido. — Lionel fala e se afasta completo de mim.

Um pouco frustrado, ele passa as mãos no rosto e evita tocar no cabelo. Olho para Lionel e ele está usando um terno preto, camisa branca e gravada, dispensando a gravata. Os cabelos estão concentrados, acho que usou gel capilar porque está parecendo um galã.

Na verdade, nessa festa, não vi ninguém ainda que não esteja normal. As pessoas sustentam o puro luxo, a vaidade e riqueza em suas vidas. São pessoas ricas e vivendo cada um em sua bolha.

Lionel retira o telefone do bolso depois de uma vibração. Ele encara o celular na mão e por alguns segundos, ele arregala os olhos depois de ler a mensagem. O que quer que ele tenha lido, é algo grave, pois Lionel pegou nas minhas mãos e me fez subir alguns degraus das escadas, até o segundo andar do edifício.

— Não faz barulho. — Sussurrou.

— O que foi? — Sussurrei de volta.

— Tio Harry está procurando a gente.

Tampo a boca assustada, pois em um minuto, a porta é aberta, mas não conseguimos ver quem era e não poderão nos ver. Ficamos o mais longe das vistas até a porta ser fechada novamente.

Não sei se era o Harry que veio até aqui, mas meu coração está batendo freneticamente e meu corpo treme. Como vou explicar para eles o meu desaparecimento sem mencionar o Lionel?

— O que vamos fazer? — Pergunto com medo.

Lionel parece pensativo e não responde a minha pergunta. Pega no seu telefone e lê mais alguma coisa. Não estou com o meu telefone, esqueci ele na mesa, porque pretendia apenas ir ao banheiro e depois regressar o mais rápido.

— Vem! — Lionel pegou minha mão me fazendo subir mais alguns degraus e há uma porta, passamos por ela.

Há uma recepção bem decorada, há bancos de espera e o elevador. Um corredor longo e várias portas. Parece ser um departamento da empresa. Vamos caminhando pelo corredor e Lionel vai abrindo por cada porta, até encontrar uma sala de espera e adentra.

Lionel passa por mim como um furacão e vai perto da janela com um celular na mão. Fico quieta olhando ele tentando se conter, pois seus ombros estão rígidos e ele está tentando pensar e anda de um lado para o outro.

Caminho até um sofá e me sento. Não sei o que deve estar acontecendo lá no salão, mas não quero ser a responsável por estragar o dia da Lia. Me encolho no meu canto e tento ao máximo não ser pessimista.

Me abaixo e abraço meu corpo reprimida. O que será que vai acontecer agora? Lionel está nervoso e sei que neste momento, não será boa ideia tentar falar algo, para não se descontrolar mais ainda.

HOPE - No Meio Da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora