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Lionel



- Seth, o que o pai falou sobre não descer correr sobre as escadas? - Grito preocupado em descer as escadas antes que ele caia e se magoe.

- Não vou, pai. - Ele diz gargalhando quando o alcanço e o carrego nos meus ombros. - Sou um menino forte.

- Eu sei, mas ainda tem os pés curtos, e as escadas são um perigo até mesmo andando.

- Está bem, me coloca no chão agora? - Pergunta.

- Não posso me despedir do meu filho? - Retorno a pergunta o abraçando e distribuindo beijos e ele gargalha mais ainda.

- Amanhã estarei de volta, o vovô vai me trazer a tarde depois do parque. - Ele conta.

- Vou sentir saudades. - Disse eu.

- Eu também vou ter muitas saudades suas, pai. - Ele me aperta com as suas mãos pequenas.

Seth é o nome que escolhi depois de quase horas buscando algum que gostasse e fosse especial. Procurei no site de mitologia gregas, e achei esse que me chamou atenção o significado. '' Deus do caos '' tem tudo a ver com a situação que resgatei o menino, agora meu filho e o nome foi especial, porque tirei ele no meio do caos, e por me fazer sentir algo que só tinha pela a minha família.

Meu filho, é o meu melhor e único companheiro nessa casa enorme. Somos só os dois durante a semana toda, e aos finais de semanas, a minha família está toda cá, como a mãe tinha me feito prometer.

Foi muito difícil a adaptação, minha e de Seth, os primeiros meses só ele aceitando a mim e negando a aproximação de outros, até o dia que a minha mãe o comprou com uma barra de chocolate. Foi esquisito e engraçado.

Seth deixando que minha mãe se aproximasse, foi o caminho para que meu pai e irmãs se aproximassem também, trazendo algum brinquedo ou algum doce e fazendo que ganhem a atenção deles. Meu pai virou um avô bobo, não teve a oportunidade de nos ver a dar os primeiros passos, e entre outras coisas com os filhos, mas com Seth, ele sempre quer estar por perto e liga duas vezes ao dia para saber sobre o neto.

O levei ao médico no dia seguinte quando voltamos para o país, foi um alivio saber que não tinha nada de grave, apenas com principio de anemia e estava um pouco desnutrido com quatro meses de vida e a sua recuperação foi rápida e hoje ele se tornou num menino de quatro anos forte, e bagunceiro. Fazendo jus ao seu nome, derrubando tudo que tem na casa dos meus pais.

Nossa relação de pai e filho, foi diferente da que tive com o meu pai. Ele sempre me preparou para liderar a máfia, não tínhamos esse todo afecto, porque eu fui uma criança rebelde e tinha raiva dele, mudou esse sentimento tempo depois, mas não é o mesmo com que tenho com o meu filho. Ele é feliz, uma criança normal alegre que adora passar os finais de semanas com os avôs, receber doces escondidos da minha mãe, bagunçar os cabelos da Lia porque ele sabe que a minha irmã odeia que toquem no cabelo dela, mas deixa que Seth possa fazer e sei que ela gosta. Só finge descontentamento, mas adora quando Seth o provoca.

Com Lilly, Seth é mais delicado, gosta de deitar no colo dela, dormir com ela, adora receber carinho da minha irmã. Seth mudou um pouco as nossas vidas. Mesmo com tanto trabalho e algumas preocupações, ele alegra nosso dia.

Oficialmente, Seth Smith é meu filho, adoptivo e meu único herdeiro até o momento, escolhi a data de nascimento no dia que o encontrei, mas referente ao mês que provavelmente tivera nascido. Ele nunca perguntou quem era a sua mãe, talvez as crianças nessa idade começam a questionar sobre a falta da mãe e entre outras coisas, mas ele nunca me fez essa pergunta, mas sei que ele já perguntou para a minha irmã Lillian, sobre a mãe porque ela mesma contou.

HOPE - No Meio Da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora