HOPE - No Meio Da Máfia

22°

Lionel

O dia nunca foi cheio de coisas ruim. Não quando se trata da minha vida pessoal e não na máfia. Há muita coisa envolvendo para meu dia se estragar assim, até ao momento, Stelany não respondeu as mensagens do tal "David" ontem. Confesso que estou esperando uma resposta dela, mas já que não chega, irei enviar novamente antes de dormir.

Quando o carro estacionou perto da entrada de casa, vejo que há um outro estacionado lá também, vejo meu filho vindo correr em minha direcção assim deixei o carro. Ele está usando o seu pequeno pijama, são perto das oito da noite, hoje tive que terminar um trabalho na empresa e tive que sair tarde.

- Pai! - Seth me abraça apertado, ele tenta mas dá uma pequena cócegas quando me abraça assim. - A vovô está aqui.

Merda! Estava claro que ela viria aqui, não atendi as suas ligações, pensei que talvez tentaria amanhã, mas ela decidiu vir em minha casa e me bater a frente do meu filho, que vexame irei passar.

Caminho com Seth em meus braços e vou entrando em casa. Minha mãe está sentada no sofá da sala, não olha na minha direcção e tem uma postura assustadora. Ela está elegante, os cabelos presos e não usa nenhuma maquiagem.

- Mãe! - Minha mãe não olha para mim, ela finge não me ouvir, fico mais apreensivo de me aproximar.

-Ângela! - Chamo pela baba.

Ela vem correndo da cozinha com um copo de leite nas mãos. Passo Seth para ela e peço que o leve para o quarto, vou conversar com a minha mãe e depois irei passar para o quarto dele dar boa noite. A baba leva meu filho pelas escadas enquanto crio coragem para me aproximar.

Sou uma mafioso, líder de uma organização criminosa, um empresário de sucesso, todos temem a pessoa que sou, dos grandes ao menores homens do mundo, mas eu tenho medo de decepcionar ou chatear a minha mãe.

Dona Suraya está em silêncio enquanto vou me aproximando e sentar no sofá ao seu lado. Ela está olhando para algum ponto exacto, mesmo sentido a minha aproximação, ela continua entorpecida.

- Mamã!

Toco levemente o braço da dona Suraya e finalmente, seus olhos foram em minha direcção. Estremeci quando vejo a raiva em seu rosto, ela vai me bater ou dizer palavras duras.

- O que aconteceu com o teu telefone?

- Nada, estava com muito trabalho mãe, não deu para falar com a senhora, iria ligar assim que estivesse em casa. - Dou a desculpa que consegui pensar no momento.

- Você ignorou as ligações da sua mãe, e nem venha dar outra desculpa. - Dona Suraya está brava.

- Mãe, eu não ignorei a senhora, estava muito atarefado.

- O que está acontecendo com você, Lionel?

- Nada, mãe.

- Como nada? - Ela se exalta - Harry ligou para o seu pai chateado, mandando com que ele afastasse você na nova filha.

- Ah, isso! - Suspiro, fingindo que não fazia ideia do que se tratava.

- O que você fez com a moça, Leão?

- Não fiz nada, mãe. - Dou de ombros.

- E porquê Harry, um homem calmo e sensato ligaria para o seu pai, pedindo que conversasse com você? Eu ouvi tudo, o que ele disse sobre você.

- Ah mãe, eu não fiz nada, só jantei na casa deles, mas não planejei que tudo iria se descontrolar.

- Planejou? - Mamã é atenta e usa as nossas palavras contra nós mesmo.