HOPE - No Meio Da Máfia

1°

Lionel

A primeira vez que percebi que, nascendo no Meio da Máfia, não nos deixa ter uma vida normal das pessoas normais, num mundo normal, foi ser espancado brutalmente, ser agredido e ferido com ferro quente e te deixar marcas de queimadura no corpo todo. Mas o pior nem foi o que acabara de mencionar, foi ter que ouvir os gritos e o pedido de socorro da minha irmã enquanto estava sendo estuprada.

O meu nome é Lionel Costa Smith, sou trigémeo e o primogénito. Filho de mafioso, Taylor Smith e de uma mulher, Suraya Costa Smith que infelizmente foi traficada no meio da máfia. As minhas irmãs são Lídia e Lilian, nasci primeiro que elas, e sempre tenho o prazer de gozar com elas. Tenho vinte e oito anos, as minhas irmãs também, mas sou mais velho de alguns minutos delas.

O meio que a gente nasceu, não é o melhor, há sempre um conflito, sangue derramado e muitos inocentes que infelizmente ficam no meio dessa luta. A morte para mim, deixou de ser algo abominável, inaceitável desde que matei pela primeira vez dois homens, a sangue frio e usando apenas um punhado.

Já se passaram treze anos. Treze anos foram precisos para que eu me rebelasse comigo mesmo. Aceitando o facto de que a vida na máfia seja só a morte, lágrimas, armas e balas.

Aos dezoito anos, passei por momentos de surtos e qualquer um que olhasse maliciosamente para as minhas irmãs, eu acabava matando essa pessoa. Eu tinha feito essa promessa, de proteger as mulheres da minha vida até do meu próprio pai quando tinha cinco anos.

Fui diagnosticado com quatro anos, com transtorno de bipolaridade em Portugal, quando minha mãe, Dona Suraya fugia do meu pai, porque era um homem muito mal, fazia mal para a minha mãe, então, mamãe decidiu fugir connosco ainda na barriga dela, com medo de que o meu pai fosse machucar os filhos também.

Sempre observava a minha mãe. Vivia com o medo constante quando estávamos fora de casa. Ela nunca se sentia tranquila como resto das pessoas na rua, e quando perguntava sobre o meu pai, ela dizia que não podíamos ficar com ele, que estávamos melhor sem ele, que estar com ela era perigoso, porque papai estava doente e não podia estar perto da gente até melhorar. A mãe nunca escondeu o rosto do meu pai, quando pequenos, queria que soubéssemos quem era ele, mas não podíamos estar com ele.

Foi aí que eu entendi que a mãe estava com medo era do meu pai. A mãe chorava quase todas as noites e tinha pesadelos com o meu pai. Não gostava de ver ela sofrer, tinha ódio por ver ela chorar por causa do pai. Então me rebelei e prometi proteger a minha mãe e irmãs de quem quer que fosse lhes fazer mal, até dele, Taylor Smith, meu pai.

Devido ao meu comportamento fora do normal, a mãe decidiu me levar para um psicólogo e fui diagnosticado com esse transtorno bipolar. Quando mais crescido, soube que essa doença era hereditário, pois o meu pai também padece do mesmo problema. Por isso a mãe fugia dele, porque não fazia o tratamento para controlar suas emoções, e quando fazia as coisas, não se dava conta que magoava a mãe.

Eu sempre fazia o tratamento regularmente, não queria ter nenhum tipo de surto e machucar as mulheres de casa e assim fui crescendo, até aquele dia, por insistir para que Lillian, minha irmã gémea fosse me ver a correr, e os inimigos do meu pai nos sequestrar.

- Quem são vocês? - Perguntei.

- Você não precisa saber, miúdo. - Desdenhou de mim desviando os olhos para a minha irmã. - Olha só o que temos aqui!?

Ele foi até ela, tirando o pano da boca dela e analisando. Minha respiração fica desacelerada. Tento me soltar mais ainda daquela cadeira e sua atenção foi para mim.

- Não toque na minha irmã. - Rosno ele me olha com admiração.

- Porquê não? - Zomba. - Ela é uma garotinha muito linda. E esses olhos? Pena que vai ser diversão dos meus homens aqui. - Ele se refere aqueles dois soldados que sorriem com malícia para a minha irmã.