32°

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Stelany





Caminho atrás dele que me espera no fim da gruta e o que os meus olhos veem, me deixa de olhos arregalados e boca aberta. Parece um paraíso de tão lindo e majestosa que é o lugar.

Há uma queda do rio, um riacho, dando lugar para um pequeno lado e um jardim muito bem cuidado. O lugar parece surreal, e meus olhos não querem acreditar no que estou vendo.

Há uma cabana depois do lado, no meio do jardim. A cabana é toda feita de vidro, mas não se vê o que tem dentro. Há bancos de madeira com uma tenda cobrindo ele devido ao sol e há um baloiço de dois lugares nele.

— Bem-vinda ao meu lugar de refúgio.

A voz de Lionel me faz parar de encarar o lugar e olhar para ele que me olha de olhos semicerrados, mas desvia logo e desce por uma escada que foi colocado para chegar até ao chão e poder estar dentro do jardim.

Sigo Lionel envergonhada e quando chegamos no jardim, olho tudo à minha volta. O lugar é todo bem cuidado e as flores no jardim são tão coloridas que fico fascinada.

Fico parada olhando em tudo e vejo Lionel em direcção ao baloiço, há um pequeno cofre nele escondido e vejo ele retirando chaves. Esse lugar é todo dele e o baloiço ai feito, com certeza foi pelo o seu filho Seth.

Lionel abre a porta da pequena casa e me olha. Caminho até ele e Lionel me dá passagem para entrar pela casa. O lugar é bem simples, mas muito bem organizado e a cozinha está ligado com a sala. Tem apenas uma porta, acho que deve ser o banheiro.

— Esse lugar é lindo. — Falo por fim, depois de ter olhado em tudo.

— Foi Seth que escolheu a nova decoração. — Lionel diz com as mãos no bolso da calça.

Seu rosto está vidrado para fora. Dá para ver tudo de fora, mas a luz aqui dentro não está clareando muito. Dá para ver o céu e o sol se mostrando forte lá fora. 

Lionel se distanciou e está de pé, de mãos presas no bolso de sua calça. Ele parece pensativo, e fico com vergonha por ter desconfiado dele daquela maneira. Deve achar que o considero como um monstro como antes pensava ser.

Ficamos em silencio. Lionel está de pé, parece pensativo e encara o vazio. Eu não sei o que falar para ele, nem como. Olho tudo em volta, penso em me sentar no sofá enorme da sala, mas não posso sem um convite dele.

— Sinto muito....

Falo mais para mim do que para ele. Lionel olha para o meu rosto sem perceber onde o meu lamento vai. Respiro furo e me aproximo dele o suficiente e encaro suas íris que se não me concentrasse, não pararia de observar.

— Desculpa. — A minha voz se torna mais audível e Lionel percebe no que estou me desculpando.

— Queria que confiasse em mim. 

Sua confissão soa dolorosa e me sinto horrível por ter causado isto nele. Estou em uma situação nova, algo que nunca tinha me acontecido e não sei o que fazer nessas situações e é difícil.

— Quando eu vi aquela gruta, lembrei daquele dia e tudo ficou confuso na minha cabeça, eu não... — Falo gesticulando aos olhos atentos dele.

Lionel se aproxima e vai se sentar na poltrona. Me viro para o encarar. Lionel me indica o lugar para se sentar no sofá e assim, me sento.

— Tem que aprender a confiar em mim, Khalil. — Ele diz com as mãos juntas e morde os lábios. — Nunca faria mal a mulher que estou apaixonada.

Ele diz novamente aquelas palavras. Fico sem jeito para o responder. Não consigo o encarar de novo. Ele fala isso para me deixar eufórica e sem respostas.

HOPE - No Meio Da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora