Foi um choque. Não como um choque elétrico. Mas como se um raio tivesse sido lançado especialmente para ela. Como ela poderia ter imaginado que sair para a Floresta Proibida para colher algumas ervas mágicas para a aula de Poções acabaria levando-a para seu... para ele. E Potter.
Céus, ainda bem que ela tinha salvo Potter.Mas e ela? Quem a salvaria?
Eles dois desaparataram e a primeira coisa que ela fez foi se soltar bruscamente do agarre dele.
Não tiveram tempo para mais uma troca de olhares intensa, pois ele não perdeu tempo em abrir sua maldita e irritante boca.
— Não sabe como eu senti sua falta meu raio de sol.
Tom ergueu sua mão na vontade de acariciar o rosto dela que acertou a mão dele com um tapa no meio da tentativa.
— Saia dessa forma, você está horrível. — ele não pareceu se ofender, e voltou a ser o alto e belo Tom Riddle.
Em sua forma mais aceitável, ele se aproximou, inegavelmente tentando beijá-la, mas Anastasia colocou sua mão na cara dele e o empurrou para trás. Ele a olhou decepcionado.
— Não sentiu minha falta?
— Não.
Tom sabia que aquilo era mentira. Ela só não sabia reagir em momentos de grande tensão, ele sabia.
— Eu senti a sua. Muito. Por favor, Anastasia, foram 47 anos de separação. Não minta meu raio de sol, eu sei que sentiu minha falta tanto quanto eu senti a sua.
— Se você gosta de se iludir. — ela deu de ombros. — Adeus, Riddle, foi horrível te ver novamente, espero que não se repita. — disse passando por ele, tentando ir para a porta, mas ele a agarrou pelo braço e a puxou para trás.
— Aonde pensa que vai?
Ela bufou, e de novo, se desvencilhando dele.
— Hogwarts. Eu não sei se você sabe, mas Ah! com certeza sabe, graças a seus lacaios, eu frequento Hogwarts e tenho que sustentar uma grande farsa.
— Sei, sei. Hum, você não precisava estar lá. Eu lhe ensinei tudo que você sabe, você é muito melhor do que toda aquela ralé.
— Eu sei que sou e sei o que você me ensinou, mas depois de você eu aprendi muito mais por conta própria. Ouso até mesmo dizer que sou uma bruxa melhor que você, apesar de não usar feitiços malignos e nem ter nascido com o sangue mágico. Quem diria, não? Isso te dá medo ou o frusta?
— Nenhum.
— Nenhum? — repetiu ela, fingindo falso choque.
Ele a agarrou pela cintura, unindo seus corpos.
— Me dá orgulho.
Anastasia quase - quase - sorriu em desdém.
— Mas agora me responda uma coisa. — fechou os olhos e sussurrou ao ouvido dela, ela quis - muito - lhe dar uma joelhada, mas seu corpo estava junto demais ao dele para isso.
— O que? — perguntou com tédio.
De supetão, o Lord deu um giro e encurralou-a, prendendo ela contra a parede.
— Você me traiu? Responda... algum homem nesses anos todos teve a ousadia de te tocar? De tocar no que é meu?
Anastasia ficou muda e Tom começou a se desesperar, afinal, o silêncio é conhecido como a confirmação.
— RESPONDA!
Anastasia reuniu toda sua força e o empurrou, fazendo com que ele a soltasse.
— Como ousa? Que tipo de mulher você acha que eu sou?
Apesar de tudo, Anastasia nunca considerou beijos como traição. Não para ela pelo menos. Apesar do marido merecer, ela sabia que nunca teria coragem de ir além. Ela tinha seus próprios princípios na maneira dela.
— E-e me desculpe eu perdi o controle.
Anastasia revirou os olhos. Engolindo em seco, ela tomou coragem para fazer uma pergunta que há muitos anos ela queria uma resposta.
— E meus filhos? — ela se negou a dizer nossos.
— Nossos. — corrigiu de prontidão. — Vivos. Se é o que quer saber.
Naquele instante Anastasia soltou a respiração que ela nem tinha se dado conta que havia prendido. Depois de ter ido embora pela segunda vez, ela nunca mais soube qualquer coisa que fosse sobre os filhos. Passaram muitos anos, e ela não tinha ideia sobre coisa alguma, nenhuma pista sobre nada. Quando sua inesperada aceitação em Hogwarts veio, ninguém nunca sequer citou algo sobre filhos do Lord das Trevas, nunca, e ela nunca viu em nenhum livro que falasse sobre ele ou uma mísera citação no Profeta Diário, chegou a achar que seus filhos estavam mortos, que pudessem ter morrido depois dela ter os deixados e sem sequer tê-los conhecido, ou eles a ela. Essa possibilidade muitas vezes tirou seu sono e doeu, ah, como doeu.
Ao ouvir a revelação dele, ela vacilou um passo, seu peito, seu ser, se enchendo de esperança. Apoiou-se na cadeira mais próxima por um segundo e se recompôs, tão altiva quanto antes.
— E nossos netos?
— Nós não temos netos. — os olhos dela se arregalaram levemente.
— Ariana. — ele acenou negativamente. — Nem Alexandre?
Tom soltou uma risadinha.
— Minha querida, Alexandre não é o tipo de homem que tem uma família.
Anastasia não gostou muito de saber daquilo.
— Eles são suas cópias exatas. Oh, Anastasia, eles vão ficar tão felizes em conhecer você e-
— Não! Eu não quero conhecê-los. De maneira nenhuma.
— Você é a mãe deles!
— Uma mãe que eles nunca conheceram. Isso é o fato. Você forçar isso só vai perturbar seus pobres filhos. É isso que quer? Vai infligir tanta dor aos seus filhos só pela sua obsessão por mim?
— Você não os ama?
Anastasia sentiu sua cabeça rodar.
— E-e-eu preciso ir.
— Ah, não! Você não vai a lugar nenhum. — puxou-a para si.
— Oh, por favor, Tom. Eu estou cansada. Estou confusa. Deixe-me retornar e refletir, quando colocar meus pensamentos em ordem eu volto. Minha cabeça está uma bagunça, não consigo nem pensar com clareza.
— Certamente que não. — e a soltou. — Então vá.
Ela assentiu.
Repensando, Tom tornou a agarrá-la. Anastasia já estava irritada com aquilo. Ele a obrigou a olhar nos olhos dele.
— Nem sequer pense em fugir. Perdi você duas vezes e não estou disposto a ter perder uma terceira. Não importa para onde você vá, eu vou atrás de você e vou te achar, no fim do mundo, no inferno. Mas eu vou te achar.
Ela se soltou, eles se olharam pela última vez, e ela aparatou.
Quando chegou no banheiro de seu dormitório, ignorando e empurrando todas as pessoas em seu caminho, ela levantou a tampa do sanitário e despejou ali todo o conteúdo de seu estômago. Mas quem dera se ela pudesse se livrar da mesma forma de toda a dor, nojo e problemas. Ela ficaria feliz se fosse tão fácil.
Deslizou para o lado, passando as costas da mãos pela boca, sentou-se no chão frio e uma lágrima deslizou por cada uma de suas bochechas pálidas.
Será que seu fim tinha começado a muito tempo
Ou será que ele dera início naquele momento?
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O Mistério de Anastasia
Fanfiction- A nossa visita se deve ao fato de que você possuí uma vaga em Hogwarts. - O corpo dela enrijeceu como pedra com as palavras de Dumbledore. Ela era uma bruxa, não nasceu daquele jeito, mas ela era. Mas ela não era uma criança, era adulta. Não poder...