A Câmara Secreta

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Quase uma semana depois do encontro desastroso com as aranhas na floresta, Anastasia ainda continuava se torturando, pensando sobre sua atitude.

Havia uma pontada dolorosa de arrependimento e decepção dentro de si. Ela nunca imaginou que chegaria a tanto. Não era uma santa, não, nunca tinha sido, mas torturar? Usar uma das piores maldições do mundo da magia, mesmo em um animal que cogitou em atacá-la?

Não, aquilo ia contra tudo que ela acreditava, contra tudo que seus pais haviam lhe ensinado.

Ela não era um monstro

Ou era?

Ela não queria ser um monstro

Ou será que era isso que ela estava destinada a ser?

Horas mais tarde, estava ela andando pelos corredores, seus pensamentos ainda não tinham a abandonado e isso estava a deixando louca.

Por imensa sorte, desligou-se desses pensamentos no mesmo instante em que Potter e Weasley passaram por ela.

Murmurando o feitiço de invisibilidade, ela foi atrás deles.

— Ron, é isso, o monstro é um basilisco.

— Finalmente, Potter. Meu Deus, eu estava começando a pensar que você nunca iria descobrir. — Anastasia pensou.

— Mas se ele mata só em olhar para as pessoas por que ninguém morreu ainda? — Weasley perguntou.

— Porque ninguém olhou nos olhos dele... não diretamente pelo menos. — Constatou. — Colin estava com a máquina fotográfica, Justino deve ter visto o basilisco através do Nick-Quase-Sem-Cabeça, Nick recebeu toda a carga, mas ele é um fantasma e não poderia morrer de novo... Hermione e a monitora da Ravenclaw estavam com um espelho, aposto que o usaram para vigiar os cantos.

— E a Madame Nor-r-ra?

— Havia água no chão, ela só viu o reflexo do basilisco. Diz aqui que as aranhas fogem do basilisco, tudo se encaixa.

— Mas como um basilisco circula por aí? Uma cobra enorme assim alguém já teria visto.

— Hermione respondeu isso também. — Potter respondeu.

— Ah, claro, a Granger. — Anastasia revirou os olhos. — Tolice a minha pensar que esses dois patetas iriam decifrar a verdade, se não fosse pela dentuça e se Hogwarts dependesse desses dois nos próximos dias todos já estariam petrificados ou então mortos.

— Lembra o que o Aragogue disse sobre a garota de cinquenta anos atrás? Ela morreu no banheiro. — Potter disse.

— Não. — Weasley soou desacreditado. — A murta-que-geme.

— Temos que contar isso para a professora McGonagall, vamo-

Mas antes que Potter pudesse realizar o que na visão de Anastasia era o primeiro ato prudente do garoto, a voz da professora de transfiguração ecoou por todo o castelo.

" Todos os alunos devem voltar ao dormitório de suas casas agora mesmo. Todos os professores ao corredor do segundo andar imediatamente "

Aparentemente, toda a prudência que Potter demonstrou a menos de dez segundos atrás se esvaiu quando ele e Weasley saíram correndo na direção do corredor do segundo andar, ao invés do caminho até a Torre da Gryffindor como havia instruído a professora McGonagall.

Suspirando em evidente derrota, Anastasia foi atrás deles.

Quando os três segundanistas Gryffindors chegaram ao corredor do segundo andar, observaram, escondidos de longe, os professores vindo.

O Mistério de Anastasia Onde histórias criam vida. Descubra agora