Seu maior medo

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Foram horas de paz aquelas em que Draco Malfoy ficou confinado na Ala Hospitalar, horas essas em que Anastasia sentiu que poderia respirar com tranquilidade.

Mas a tranquilidade acabou na manhã de quinta-feira, quando Malfoy reapareceu na aula de Poções com o braço direito enfaixado e pendurado em uma tipóia. Mesmo naquele estado, sua pose arrogante não tinha sido abandonada.

— Como vai o braço, Draco? Doendo muito? — Perguntou a colega de casa de Malfoy, Pansy Parkinson, uma Slytherin de cabelos escuros muito curtos.

— Eles dizem que ela tem cara de cachorro é? Qual cachorro? — Iris perguntou para Anastasia.

— Buldogue.

— E você acha que ela tem?

— Claro que não! Buldogues são cachorros bonitos. A Tatiana tinha um francês. Ortipo era o nome dele, ela ganhou de um soldado. Ele era uma coisinha linda, eu o adorava.

— Está. — Malfoy respondeu a pergunta de Parkinson. — Você poderia dar um beijinho nele para sarar. — Disse se sentando ao lado de Anastasia. A Gryffindor respirou fundo e fechou os olhos.

— Malfoy, seu braço foi prejudicado, mas eu lamento que não tenha sido a sua língua. — A voz de Snape trovejou atrás do garoto que aparentou estar muito surpreso, talvez pensasse que receberia tratamento especial do seu chefe de casa. Mas tinha se enganado. — Vamos hoje preparar uma poção redutora. — Snape tentou olhar para Anastasia, porém ela o ignorou.

O Malfoy armou o caldeirão dele bem ao lado do de Anastasia, e ela não gostou nenhum pouco.

— Professor. — Chamou Malfoy. —, vou precisar de ajuda para cortar as raízes de margarida. Mande Anastasia me ajudar.

A mesma apertou os punhos com força enquanto murmurava entre-dentes " eu vou cortar é o seu braço fora ".

— Quer que ela lhe de comida na boca também?

— Eu aceito também uma massagem, essas mãos dela parecem ser maravilhosas para-

— WEASLEY! — Todos os alunos deram um salto com o grito de Snape. — Corte as raizes de Malfoy. — O Professor apanhou o caldeirão e os ingredientes de seu aluno e os colocou na mesma mesa de Harry Potter e Ronald Weasley. O tom de Snape foi tão frio e autoritário que nem o ruivo e nem o loiro tiveram coragem de contestar.

Com isso, Anastasia ficou sozinha e se concentrou em cortar suas raízes e a preparar os demais ingredientes.

Quando ela estava na metade das raizes, Snape se aproximou da mesa dela, fingindo que estava analisando o seu trabalho.

— Eu não sei como você consegue se controlar. Ele está sendo insuportável. — Disse aos sussurros.

— Ah, por um instante eu pensei que você ia me culpar. — Respondeu no mesmo tom, sem se desconcentrar de suas raízes.

— Culpar você?

— É... talvez pelo modo que minhas curvas se tornam visíveis dentro desse vestido. Porquê a culpa não seria minha afinal? Os garotos tem instintos. São as garotas que precisam se dar ao respeito para não darem motivos a eles de lhes assediarem.

A visão de Anastasia se tornou embaçada de raiva ao ponto de ela acabar cortando o próprio dedo com a lamina da faca. Um pequeno gemido escapou de seus lábios quando o sangue começou a escorrer.

Snape entrou em alerta e se colocou ao lado dela, puxou sua varinha e lançou um feitiço para que o corte se fechasse.

E fechou.

O Mistério de Anastasia Onde histórias criam vida. Descubra agora