Os dias rapidamente se passaram e logo a primeira Sexta-Feira do ano letivo chegou. Durante a primeira semana, Anastasia compareceu a todas as três refeições. Apenas cinco dias e ela já não estava aguentando mais, sentia que a qualquer hora iria explodir.
Ela terminou seu jantar e enquanto todos os outros alunos iam para os seus respectivos salões comunais, ela ia para a enfermaria.
Anastasia parou diante do grande arco da enfermaria. Fechou os olhos e respirou fundo. Ela odiava enfermarias.
Deu seu primeiro passo e sentiu seu sangue gelar, mas ela, corajosamente, seguiu em frente.
Ela adotou um verdadeiro olhar e ar melancólico quando apoiou suas duas mãos no ferro branco e frio de uma das camas. Aquelas camas eram idênticas as que haviam no hospital privado em que ela, suas irmãs e sua mãe cuidavam durante a primeira guerra mundial.
O caso era que, assim que a guerra rebentou os soldados voltavam feridos para um hospital privado que havia em Czarskoye Selo. Foi no primeiro ano da guerra, 1914, que sua mãe e suas duas irmãs mais velhas, Olga e Tatiana, com 19 e 17 anos respectivamente, tornaram-sem enfermeiras pela Cruz Vermelha. Anastasia e sua irmã dois anos mais velha, Maria, nunca chegaram a se tornar enfermeiras, pois eram consideradas jovens demais.
Naquele instante, carinhosamente lembrou-se de Tatiana que durante aqueles dias difíceis atuou de maneira competente e empenhada, pois sempre teve um bom coração e seu maior desejo era sempre poder ajudar e amparar os outros, mesmo sem os conhecer. Recordou-se também da pobre Olga, que era uma jovem sensível e sempre para ela foi difícil assistir a dor dos outros. Durante a guerra, Olga sempre tentou ajudar como pode, mas chegou um dia que ela não aguentou mais e em um ataque de fúria, partiu três vidros de uma janela com um guarda-chuva, após esse ocorrido ela foi afastada do trabalho e foram-lhe dadas injeções de arsénio para seus nervos, o que não resultou muito, porquê ela se tornou nervosa e anémica até o seu último dia de vida.
— Senhorita Petrov! — A mesma deu um pequeno salto. — Chamei por você três vezes, mas estava perdida em pensamentos. Está tudo bem?
— Hum? Uhum!
— Venha cá, quero ver seu peso e sua altura.
Entediada ela estava, entediada ela permaneceu.
— Ambos nada satisfatórios. — Anastasia não se surpreendeu, em sua vida inteira ela sempre esteve abaixo da média no que dizia respeito a tamanho, tanto que quando alcançou seus dezessete anos ela só tinha 1,57 de altura. Por outro lado, em sua infância verdadeira, ela não foi um exemplo de magreza. Sentia-se satisfeita por ser agora. — Trouxe um pijama?
A Gryffindor repreendeu-se mentalmente e mostrou para a outra um conjunto de camisola e robe que ela conjurou rapidamente de dentro de sua capa.
— Sim.
— Pode ir para o banheiro se trocar.
Anastasia foi, vestiu-se, escovou os dentes com uma escova que ela conjurou e cuidadosamente dobrou seu uniforme.
— Hum... Apesar da senhorita ter dito que fez uma cirurgia, não há cicatriz alguma em seus dedões. — A loira estava verdadeiramente desconfortável sentada na beira da cama enquanto a enfermeira estava ajoelhada a sua frente analisando seus pés descalços.
— É, isso faz tempo, eu nunca entendi a razão. — Tornou a mentir. — Madame Pomfrey, se a senhora não se importa, eu estou cansada, foi uma semana desgastante e eu queria poder dormir.
— Só mais uma pergunta. Bem... a senhorita já teve a sua... a sua...
Demorou um instante para Anastasia entender enquanto a outra gesticulava, a primeira corou violentamente.
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O Mistério de Anastasia
Fanfiction- A nossa visita se deve ao fato de que você possuí uma vaga em Hogwarts. - O corpo dela enrijeceu como pedra com as palavras de Dumbledore. Ela era uma bruxa, não nasceu daquele jeito, mas ela era. Mas ela não era uma criança, era adulta. Não poder...