— " Eu acho que... Você é muito forte e corajosa, senhorita Petrov. Apesar de tudo que enfrenta e suporta sempre lida com sabedoria e paciência. Apesar de toda a perda que sofreu eu tenho fé que você conseguirá superar os traumas da sua alma e conseguirá seguir em frente. Você é capaz disso, eu sei que sim. "
Um mês e meio. Às aulas haviam acabado há um mês e meio. Fazia um mês e meio desde que ela vira seu professor de poções pela última vez. Fazia um mês e meio que continuamente as palavras dele se repetiam em sua mente. Fazia um mês e meio que ela havia sorrido pela primeira e última vez depois de tanto tempo.
Um mês e meio e parecia que havia sido há um século.
Por mais que tentasse, por mais que se repreendesse e por mais que ela soubesse que era errado e inadequado, ela não conseguia parar de pensar nele.
Mas Deus, as palavras dele, tão reconfortantes, tão gentis, tinham feito o seu coração de gelo esquentar, ele tinha a feito sorrir. Ela que mal se lembrava a última vez que havia sorrido.
Foi tirada de seus pensamentos pelo som de bicadas contra o vidro da janela. Levantou-se do sofá e abriu as grossas e pesadas cortinas, as trancas da janela e por fim a própria janela. Rapidamente apanhou a carta que a coruja de cor castanha lhe trazia e tornou a fechar a janela, a recolocar as trancas e a fechar as cortinas.
Essas eram duas coisas que ela tomou aversão pelos anos de solidão e reclusão, pessoas e luz do sol. A primeira a chateava e a segunda a queimava como se ela fosse uma vampira.
— Eu te contei que guardei a minha carta de aceitação em Hogwarts? — Anastasia perguntou para Iris que estava enrolada em seu corpo, enquanto subia as escadas em direção ao seu quarto.
— Você não costuma me contar as coisas. — Iris dramatizou e Anastasia murmurou um " boba ". — Para que você fez isso?
— Ah, eu quis guardar de recordação. — Parecia uma atitude infantil, mas ela sentiu certa pena de queimar a carta, então por isso a guardou no fundo de sua mesa de cabeceira, trancada a chave. Aquela carta seria para sempre uma lembrança do que ela era e para o lugar maravilhoso que ela fora por causa disso — mesmo que ela nunca admitisse que gostasse —
— Aiii que bonitinha ela toda sentimentalzinha.
— Boba. — Agora disse em voz alta pelo tom zombeteiro de Iris.
Adentrou em seu quarto e se sentou em sua cama. Sua confortável e espaçosa cama, ela havia sentido falta dela enquanto esteve em Hogwarts. Na verdade, Anastasia tinha sentido falta de tudo. De sua cama, de seu quarto e principalmente de sua privacidade.
Ela abriu a carta que lhe mandava pegar o Expresso de Hogwarts na Estação de King's Cross, no dia 1 de Setembro. Vinha também anexada uma lista dos novos livros que ela iria usar no próximo ano letivo.
MATERIAL PARA OS ALUNOS DA SEGUNDA SÉRIE
Livro padrão de feitiços, 2a série
de Miranda Goshawk
Como dominar um espírito agourento
de Gilderoy Lockhart
Como se divertir com vampiros
de Gilderoy Lockhart
Férias com bruxas malvadas
de Gilderoy Lockhart
Viagens com trasgos
de Gilderoy Lockhart
Excursões com vampiros
de Gilderoy Lockhart
Passeios com lobisomens
de Gilderoy Lockhart
Um ano com o Iéti
de Gilderoy Lockhart
— Quem é esse tal de Gilderoy Lockhart? — Perguntou Iris.
— Eu não sei, mas pelo tanto de livros, esse homem deve ser um gênio ou apenas um bom mentiroso.
Anastasia aparatou na entrada da Travessa do Tranco. Há muitos anos havia ouvido sobre aquele lugar e no ano anterior ela a viu de longe enquanto fazia suas compras.
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O Mistério de Anastasia
Hayran Kurgu- A nossa visita se deve ao fato de que você possuí uma vaga em Hogwarts. - O corpo dela enrijeceu como pedra com as palavras de Dumbledore. Ela era uma bruxa, não nasceu daquele jeito, mas ela era. Mas ela não era uma criança, era adulta. Não poder...
