Solte. Ela. Agora

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Semanas depois após aquela primeira aula de Defesa Contra a Arte das Trevas, Moody finalmente anunciara para os alunos que lançaria a Maldição Imperius sobre cada um deles, assim como ele tinha dito para Anastasia muito antes.

— Mas... se o senhor disse que é ilegal, professor. — Começou Hermione Granger, tímida, a Gryffindor parecia bastante receosa quanto aquela idéia. — O senhor disse... que usá-la contra outro ser humano era...

— Dumbledore quer que vocês aprendam qual é o efeito que ela produz em uma pessoa.

— Eu não acredito muito nele. — Disse Iris em uma opinião que Anastasia não pode discordar.

— Se a senhorita preferir aprender pelo método difícil... quando alguém a lançar contra a senhorita para controlá-la... para mim está bem. A senhorita está dispensada da aula. Pode se retirar. — Moody continuou, sem rodeios, e apontou para a porta, mas Granger não saiu.

E nisso o professor começou a chamar aluno por aluno à frente da sala. Ele apontava a varinha para eles enquanto dizia "Império" e nisso todos faziam o que ele queria, como marionetes de cordas que eram controlados por seus titereiros.

Anastasia não pode deixar de se sentir interessada e curiosa por aquela aula. Desde que descobrira que era bruxa ela apenas tinha visto a maldição Imperius ser executada poucas vezes e ela também só tinha realizado-a poucas vezes.

Anastasia observou os seus colegas sob o domínio da maldição. Dino Thomas deu três voltas pela sala aos saltos, cantando o hino nacional. Lilá Brown imitou um esquilo. Neville executou uma série de acrobacias surpreendentes, que ele certamente não teria conseguido em condições normais. Nenhum deles parecia ser capaz de resistir à maldição, e cada um só voltava ao normal quando Moody a desfazia.

Harry Potter foi o único que conseguiu êxito em resistir a maldição, mas ele não era forte suficiente e não conseguiu resistir logo na primeira tentativa. Na primeira ele acabou por bater com força contra uma carteira e apenas na quarta tentativa conseguiu suportar a maldição.

— Muito bem, Potter! Muito bom mesmo. — Moody parabenizou o garoto moreno que tornava a se juntar ao resto dos alunos enquanto, curvo, acariciava os joelhos. — Petrov, é a sua vez.

Tão digna, corajosa e elegante como sempre, Anastasia se dirigiu à frente da sala e ficou completamente calma, ereta, imóvel e inexpressiva enquanto esperava o professor.

Todos os alunos presentes — mesmo aqueles que ainda estavam sentindo os efeitos da maldição — se curvaram para frente para observar da melhor maneira possível a cena.

Alastor apontou sua varinha para Anastasia e disse em alto e bom som

— Império.

Anastasia não moveu um centímetro da posição que estava e a única coisa que sentiu — ou melhor — ouviu, foi a voz de Moody, mandando-a fazer diversas coisas como dançar, pular e ele até mesmo ousou mandá-la sorrir.

Ele não era fraco. Era um bruxo experiente e ela era só uma menina. Uma sangue-ruim.

Como era possível que ela estivesse resistindo tão tranquilamente?

Ele intensificou o máximo que podia — ao ponto de sentir até certa dificuldade e cansaço — mas ela continuou na mesma e ainda por cima arqueou ironicamente sua sobrancelha para ele.

Foi quando eles estavam a quase cinco minutos naquilo que Alastor Moody caiu de joelhos como se uma força invisível tivesse o forçado àquilo.

Ele ofegou e manteve seu olhar para o chão de madeira, mas então um par de sapatos pretos lustrosos entrou em seu campo de visão. Ele ergueu seu olhar para ver Anastasia de pé, encarando-o. O professor lançou um olhar feio para ela e se levantou, o tamanho dele parecendo bastante intimidador contra o dela.

O Mistério de Anastasia Onde histórias criam vida. Descubra agora