Sra. Dimitri Petrov

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Na manhã do dia 12 de Agosto, Anastasia acordou, tomou um banho, um café simples e antes das seis e meia já estava pronta para aparatar até o centro de Londres, obviamente ela não podia aparatar diretamente no ministério, o que já era um motivo de frustração para ela que gostava muito da praticidade da aparatação, e nem usar a rede de flú pois ela não possuía e nem queria.

Diferente do que os outros esperavam, Anastasia não estava sequer minimamente aflita ou em estado de nervosismo. Depois dos acontecimentos de 24 de Junho o que ela mais queria era nunca mais retornar a Hogwarts, ir embora da Inglaterra, fugir, talvez até mesmo abandonar para sempre o mundo da magia que ela, de certa maneira, gostava. Tantas eram as suas esperanças que ela terminara de empacotar suas coisas. Naquele momento todos os móveis e demais coisas da casa estavam devidamente guardados em caixas, apenas esperando o momento em que ela voltasse da audiência já expulsa de Hogwarts.

Ela se deu uma última olhada no espelho de sua penteadeira e suspirou, estava pronta para enfrentar sua tão esperada e ansiada expulsão. O mundo da magia não era um lugar tão ruim assim. Era maravilhoso. Mas ela não poderia permanecer em paz nele enquanto Tom Riddle estivesse novamente vivo nele também.

A pretensão de Anastasia era usar um bonito vestido preto com um suave decote, mas aquela data não a permitia tal liberdade para comemorar através de suas roupas caso fosse expulsa. 12 de Agosto. Era o aniversário de seu falecido e querido irmão mais novo, Alexei. E em respeito a ele e somente a ele, ela se vestira de luto fechado com direito a um chapéu com um véu cobrindo seu bonito rosto. As comemorações poderiam ser adiadas, Alexei merecia que ela respeitasse sua memória que ela, nem por um dia, durante todos aqueles anos, havia esquecido.

Um porta-retrato com uma fotografia de Alexei repousava sob a penteadeira, Anastasia o alcançou, olhando-o com imenso carinho.

— Feliz aniversário, Alyosha. Deseje-me sorte aí do céu.

E com um movimento de varinha, sua cama e a penteadeira encolheram e foram guardadas dentro da última caixa, Anastasia colocou o retrato de Alexei com muito cuidado dentro da caixa, encima do colchão da cama e lacrou-a com magia. Girou nos calcanhares dando uma olhada em tudo, a casa estava quase vazia. Quando retornasse da audiência sairia daquela casa, da Inglaterra e do mundo da magia para sempre.

Ela esperava que sim.

O encarregado de acompanhá-la até o ministério era o Sr. Weasley que estaria trazendo com ele Harry Potter, a qual também passaria por uma audiência, no entanto o caso dele era mais crítico do que o dela. Aquela foi a primeira vez na vida que ela invejou Harry Potter.

As sete em ponto ela aparatou em uma rua em que havia vários prédios de pobres escritórios, um bar, e uma caçamba transbordando lixo. Ah, os bruxos e seus atraentes esconderijos. Era em um momento daquele que ela entendia a revolta e o ódio de certos magos pelos trouxas. Terem que viver como ratos correndo e se esquivando de gatos e ratoeiras não era nada agradável.

Ela parou próxima a uma velha cabine telefônica vermelha a frente de uma parede toda rabiscada de maneira vulgar e feia e esperou pela chegada do Sr. Weasley e de Potter que, felizmente, não tardaram.

— Como vai senhorita Petrov? — perguntou o Sr. Weasley ao se aproximar com Potter ao seu encalço, o ruivo muito educado e caloroso como sempre e o menino bastante distante como ela percebera há muito antes.

— Bem. Podemos ir?

— Primeiro vocês dois. — e abriu a porta da cabine dando espaço para que os outros dois adentrassem. Anastasia entrou depressa, o que pensariam dela se a vissem entrando em uma cabine telefônica acompanhada de dois homens.

O Mistério de Anastasia Onde histórias criam vida. Descubra agora