Capítulo Quatorze

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Escutando vozes que não deveriam ser ouvidas.

De manhã cedo, ele estava junto com Draco e Lucius na lareira. Harry a encarava como se fosse sua inimiga mortal: Ele detestava meios de locomoção mágicos.

Quase caindo no chão, foi assim que ele chegou ao beco diagonal. Recebendo um olhar crítico do Lord Malfoy e ouvindo as risadinhas nada discretas de Draco.

Lucius deixou um saco cheio de galões com seu filho, deixando os dois sozinhos porque tinha negócios a fazer. Sinceramente, Harry preferia que fosse Narcisa a os acompanhar, pelo menos ela não deixaria duas crianças sozinhas no beco diagonal com um assassino a solta.

O clima estava mais tenso do que nos anos anteriores, como se a qualquer momento Peter fosse aparecer e sair lançando avadas.

O rato era covarde demais e Harry sabia que ele não apareceria em público a não ser se fosse forçado, não valeria a pena o risco.

— "Está com a lista? Vamos comprar os livros primeiro." — Harry iniciou quando Draco começou a o encarar por ficar tanto tempo parado em silêncio.

— "Aqui." — Passou a lista para as suas mãos, que Harry leu brevemente. — "Parece que teremos um professor de defesa decente esse ano."

Harry concordou brevemente, seguindo seus caminhos juntos. Quando pegou os livros de runas antigas e aritmancia ele quase se arrependeu apenas de ler brevemente as primeiras páginas.

Ele considerou seriamente também escolher divinação, pois apesar de Trelawney ser uma farsa, a matéria era muito interessante.

Harry se lembrava dos seus tempos de ensino médio ter cartas de tarot feitas a mão, o cheiro persistente de incenso no seu quarto e os braços cheios de sigilos desenhados.

Ele ainda olhava suas cartas às vezes, mais por nostalgia que qualquer coisa.

Subitamente, sentiu falta do papel gasto entre seus dedos, de embaralhar tudo apenas para organizar novamente na ordem das arcanas maiores e menores, observando os traços infantis e nem um pouco profissionais das figuras.

Afastou aqueles pensamentos por um momento, afinal, já sabia onde eles iriam parar.

— "Harry!" — Ouviu uma voz feminina chamando seu nome, desviando seu olhar apenas para encontrar uma figura bem conhecida. Ele sorriu e todos seus pensamentos anteriores foram esquecidos ao ver Luna.

Eles se cumprimentaram, Harry e Draco pegando seus livros junto com Luna enquanto mantinham uma conversa agradável sobre trivialidades.

Ele apenas saiu por um segundo para olhar um livro que chamou sua atenção quando ouviu a voz de Draco.

— "Olha só, se não é o Potter…" — Harry suspirou fundo, preparando-se para a dor de cabeça que ele provavelmente teria.

O falso Harry e Hermione estavam juntos, ele poderia ver os Weasleys mais atrás junto com quem provavelmente seria Sirius. Ele ignorou completamente a briga infantil do Malfoy com os outros dois, mais interessado em achar Rony.

Ele viu uma cabeça ruiva se afastando para as prateleiras e presumiu que era o seu amigo. Harry o seguiu, só que ao invés de Rony era Ginny.

— “Ah, oi, Gina… onde está o Rony?” — Era um pouco estranho falar com a garota, afinal, eles não eram amigos nem nada.

— “Ele não veio, pegou um resfriado e achou melhor ficar em casa.” — A ruiva ofereceu a resposta prontamente, parecendo tão desconfortável quanto ele naquela situação esquisita.

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