Capítulo Trinta e Nove

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Bom dia, boa tarde, boa noite! Olha só quem finalmente decidiu ressurgir dos mortos? Ainda é junho, então estou dentro do prazo~

Espero que não tenham ficado relaxados demais na minha ausência, porque a paz acabou. Foi bom enquanto durou, não é?

Bem vindos, queridos masoquistas, a mais uma sessão de tortura! Bom soco no estômago!~

Para frente e para trás, como em um balanço.

— "Porque?" — Harry perguntou, massageando seus próprios pulsos. 

— "O que?" — Fenrir arqueou uma das sobrancelhas. Harry quase conseguia adivinhar seus pensamentos: porque essa criança insolente está sendo rude quando deveria agradecer?

— "Deixe-me mudar a pergunta, o que você vai cobrar por isso? Você está do lado do Voldemort, boa pessoa não é." — Harry não deixaria uma mera caridade mudar sua visão de mundo. Fenrir devorava criancinhas e transformava tantos outros em lobisomens. 

— "Porque você pensa que eu vou te cobrar algo? Eu não sou um maldito mercenário." — Ele revirou os olhos, cruzando os braços.

— "Me diga você, não sou eu quem devora criancinhas aqui." — Confrontou, sabia que estava pisando em gelo fino, mas esse era exatamente seu objetivo. 

— "Você não sabe de nada, garoto, nada. Inferno, apenas se comporte e aceite a ajuda, é muito difícil?" — Claro, ele ainda era apenas um adolescente que devia obediência, não é? 

Harry se levantou, ele não era apenas um adolescente. Adolescentes não se casam aos quinze e tem um filho aos dezesseis com um homem que odeia e tem mais que o quádruplo da sua idade. 

— "Sim, é muito difícil. Para que me comportar? As coisas só vão piorar de qualquer maneira." — Muitos poderiam argumentar que se ele se comportasse, Voldemort o trataria melhor, não seria mais um prisioneiro.

Mas esse é o ponto.

Harry não iria se tornar um animalzinho adestrado que se curva as vontades de Voldemort. 

Não importava se isso tornasse sua vida mais fácil, ele preferia permanecer um prisioneiro a um bichinho de estimação. 

Resistência corria nas veias da juventude, afinal. 

Ele não nasceu para se curvar. 

— "Eu prefiro manter minha dignidade. Eu não vou morrer como um moribundo, eu vou lutar. Sempre, sempre e sempre." — Mesmo que suas forças se esgotassem, enquanto ainda tivesse aquela chama, enquanto ainda respirasse, a luta continuava. 

— "Isso não é questão de dignidade, é questão de sobrevivência!" — Fenrir o segurou pelos ombros, o aperto sendo quase doloroso o suficiente para incomodar. — "Você vai morrer como um porco." 

— "Que eu morra! Mas eu não irei me curvar a ele!" — A morte parecia mais uma liberdade que um medo agora. 

— "Está fazendo o sacrifício de um tolo." — Fenrir o soltou, aparentemente desistindo de tentar o convencer. 

— "E porque você se importa!?" — Aquela era uma pergunta genuína. Harry queria saber, porque? Ele era apenas um garoto que conheceu alguns minutos atrás, porque se preocupava?

— "... Você me lembra alguém. Outro tolo que morreu porque era teimoso demais." 

A conversa teve seu fim ali. 

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