Capítulo Doze

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Quando o seu personagem é apelão e tudo é mais fácil.

Rony Weasley estava em um dilema.

De um lado, havia sua mãe, a sua família. Do outro, o seu melhor amigo.

"mau."

Como Harry poderia ser mau?

"Eu sou sua mãe, eu sei do que estou falando. Eu só quero o seu bem, querido."

Como sua mãe poderia deduzir que Harry era mau se nem ao menos conversou com ele? Como ela poderia saber que Harry era mau apenas em vê-lo uma vez? Tudo bem que a cicatriz o deixava um pouco assustador, mas ele não era mau.

"Eu só quero o seu bem."

É para o meu próprio bem, Rony repetiu a si mesmo quando fingia não ver o olhar magoado de Harry.

É para o seu próprio bem, dizia Harry e Hermione quando o impediam de ter um diálogo longo com o corvino.

— "Você deveria desistir, ele parece muito bem com os novos amiguinhos." — Era o café da manhã. Uma semana havia se passado. Os corvinos já haviam se acostumado com Draco sentando-se em sua mesa junto com Harry.

As aulas de Lockhart eram tão decepcionantes como Harry pensou e ele parou de frequentá-las. Todas as suas tentativas de falar com Rony foram em vão e Draco já havia se tornado "inimigo" do falso Harry.

— "Hmn… afinal, eu ainda tenho você, não é?" — Harry sorriu, apenas para o ver ficar tímido. Aparentemente, Draco tinha uma quedinha por ele e era um pouco divertido o quão óbvio ele era sobre isso.

— "Sim, sempre."

Ah, o amor juvenil é tão doce e bonito. Sinceramente, Harry apenas via Draco como uma criança fofinha que o seguia por aí, mesmo que esse corpo tivesse a mesma idade que a dele, Harry ainda era um adulto, pelos deuses, ele não iria se envolver com uma criança.

— "Que aula teremos agora?" — Os dois caminhavam juntos pelos corredores repletos de alunos indo para suas respectivas salas.

— "Defesa contra as artes das trevas." — Draco respondeu prontamente, ele sempre foi mais organizado com horários do que Harry jamais poderia ser.

— "Ah, você quer dizer período livre?" — Os dois riram, até ouvir uma voz feminina atrás deles.

— "Pulando aulas novamente, Malfoy?" — Eles viraram para trás, apenas para ver Hermione com o falso Harry ao seu lado. — "Você vai acabar reprovando assim."

— "Obrigado pela preocupação, Granger, mas eu prefiro reprovar do que perder meu tempo com aulas tão inúteis." — Harry interferiu antes que Draco iniciasse uma briga no corredor, de novo.

Ele agarrou o braço do grifinório e saiu dali antes que Hermione pudesse ter a chance de replicar.

— "Maldita sujeitinha sangue-ruim…" — Quando eles estavam longe o suficiente, Harry conseguiu ouvir o sussurro de Draco. Ele parou imediatamente, a raiva fervendo em seu sangue.

— "Nunca, nunca mais ouse falar essas palavras, Draco Lucius Malfoy." — Forçou as palavras para fora, o loiro engolindo em seco ao perceber o quão ferrado estava.

Draco não tinha medo de muitas coisas, mas existiam duas que o faziam temer pela vida: Sua mãe brava e Harry bravo.

— "Magia, não importa quem a possua, é um presente. Se eles recebem esse presente, é porque são dignos e devem ser tratados como tal." — Ele sabia que não era culpa inteiramente de Draco, que ele estava apenas reproduzindo o comportamento dos pais, mas o quanto antes isso mudasse, melhor.

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