RavenEye
há 1 hora atrás
⭐★★★★
"Você chama isso de história? Porra, meus olhos estão sangrando, enviarei a conta do meu oftalmologista para você por causar isso. Tem tantos erros de ortografia nisso que eu espero que esse site ainda tenha algum resquício de dignidade e exclua por má ortografia.
Quer um conselho? Isso está tão ruim que você deveria excluir de vergonha. Passe-me o número dos seus responsáveis, eu irei avisá-los para não deixar sua filha sem supervisão na internet e principalmente te ensinarem a escrever.
Eu já sabia que a educação nesse país não era das melhores, mas não pensava que era tão ruim. Você sequer foi devidamente alfabetizada? Porque se você tem acesso a internet e a um computador/celular, você tem que no mínimo ir para o colégio.
Inferno, nem é tão difícil, os dispositivos atuais tem uma tecnologia de alto nível chamada corretor, sabia? No celular ou PC, não importa, não há desculpa para escrever tão mal além de pura preguiça. Você mancha o nome de todos os ficwriters, porque ao contrário de você e seu roteiro ruim e previsível — se é que eu posso chamar isso de roteiro —, nós realmente nos dedicamos a isso.
Dumbledore ruim; Rony, Hermione e Gina não passam de interesseiros; Voldemort bom (mesmo que ele faça uma clara alusão ao nazismo); Mestre da Morte, volta no tempo, vou destruir todos aqueles que me fizeram mal e rebolar no colo do cara que matou meus pais. Ou talvez não, vamos apenas jogar a culpa disso em Dumbledore também. Essa é a sua história, certo? Ah, não podemos esquecer do teste de herança que ocupa um capítulo inteiro!
Ah, por favor, crie vergonha na cara e não escreva se você não consegue, deixe isso para quem realmente sabe criar algo mais interessante que isso, porque eu me recuso a chamar essa coisa de fanfic."
Esse comentário foi excluído pelo escritor.
— "Ha, não suportou a crítica, mon'amour?" — Harry Evans resmungou encarando a tela do computador. Bem, não importava, se o comentário havia sido apagado isso significava que ao menos aquele projeto falho de escritor leu.
Estralou os dedos, se espreguiçando na cadeira e se preparando para editar o capítulo da sua fanfic, ele perdeu tempo demais com aquela coisa e era quase a hora da postagem, sinceramente, porque ainda tentava encontrar algo para ler naquele poço de insalubridade? Não que ele fosse Shakespeare, Agatha Christie, Sthepen King ou mais algum outro figurão da literatura, mas ao menos ele sabia escrever algo coerente e coeso.
Quando o ponteiro do relógio alcançou meia-noite foi o exato momento que Harry apertou o botão de "enviar". Depois disso, ele desligou seu PC e foi para a cama, afinal, ao contrário do que as pessoas pensam, estudantes universitários dormem e, por céus, ele tinha a grade cheia amanhã com aulas e o maldito estágio. Ele se acomodou no edredom quentinho e desligou o abajur, não demorando a cair no sono.
Porém, quando Harry acordou ele notou duas coisas: 1) Ele não conseguia enxergar 2) Ele estava sufocando.
Harry tentou lutar, era o instinto básico de qualquer animal, racional ou não, mas já era tarde demais. Porra, eu não quero morrer, que caralho-
Gradualmente, ele sentiu seu corpo ficar pesado e sua consciência flutuar aos poucos até que... O silêncio perturbador foi a única coisa que ele teve.
Harry pensou que havia morrido, ele realmente não entendeu o que caralhos aconteceu. Alguém o atacou enquanto dormia? Okay que era um tremendo filho da puta na internet e talvez uma pessoa ou outra na faculdade não gostasse dele, mas ninguém iria querer o matar por isso, certo? E também, qual a possibilidade de ser algum maluco que ele criticou online? Tão perto de zero que era nula.
— Olá, minha criança. — Cortando suas divagações, uma voz soou e Harry abriu os olhos novamente.
Ele não estava... uh... morto?
A sua frente, havia um ser que era tão indescritível quanto as criaturas de um conto lovecraftiano. Era um ser humanoide, sem rosto, porém com todos ao mesmo tempo; sem olhos, mas que encaravam sua alma; sua pele não tinha cor, ao mesmo tempo que tinha todas; sua voz soava como um trovão, várias ao mesmo tempo e também nenhuma. Só podia ser um sonho, e o mais maluco da sua vida. Não conseguia se falar ou se mexer, muito menos ver algo além do que estava a sua frente.
— Ah, o que fizeram com você... toda a sua vida foi manipulada por aqueles que diziam te amar. O último descendente de Ignoto não deveria ter tido um fim tão trágico.
Oh, inferno.
Ele conhecia aquelas linhas de diálogo, embora quisesse nunca ter conhecido. Sua mente trabalhou com as possibilidades mais loucas e surreais em um par de segundos e por favor, não, que não seja isso, que não seja isso...
— (Por favor, alguém me acorda desse pesadelo) Quem é você? — As palavras que saíram da sua boca eram diferentes do que ele queria dizer e Harry teve certeza, ele estava sonhando com aquela maldita fanfic.
Ou, surgiu uma teoria ainda mais assustadora no fundo de sua mente: Não era um sonho e de algum modo estúpido ele morreu e esse era o inferno.
— Eu? Eu sou a morte, minha criança. E você é o meu mestre.
Naquele momento, Harry chegou a uma conclusão:
O Karma é uma vadia.
oOo
Acho que ficou um pouco óbvio, mas as frases entre parênteses e e negrito são o que o Harry realmente gostaria dizer ao invés do roteiro.
Uma das inspirações para essa fanfic foi o manhwa Quit Writing, Dear Autor. Eu não sei dizer onde tem traduzido para português, mas caso você saiba inglês, tem no mangago.
Fiquem em casa e seguros,
Cya!~
VOCÊ ESTÁ LENDO
Hush
Fanfiction[concluída] Harry Evans era um escritor de fanfics conhecido por trabalhar principalmente com universos alternativos e ter uma língua bastante afiada. Bem, ele não hesitava nem por um segundo antes de criticar as fanfics alheias. Ortografia ruim e e...