Capítulo Dez

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Vendo pessoas mortas.

Era uma belíssima manhã.

Harry sentia como se nada pudesse estragar o seu bom humor. Ele estava levando uma vida de rico sem precisar fazer nada para se sustentar e apenas ser um jovem mestre mimado.

Ele realmente se tornou um burguês, uh. 

Três de sete horcruxes já foram destruídas. As quatro que faltavam eram um pouco mais complicadas.

O diário, ele teria que esperar até o dia de compras no beco diagonal com os Weasleys ou Hogwarts para pegá-lo de Ginny.

A taça, esse era mais fácil. Estava no cofre de Bellatrix Lestrange e talvez uma conversinha com algo que é do interesse dos duendes ajude a conseguir isso pelos meios pacíficos.

O anel, ele estava na cabana dos Gaunt, Little Hangleton. Não seria exatamente difícil pegar o anel, mas ele ainda queria que Dumbledore fosse atrás da coisa e acabasse amaldiçoado. Isso iria facilitar muito os seus planos.

Nagini, a mais complicada de todas. Para isso, ele teria que se aproximar de Voldemort e Harry não gostava nem um pouco disso. 

Pelo o que se lembra, Nagini foi transformada em um receptáculo antes do quarto ano e o torneio tribruxo. Pettigrew deve estar preso no ministério neste exato momento e Harry duvidava que ele conseguiria escapar por um bom tempo. Se desse sorte o suficiente, essa horcrux nem criada seria.

Para distrair sua mente e escapar dos seus pensamentos que continuavam voltando até a floresta proibida, Harry se afundou na biblioteca. Ele fazia suas refeições lá e não foram poucas as vezes que dormiu em uma das poltronas também, embora sempre acordasse em sua cama graças aos elfos. 

A limpeza em Grimmauld Place foi feita de maneira decente e Harry trouxe de volta seu elfo para casa um dia antes do julgamento de Sirius Black. 

De noite, ele pagou uma pequena visita a propriedade Gryffindor em Hogsmeade, apenas para poder ir até a floresta proibida. 

Parado na orla da floresta, a magia o cumprimentava como uma mãe recebendo o filho de volta para casa, entretanto, Harry já estava a exatos cinco minutos parado ali sem conseguir dar mais nenhum passo para seu interior.

Respirando fundo pela milésima vez, decidiu entrar na floresta. Porém, seus pés continuaram firmes ao chão sem dar um passo sequer. 

Precisou de mais dez minutos para Harry finalmente dar um pequeno passo para frente, sentindo seus olhos arderem pelas lágrimas não derramadas. 

Uma parte de sua mente gritava, implorava, para se apressar e a outra se recusava a mexer um único músculo.

Mais um passo hesitante deu início a uma corrida desesperada.

A magia girava ao seu redor, praticamente cantando de alegria e Harry sentia seu corpo mais leve apenas por estar ali.

Era como um vício que ele não conseguiria se livrar nem tão cedo.

— "Eu voltei…" — Harry sussurrou para ninguém em específico, antes de finalmente desabar. 

Ele se permitiu sentir toda a dor, o luto, o ódio. E o alívio de finalmente sentir

"Bem-vindo de volta a floresta, Harry…"

Harry se permitiu chorar, finalmente chorar como quis fazer desde que chegou naquele mundo.

Era verão, mas estava frio, tão frio… e não havia nada que pudesse aquecê-lo.

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