Capítulo Nove

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A antiga e nobre casa Black.

— “...desculpe? Eu ouvi corretamente? Devo lhe lembrar que essa é uma parte da alma da sua alma gêmea?” — Morte já sabia que Harry era insano, mas não esperava que ele fosse tão insano assim.

— “Eu tenho meus motivos, agora, você pode fazer isso ou não?” — Harry estava muito sério para ser uma piada, a entidade concluiu e ficou um pouco horrorizada por isso. Ele não voltou no tempo para poder viver com sua alma gêmea?

“Morte, eu quero vingança.”

Ela percebeu que Harry nunca nem sequer citou sua alma gêmea após descobrir toda a verdade.

— “Eu posso, mas mestre… matar sua alma gêmea-”

— “Sem “mas”, Morte. Nada do que você disser vai mudar minha decisão. Eu sou o mestre da morte, eu não irei morrer mesmo se eu mandar aquele filho da puta pro inferno, não é?”

— “Você...você está certo.” — Morte ficou sem palavras por algum momento, Harry já tinha pensado em cada mínimo detalhe. Ele era insano, porém um insano extremamente meticuloso. — “Isso vai doer um pouco…”

— “Não importa, apenas faça logo.” — Harry se colocou de pé e no mesmo momento a entidade se aproximou.

Seguindo as ordens de seu mestre, Morte com uma rapidez antinatural atravessou uma das mãos pelo corpo de Harry, mas especificamente, o exato local em que antes ficava a cicatriz de raio.

Doeu, doeu como o inferno. Era como se o seu cérebro estivesse sendo torcido e esticado dentro de seu crânio. Seu corpo inteiro queimava como se tivesse sido atirado às chamas e milhões de agulhas eram espetadas em seus órgãos internos.

Sua alma estava sendo rasgada.

Pareceram horas, mas durou apenas alguns segundos.

Quando Morte finalmente arrancou a horcrux de seu corpo, foi como se os céus finalmente tivessem piedade e o livrasse daquele sofrimento indescritível.

A entidade teve que o segurar, suas pernas não tinham mais forças para o sustentar em pé. Suor frio cobriu toda a sua pele e até mesmo respirar parecia doloroso. Antes de desmaiar, ele viu o orbe tão escuro como a noite nas mãos de Morte, o pedaço de alma de Voldemort.

Estava feito, Harry sorriu antes de finalmente se deixar cair nos braços da inconsciência.

oOo

O tempo voou como se fosse mágica.

Quando Harry menos esperava, ele estava fazendo as provas finais. Obviamente, seria fácil pagar de prodígio com sua memória eidética e um sistema que possuía basicamente toda e qualquer informação sobre as configurações daquele mundo, mas ele não queria entrar no radar dos professores e, consequentemente, de Dumbledore. Querendo se passar apenas por um figurante da corvinal, ele manteve suas notas acima da média, mas não o suficiente para chamar atenção.

Apesar dos chamados da floresta e sua própria mente insistindo para visitar o lugar, Harry se negou a fazer isso. Ele não iria suportar voltar até lá, não queria reviver tudo aquilo e enfrentar seus próprios sentimentos. Era horrível continuar fugindo das suas emoções assim e uma hora isso iria voltar ainda pior? Sim, mas Harry não queria lidar com isso agora, ele não podia lidar.

Ele pouco se importou com Voldemort e seus planos quando soube que a pedra era falsa, estando bastante feliz em deixá-lo encarando aquele espelho quantas horas fossem necessárias.

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